quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

ENTARDECER

 






Tramandaí/Imbé - RS



quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

PAISAGEM DA INFÂNCIA

 


Gravatal, SC



ENTARDECER NAS ÁGUAS TERMAIS

 



 Gravatal /SC

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O PESADELO DAS DOENÇAS DEGENERATIVAS


Começa com um lapso de memória, um leve tremor, uma fraqueza nas pernas. Alguns meses depois os problemas se agravam e começam os exames em busca do diagnóstico. O resultado é como uma sentença de morte: mal de Alzheimer, doença de Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) ou   Atrofia Muscular de Múltiplos Sistemas (AMMS). Não há, ainda, cura para estas doenças degenerativas,  que afetam o cérebro e os músculos, e a expectativa de vida é de alguns anos. A cada dia, a cada semana, estes doentes ficam cada vez mais dependentes dos familiares, dos cuidadores, dos enfermeiros, dos médicos. Já não conseguem sair de casa, executar as mais básicas rotinas como arrumar a cama, fritar um ovo, escovar os dentes, se vestir, fazer a higiene pessoal. Nem assinar o próprio nome.

Para quem sofre de ELA ou AMMS, doenças autoimunes sem causa definida, os médicos recomendam fisioterapia, fonoaudiologia e internação em geriatrias. Não há nada a fazer a não se atenuar o sofrimento de quem está indo lentamente para  o fim. Os músculos se atrofiam, já não obedecem as ordens emitidas pelo cérebro. Conscientes de sua situação, os doentes vertem lágrimas de dor e desespero. Mais perto do fim, já não conseguem falar, engolir os alimentos. Têm que ser alimentados por sondas. O penúltimo dos órgãos a entrar em pane é o pulmão. As infecções pulmonares se sucedem, assim como as internações em hospitais. Passam a respirar com o auxílio de oxigênio. Por fim, o coração para. Só então o pesadelo acaba.

Atender a um paciente com uma dessas doenças exige dos maridos, esposas e familiares uma dedicação extenuante, afora os gastos com geriatria, médicos, medicamentos, fraldas geriátricas. Nos Estados Unidos o empresário  Eric Weinbrenner,, de 40 anos, dois filhos pequenos, diagnosticado com ELA em 2019, criou uma associação para recolher doações e distribuir entre os familiares das vítimas da doença.

Também naquele país foi criado um fundo que capta recursos para financiar pesquisas na busca da cura para a AMMS. 

No Brasil existem pelo menos 35 mil vítimas de doenças degenerativas. Não há para elas ou para seus familiares nenhuma política pública de apoio, médico, hospitalar ou financeiro.   



Em memória de Lizete Orsini Lobato, cunhada e amiga, falecida em 7/1/2021, aos 64 anos, depois de seis anos de sofrimento, vítima de AMMS. 


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

O ÚLTIMO GRITO EM 1963

 











quinta-feira, 11 de novembro de 2021

AVAREZA, O PIOR DOS PECADOS CAPITAIS

 








Dos sete pecados capitais, há alguns até simpáticos, como o preguiça, o da gula e o da luxúria - afinal, os pecadores estão curtindo. Mas tem um insuportável: o da avareza.
O avarento é um egoísta que só pensa em si, só quer acumular. Um infeliz, que sempre acaba só, desprezado, agarrado ao vil metal.
Molière (1622-1673) estreou a comédia "O Avarento" em Paris, em 1668. É uma sátira sobre um sujeito tão, mas tão pão-duro que cobra juros extorsivos dos empréstimos que faz ao próprio filho, e negocia o casamento da filha com qualquer um que a aceite sem o pagamento de dote. Acabou vítima da própria avareza...
A peça de teatro fez um sucesso enorme na época. e é, até hoje, a mais encenada no mundo inteiro.
No Brasil foi popularizada pelo ator Procópio Ferreira, que a encenou centenas de vezes.
Vale a pena ler o roteiro, publicado pela LPM.
Para se divertir e refletir.



domingo, 24 de outubro de 2021

ZERO HORA - RS 2000

 Numa manhã de março de 1996 o diretor de redação de Zero Hora, Marcelo Rech, me deu uma missão: coordenar a produção de uma série de cadernos que mostrariam o que cada um - sem exceção -dos 563 municípios gaúchos planejavam para o seu futuro.

