James Howard Meredith foi o primeiro afro-americano a ser admitido na Universidade do Mississipi, em 1962. Foi notícia em todos os Estados Unidos. Sofreu ameaças, provações, abusos - nos estados do sul do país as leis federais de integração racial ainda eram ignoradas.
Em 1966 Meredith iniciou, sozinho, a Marcha Contra o Medo. Pretendia ir de Memphis, Tenessee, até Jackson, capital do Mississipi, para demonstrar que os defensores da supremacia branca não podiam impedir o registro de eleitores negros.
A marcha, iniciada em 5 de junho de 1966, foi interrompida no dia seguinte, quando ele foi baleado por um homem branco em Hernando, Mississipi, e levado a um hospital de Memphis.
Dias depois a marcha foi retomada no mesmo local em que Meredith tombara, por iniciativa de diversos movimentos pelos direitos civis, liderados pela Southern Christian Leadership Conference, de Martin Luther King Jr., do Congress of Racial Equality e do Student Nonviolent Coordinating Comitee(SNCC), presidido por Stockely Carmichael.
Em Greenwood, Mississipi, homens brancos e policiais da cidade cercaram os manifestantes. Carmichael foi levado à prisão, e ao ser solto discursou para a multidão de mais de mil pessoas. "Esta foi a vigésima vez que fui preso. Não pretendo mais ir à cadeia", disse ele. E pronunciou o novo slogan, que virou símbolo da luta dos negros pela igualdade: "Queremos black power! Queremos black power, e não temos porque nos envergonhar disso".
No encerramento da marcha, que teve outros episódios de agressões dos manifestantes por forças policiais e grupos racistas, houve um grande showmício, com apresentações de artistas famosos como James Brown, Harry Belafonte e Sammy Davis
Júnior.
(do livro James Brown, Sua Vida, Sua Música, de R.J.Smith
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