Saí de sua sala com a sensação de que seria o meu último trabalho na empresa, onde trabalhava há 16 anos. Me parecia quase impossível executar um projeto tão complexo. Mas passei a contratar equipes de repórteres e fotógrafos free lancers, organizar roteiros que cobrissem todo o território do Rio Grande do Sul e estabelecer metas e prazos de produção e edição. As despesas com as equipes e as locadoras de veículos seriam bancadas pelo departamento comercial, na expectativa da venda futura de anúncios.
E os problemas começaram a aparecer: como rodar tantas páginas - cinco cadernos - com antecedência, pois o papel jornal começa a amarelar em pouco tempo? Onde armazená-los e montar a logística de distribuição paralela à de cada edição?
Quem é do ramo sabe que sempre existiu uma divisão muito clara entre as redações e os departamentos comerciais dos jornais - os editores querendo páginas limpinhas para suas matérias e os vendedores loucos para estragá-las com seus anúncios de quarto de página, meia página ou, pior ainda, de página inteira.
Os responsáveis pela impressão e pela circulação também não eram bem vistos, com sua mania de querer fechar a edição no horário previsto, mesmo que estivesse ocorrendo uma rebelião de presos com mortos e feridos na madrugada.
As reuniões com Ricardo Gentilini, diretor comercial, Hermano Thaddeu, do comercial do interior, Régis Zanini, diretor industrial e Christiano Nygaard, diretor de operações da rede de jornais da RBS e coordenador do grupo, se sucediam para montar o quebra-cabeças. Foram estabelecidos prazos e estratégias, num clima de solidariedade e motivação, pois, assim como eu, meus colegas sabiam que o fracasso seria péssimo para todos.
Enquanto os repórteres percorriam as mais remotas bibocas do estado, entrevistando prefeitos, líderes empresariais e da comunidade, vendedores faziam o possível para conseguir anúncios. Foram seis meses de trabalho.
O RS 2000, uma série de cinco cadernos com uma média de 90 páginas cada um, num total de 496 páginas, acabou sendo um sucesso editorial e comercial. A maioria dos municípios nunca tinha recebido a visita de uma equipe de reportagem, e muitos dos prefeitos confessaram que não tinham projetos para o futuro de suas comunidades.
Como não me recordo dos nomes de todos os repórteres, fotógrafos, diagramadores e editores que participaram desta odisseia, não vou citar nenhum deles. Mas quero deixar registrado o meu agradecimento a eles e também aos colegas das outras áreas da empresa que me compreenderam e aturaram.
Foi o meu mais difícil desafio, em 35 anos de trabalho como jornalista profissional.


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

BOTOS E PESCADORES

 



Uma cena comum na barra do rio Tramandaí: os botos empurram os cardumes de peixes para a beira da água, onde os pescadores esperam com suas tarrafas. 

domingo, 17 de outubro de 2021

A MÃE DO MARIDO

 Até onde uma mãe pode ir para acabar com o casamento de seu filho com uma nora indesejada? 

Em geral as mães recebem como filhas as esposas de seus filhos. Mas há muitos casos, que não chegam às redes sociais, em que elas, por antipatia, racismo ou simplesmente porque não admitem ceder o filhinho a outra mulher, infernizam a vida do casal até conseguirem a sua separação. 

Psiquiatras explicam esta obsessão  das mães pelos filhos, mesmo que isto vá causar a sua infelicidade, com traumas que levarão pelo resto de suas vidas. Há mães manipuladoras, psicopatas, dominadoras, castradoras, dementes. Mas vamos a um caso real, de dois jovens que se apaixonam, começam a namorar e decidem casar. Trabalhavam e ainda não haviam terminado os seus cursos, foram comprando seus móveis aos poucos e moravam num apartamento emprestado pelos pais dela. 

Com o passar do tempo, a rotina do casal começou a ser invadida pela mãe do marido, que morava perto e aparecia quase todas as noites para se intrometer em suas vidas.  A situação se tornou insuportável, mas o rapaz não conseguia enfrentar a "mãezinha". Não entendia como era possível tamanha maldade. A solução foi uma mudança para outro bairro da cidade, onde  as visitas se tornaram mais difíceis.  O afastamento teve um revide silencioso: ela comentava com amigos e parentes que a nora (que nunca havia dito ou feito nada a ela) era "louca, desequilibrada", e  o "meu filho" não iria mais suportar e iria se separar...  Aqui e ali ouviam maledicências sem sentido e dali para a frente os irmãos cortaram os contatos com ele, sem nenhuma explicação. 

Marido e mulher tiveram que passar por terapia para se manterem juntos, mas ficaram sequelas incuráveis. A mãe, a "boa velhinha," morreu com quase 100 anos, sem jamais ter qualquer gesto de arrependimento ou reconciliação. Repetia para a família que havia sido abandonada. Para o filho, a morte da mãe dela foi uma libertação.







sábado, 16 de outubro de 2021

MUITO MAIS DO QUE VINGANÇA

 



Nêmesis, deusa da vingança na mitologia grega, é o título do livro de Peter Evans sobre as tramas repletas de intrigas, traições, paixões e ódio que marcaram as relações de Aristóteles Onassis,  Robert Kennedy e Jacqueline Lee Bouvier, depois Kennedy e finalmente Onassis, ou simplesmente Jackie O. 

Resultado de mais de dez anos de pesquisas e centenas de entrevistas na Europa e nos Estados Unidos, o livro de Evans, que além de escritor é repórter investigativo, acaba de vez com a imagem angelical de esposa dedicada e mãe amorosa, e expõe com crueza a verdadeira personalidade da ex-primeira dama norte-americana: uma mulher ambiciosa, promíscua, fria e calculista, que se movia apenas pelo dinheiro.

Jackie teria casado com  John Kennedy porque ele era senador, rico, de uma família poderosa. Depois, cansada das inúmeras traições do marido - uma das suas amantes era a atriz Marilyn Monroe - ela resolveu dar o troco, e engravidou de um ator com quem se envolveu.  O bebê nasceu morto. O casamento chegou a um limite insuportável e ela foi morar em Londres, onde, em companhia de sua irmã Lee Radziwill, uma alpinista social, passava o tempo em festas onde rolava tudo aquilo que você pode imaginar. Joseph, pai de John, convenceu-a voltar para o marido,  então em campanha para a presidência,  mesmo sendo apenas para manter as aparências, pagando a ela em torno de um milhão de dólares. 

As traições dos dois continuaram, e apesar de ser a primeira-dama, Jackie aceitou um convite de Onassis e passou com ele e a irmã, então amante do empresário grego, uma semana a bordo do iate Christina. O cruzeiro rendeu a ela um bracelete de ouro com rubis, com o qual ela se exibiu na volta a Washington. Os dois se tornaram amantes, e anos depois do assassinato do presidente eles acabaram casando, mediante um contrato milionário que garantiria a ela um futuro de luxo. 

Antes de publicar Nêmesis, Peter Evans escreveu a biografia de Aristóteles Onassis. Além de tê-lo conhecido profundamente, em longas conversas, teve acesso à sua família e aos auxiliares mais próximos.  Pode, assim, entender o caráter ambicioso,  encantador, vingativo, rancoroso e inclemente de seu biografado. Um psicopata charmoso e sexualmente insaciável, que comprava a tudo e a todos com seu dinheiro. Odiava  profundamente o armador grego Stavros Niachos, seu maior rival nos negócios, casado com Eugenie,  irmã de Tina, sua esposa. Niarchos foi amante da cunhada e acabou casando com ela depois da morte da irmã, em condições  nunca bem explicadas.

 Odiava mais ainda Robert Kennedy, que como Procurador de Justiça dos Estados Unidos e depois senador colocava toda a espécie de obstáculos às suas atividades empresariais naquele país. Nunca ficou provado, mas os mais de um milhão de dólares em dinheiro que entregou ao grupo guerrilheiro palestino Al Fatah para que os aviões de sua empresa não fossem sabotados teria sido usado para a preparação e execução de Bobby,  que estava em plena campanha para a presidência da república.  Bobby e Jackie tinham um caso antigo, e ela só casou com Onassis depois do assassinato deste em 1968 por um fanático palestino em Los Angeles. 

Entre os personagens secundários desta história que durou mais de 20 anos está Marilyn Monroe, oficialmente morta por overdose de barbitúricos, numa bem articulada ação do governo norte-americano para encobrir os motivos de sua morte, a mando de - ou por - Robert Kennedy. Abandonada por John,  ela ameaçava revelar seu caso com o presidente e teria sido silenciada.  Outra vítima foi Maria Callas, que se separou do marido e encerrou a carreira de cantora lírica para ficar com Onassis mas foi trocada por Jackie. 

O príncipe Rainier, de Mônaco, o ditador do Haiti Jean Claude Duvalier, o rei da Arábia Saudita e muitos outros nomes do noticiário internacional também têm uma participação importante nos negócios, negociatas e trapaças que se sucedem no livro.

Para ler Nêmesis é preciso calma: são muitas informações e revelações, nomes que se cruzam e reaparecem. É como comer uma feijoada completa em pleno calor de 40 graus sem ar condicionado.  

Mas vale a pena, ah vale. 




E ASSIM A COCA COLA CONQUISTOU O BRASIL

 


Neste anúncio de maio de 1943, publicado na revista Seleções, a Coca Cola se apresentava aos brasileiros: saudável, saborosa, refrescante. As gerações seguintes adotaram o refrigerante, assim como os alimentos   que a acompanharam, como o cachorro quente e mais tarde o cheesburger.

São quase 80 anos de malefícios à saúde: obesidade, artrose, diabete, doenças cardiovasculares. 

 



segunda-feira, 20 de setembro de 2021

HUMOR EM GRAÇA

 Sabe aquela peça de teatro em que você paga para ver uma comédia, os atores se divertem muito mas a plateia fica apática, sem entender qual é a graça?

Pois é. os comediantes dos programas de humor que vejo na tevê certamente se acham engraçados - estão sempre às gargalhadas. Mas eu simplesmente não consigo rir, nem ao menos sorrir. Acho que o problema é meu, mas não tenho certeza: como é que eu gostava tanto do humor de Oscarito e Grande Otelo, do Chico Anysio, do Jô Soares? Não perdia um Casseta e Planeta, até o programa acabar?
Buster Keaton (foto abaixo), um dos maiores comediantes do cinema americano, estava sempre sério. Mas fazia todo mundo morrer de rir.





segunda-feira, 13 de setembro de 2021

MY WINDOW

 


domingo, 5 de setembro de 2021

HOTEL TROPICAL MANAUS - LUXO NA SELVA

 


Construído pela Varig na década de 1970 junto ao rio Negro, a oeste de Manaus, o Tropical, assim como o Tambaú de João Pessoa e o Cataratas de Foz do Iguaçu, fazia parte de uma estratégia da empresa para levar passageiros de alto padrão aquisitivo até estes pontos turísticos que até então não contavam com hotéis de luxo. 

Por três décadas o Tropical, com 611 quartos, foi considerado o melhor hotel da Amazônia. Além de atrair turistas brasileiros e estrangeiros que queriam conhecer a sem abrir mão do conforto, era um dos mais procurados centros de eventos de empresas e entidades. 

As dificuldades financeiras e por fim a falência da Varig afetaram a operação do hotel, que acabou fechando em maio de 2019 por não poder mais pagar dívidas trabalhistas e a conta de energia elétrica, que pesava extraordinariamente num prédio refrigerado 24 horas por dia devido ao calor intenso.

Desde o fechamento foram realizados leilões para a sua venda.  Nos dois primeiros os vencedores não pagaram o valor estabelecido. Só no terceiro, realizado neste ano, o hotel foi arrematado por R$ 91 milhões por um grupo que promete reabri-lo em julho de 2022, depois de uma reforma completa. 




Rio Negro

Uma bela piscina e área de lazer 


Vitórias-régias na entrada do hotel






Exposição de objetos do dia-a-dia dos indígenas

quarta-feira, 28 de julho de 2021

BUZIOS, 2005

 





domingo, 27 de junho de 2021

GARÇAS

 



Imbé RS 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

CÚRCUMA, UM ANALGÉSICO NATURAL

 


Viver com menos dor é quase tudo que pessoas com mais de 60 anos querem. Há alguns anos os analgésicos químicos foram sendo substituídos pelos extraídos de plantas medicinais brasileiras, como a arnica, a sucupira e a canela de velho. Fazem o mesmo efeito e não têm efeitos colaterais, especialmente sobre o sistema digestivo. Um laboratório alemão fez uma pomada, a Motix, com arnica e outros fitoterápicos. É ótima para dores nas articulações.
Outro dia eu me queixava da coluna no mercadinho onde faço compras, em Porto Alegre, e a dona deu a dica: toma chá de cúrcuma. Nunca havia ouvido falar nesta raiz semelhante ao gengibre, que é bem conhecida em forma de pó para temperos, o açafrão.
Não é que funciona?





terça-feira, 25 de maio de 2021

MATANÇA NA TERRA DE CANAÃ

 

Na longa marcha depois da fuga do Egito, Deus prometeu a Moisés dar ao povo de Israel uma terra onde jorrava leite e mel, que ia do rio Jordão até o mar Mediterrâneo, do Líbano, ao norte, até o monte Halaque, ao sul.

Moisés morreu antes de cruzar o rio Jordão e chegar à terra prometida. Escolheu Josué como seu sucessor, e responsável por tomar a terra e distribuí-la entre as 12 tribos dos filhos de Israel. Estudos arqueológicos indicam que isto teria acontecido 1.400 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, 3.350 anos antes da recriação do estado de Israel, em 1948.
Só que havia um problema: aquele território era habitado por agricultores e criadores de gado, cabras e outros animais. Viviam dentro e no entorno de 31 cidades-estado, cercadas por muralhas. A mais próxima do acampamento dos israelitas era Jericó. Seguindo ordens de Deus - o sucessor de Moisés também passou a dialogar diretamente com ele - Josué entrou na cidade e eliminou todos os seus moradores: homens, mulheres, crianças e, claro, o seu rei. As ordens divinas eram claras: não devia restar nenhum ser humano "que tivesse fôlego".
Um a um os habitantes de todos aqueles reinos foram mortos pelos combatentes israelitas, que se adonavam dos rebanhos, da prata e do ouro. As terras foram divididas por Josué entre as tribos, e assim Deus cumpriu a sua promessa. Jorrou muito sangue na terra de Canaã, onde antes havia apenas leite e mel.
Afora o apoio que, segundo a bíblia, Josué teve de Deus, ele foi um dos maiores estrategistas militares da história. Mas não deixa de ser chocante a crueldade com que os habitantes de Canaã foram chacinados - isto também segundo a bíblia, no capítulo Josué.


terça-feira, 13 de abril de 2021

O QUE FALTA NAS DINAMARQUESAS?



Jornalistas em dia de folga analisam o que é que a dinamarquesa tem - ou não...



 Era um dia de folga naquela viagem a convite para jornalistas até a Dinamarca. Depois de caminhar pelo centro de Copenhagen, ocupamos uma mesa de calçada de um bar para descansar e beber alguma coisa naquela tarde ensolarada de fim de verão.

Impressionados com a beleza das dinamarquesas que desfilavam com seus corpos esguios e rostinhos loiros perfeitos, só tínhamos exclamações elogiosas para cada uma que passava.
Só um dos sete brasileiros daquele grupo, carioca, não dizia nada - só observava com cara de quem entendia do assunto. Até que ele deu o seu parecer: "falta alguma coisa nas dinamarquesas".
Esperou o efeito da frase e completou: falta bunda".
Continuamos bebendo, mas mudamos de assunto...

sábado, 3 de abril de 2021

A SEMANA SANTA




 Sexta-feira santa, 1961. O silêncio só não é total porque de algumas casas se ouvia música clássica transmitida pela rádio de Três Passos. Na igreja lotada, uma fila para beijar o corpo de Cristo.

No domingo de manhã, nada de comer os ovos e chocolates que o coelhinho da páscoa havia deixado, em ninhos coloridos de papel-crepom. Antes era preciso ir à missa e comungar, o que exigia duas horas de jejum. Cada minuto durava uma eternidade.
Com o passar das décadas a igreja católica amenizou muitos de seus ritos que beiram a morbidez, vindos da época medieval, em que os fiéis se autoflagelavam em solidariedade ao Cristo crucificado.
Na semana santa de 2021, a epidemia tornou impossíveis atos como o lava-pés. Os católicos estão acompanhando as cerimônias pela tevê, e a comunhão espiritual nas missas é vista com naturalidade, sem a hóstia consagrada. O jejum de duas horas já não é mais exigido, assim como a confissão. Mas, também: que pecados cometia este guri de onze anos, que em 1961 só se preocupava em estudar, fazer os temas de casa e brincar?


sábado, 27 de março de 2021

BLACK POWER

 


James Howard Meredith foi o primeiro afro-americano a ser admitido na Universidade do Mississipi, em 1962. Foi notícia em todos os Estados Unidos. Sofreu ameaças, provações, abusos - nos estados do sul do país as leis federais de integração racial ainda eram ignoradas.
Em 1966 Meredith iniciou, sozinho, a Marcha Contra o Medo. Pretendia ir de Memphis, Tenessee, até Jackson, capital do Mississipi, para demonstrar que os defensores da supremacia branca não podiam impedir o registro de eleitores negros.
A marcha, iniciada em 5 de junho de 1966, foi interrompida no dia seguinte, quando ele foi baleado por um homem branco em Hernando, Mississipi, e levado a um hospital de Memphis.
Dias depois a marcha foi retomada no mesmo local em que Meredith tombara, por iniciativa de diversos movimentos pelos direitos civis, liderados pela Southern Christian Leadership Conference, de Martin Luther King Jr., do Congress of Racial Equality e do Student Nonviolent Coordinating Comitee(SNCC), presidido por Stockely Carmichael.
Em Greenwood, Mississipi, homens brancos e policiais da cidade cercaram os manifestantes. Carmichael foi levado à prisão, e ao ser solto discursou para a multidão de mais de mil pessoas. "Esta foi a vigésima vez que fui preso. Não pretendo mais ir à cadeia", disse ele. E pronunciou o novo slogan, que virou símbolo da luta dos negros pela igualdade: "Queremos black power! Queremos black power, e não temos porque nos envergonhar disso".
No encerramento da marcha, que teve outros episódios de agressões dos manifestantes por forças policiais e grupos racistas, houve um grande showmício, com apresentações de artistas famosos como James Brown, Harry Belafonte e Sammy Davis
Júnior.

(do livro James Brown, Sua Vida, Sua Música, de R.J.Smith

sexta-feira, 26 de março de 2021

domingo, 28 de fevereiro de 2021

AGORA É TARDE





Desde o final de 2020 foi aquela gandaia: multidões vindas de todo estado ocuparam o litoral gaúcho (mesmo aqueles que iam a SC e outros lugares) para relaxar e fazer festa.

Nem o governo estadual nem as prefeituras se preocuparam muito - os dados de novembro indicavam queda nas contaminações e hospitalizações. E é no verão que o comércio da região fatura mais.
Bem que os prefeitos poderiam compensar os donos de bares e quiosques para fecharem, digamos, às 11 da noite. E haver mais controle nas concentrações de pessoas. Deu no que deu.
Em março, com os hospitais lotados, à beira de um colapso, medidas rígidas: bloqueio da beira do mar, lojas fechadas, toque de recolher às 20h, lock down no fim de semana. Tarde demais.


Esta avenida à margem do rio, conhecida como Guia corrente, foi o point da moça durante todo verão. Noite pós noite, e principalmente nos fins de semana, milhares de pessoas se aglomeram junto aos bares, restaurantes e quiosques, até amanhecer o dia. Depois que explodiram as contaminações a avenida foi fechada. Nada pode funcionar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

CÔMOROS

 



Os cômoros ou dunas são formados pela ação do vento e pela ação das ondas.

A altura das ondas definem sua energia, função da velocidade do vento no oceano a grande distância da costa.
Quando a onda chega, ela quebra por falta de profundidade e sua energia ondulatoria se transforma em velocidade longitudinal - correnteza.
Criam -se valas, buracos.
Os cômoros são fundamentais para proteger naturalmente, evitando a invasão do mar a região próxima.
Moacir Muniz da Silva
Engenheiro, especializado em obras marítimas


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

DOIS LADOS DA RESSACA

 




Imbé, RS

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O EXEMPLO DA MONGÓLIA

Gengis Khan



 Espremida entre a China e a Rússia, com mais de 30 por cento de sua população de 3,7 milhões de habitantes composta de nômades, a Mongólia não é nem sombra do império mongol que sob Gengis Khan (ou Cã), ia da Polônia, ao oeste, até a Coréia, ao leste, da Sibéria, ao norte, até o Vietnã, ao sul.

Guerreiros ferozes, exímios cavaleiros, os mongóis governavam, no século XIII, 100 milhões de pessoas - um quarto da população da terra. A corte mongol nadava em ouro saqueado dos países subjugados. Com a morte de Gengis Khan o império foi dividido em quatro, e aos poucos se enfraqueceu com as disputas pelo poder entre as tribos.
Cublai Khan, neto de Gengis e governante do mais importante dos canatos, acabou transferindo a capital de seu império para Pequim. Fascinado pela cultura chinesa. adotou muitos de seus costumes e crenças, pois, ao contrário dos romanos, que tinham lingua e cultura próprias, os mongóis só sabiam guerrear. Menos de 140 anos depois de seu apogeu o império mongol acabou e seu território original foi tomado pelos chineses.
Desde 1945 é um país independente, mas vive à sombra da Rússia e, nas últimas décadas, da China.
Sempre penso na Mongólia, para onde viajei com Marco Polo no "Livro das Maravilhas", quando vejo o Brasil submetido a governantes que não valorizam a educação, a ciência e
a cultura - e não é apenas o atual. Povo inculto, em grande parte semianalfabeto, é presa fácil para enganadores internos e conquistadores externos.


sábado, 9 de janeiro de 2021

VERÃO 2021


 Barra do rio Tramandaí, Imbé - RS

domingo, 3 de janeiro de 2021

LIVRE ARBÍTRIO

Fiquei preocupado, assustado, ao ver tanta gente chegando para passar o final do ano no Litoral. Supermercados e farmácias lotados, praia cheia, quatro ou mais carros estacionados na frente de cada casa.

O que vai ser de nós daqui a duas semanas? Explosão de contaminados, hospitais sem vagas, gente chorando a morte de familiares diante das câmeras da tevês.

Hoje de manhã, no meu passeio de bike, vi as pessoas tão felizes por mais um belo dia, indo para a praia com suas cadeiras e guarda-sóis, que relaxei. Lembrei que existe o livre arbítrio.

Em vez de estarem em quarentena, lá em Canoas, Porto Alegre ou Tucunduva, elas decidiram vir para a praia, tomar banho de mar, comer churrasco com a familia e amigos, passar o reveillon bebendo nos bares.

O risco é delas. Tomara que possam voltar para suas casas com saúde.




Imbé, 10 horas de domingo, 3 de janeiro de 2021