sexta-feira, 31 de outubro de 2008

PORTO SEGURO, BAHIA, BRASIL

Um dos mais tristes exemplos de uma cidade que sucumbiu ao turismo de massa e se descaracterizou. O que há duas décadas era um lugar belíssimo, privilegiado pela natureza, acabou crescendo desordenadamente. A área urbana só não avançou sobre o mangue por ser uma área alagadiça, sujeita às marés diárias, e foi contida pelo rio Buranhém.


Esta era a Porto Seguro de dezembro de 1984. Uma cidadezinha tranqüila, bela, com amendoeiras para dar sombra. Os restaurantes , quase todos administrados pelas famílias, serviam comida tipicamente baiana, saborosa e muito barata.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

PORTO SEGURO, BAHIA



Esta é a avenida Beira-Mar, que liga Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália, 22 quilômetros ao norte. Junto a ela estão localizados quase todos os grandes hotéis, onde se hospedam os turistas atraídos pelos pacotes oferecidos pelas agências de viagens. Do outro lado da avenida, as barracas de praia onde à noite rolam festas movidas a axé-music. Durante o dia, os turistas são desafiados a encarar sessões de lambaeróbica.
A um custo um pouco maior que uma passagem aérea normal, os pacotes podem ser pagos em até 10 vezes e incluem sete dias de hospedagem em hotéis geralmente confortáveis, com café da manhã e uma refeição incluídos. As operadoras oferecem transbordo entre o hotel e o aeroporto e passeios até as praias da região.
São inevitáveis as incursões noturnas até a Passarela do Álcool - calçadão à beira-mar no centro de Porto Seguro com bares, restaurantes e lojas de artesanato para todos os gostos e bolsos. Em frente, dezenas de bancas de rua onde reina o "capeta", bebida à base de vodca, leite condensado, pó de guaraná e outros ingredientes que os "barmen" nativos não ousam revelar. 
Se você não conhece e quer provar, fique atento à qualidade da vodca e dos demais produtos usados para não se arrepender depois...



Sem a beleza natural do Arraial da Ajuda, do Trancoso e das outras praias ao sul, as praias ao norte de Porto Seguro - como a de Taperapuan, na foto - têm bares, hotéis e um mar de águas mornas e geralmente calmas.
A desvantagem: para ir até a cidade - a maioria dos hotéis fica a até sete quilômetros de distância - é preciso pegar táxi ou ônibus.

MAIS DE PORTO SEGURO, BAHIA, NOS POSTS SOBRE O ARRAIAL DA AJUDA E CARAÍVA

domingo, 19 de outubro de 2008

FOREVER (NEIL) YOUNG

Neil Young num concerto em 2006, no Canadá




Órfão de tantos ídolos vencidos pelas drogas, o álcool ou, mais comum, pelo esgotamento do impulso criativo, tenho uma admiração pelos músicos, poetas, escritores e, por que não, jornalistas que não se dobraram (nem morreram, claro) e continuam, década após década, mandando ver.

Um símbolo desses caras é Neil Young. Canadense de Toronto, 64 anos, se tornou conhecido dos brasileiros como o quarto membro da banda Crosby, Stills and Nash. Mas em 1972, com o disco Harvest, decolou a carreira solo, acompanhado ou não pela banda Crazy Horse. Apesar das crises de depressão e problemas causados pelo excesso de drogas, nunca deixou de criar e lançar discos.
Em 2005, gravou Prairie Winds, com canções belíssimas, inspiradas no pai, recentemente falecido. Logo depois de concluir as gravações, ficou sabendo que tinha um sério problema no cérebro. Às vésperas da cirurgia, viajou para Nashville, Tenessee, com velhos (e bota velhos nisso) companheiros de estrada para um show histórico, transformado no filme Heart of Gold pelo diretor Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes).
O último álbum, Chrome Dreams II, foi lançado em 2007.

FOREVER (NEIL) YOUNG

Neil Young compôs, alternadamente, baladas, geralmente cantadas com o acompanhamento de seu violão e a harmônica, e rocks pauleira, interpretados com bandas da pesada como os Crazy Horse. Gosto mais das baladas: Comes a Time, Hey, Hey, My, My (Rock'n roll will never die), Helpless, a lista das minhas prediletas é enorme. It's a Dream me pegou em cheio: estou numa fase da vida em que as imagens do passado têm passagem livre, em sonhos ou desperto. Cenas da infância, amigos próximos, distantes, vivos e mortos, lembranças do meu pai, caçador, pescador e viajante. Até lugares onde nunca estive aparecem (e às vezes reaparecem) enquanto durmo.
Tentei traduzir a letra da música, mas acabei desistindo. Como dizer "a boy fishes the morning away?" Um garoto pesca manhã afora? Sem graça. Preferi transcrever a letra no original, até porque os meus leitores entendem inglês o suficiente para saborear estes versos.




IT'S A DREAM


do CD Prairie Winds


In the morning when I wake up and listen to the sound
Of the birds outside on the roof
I try to ignore what the paper says
And I try not to read all the news
And I'll hold you if you've had a bad dream
And I hope it never comes true
'Cause you and I been through so many things together
And the sun starts climbin the roof...


It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay


The Red River stills flows through my home town
Rollin' and tumblin' on its way
Swirling around the old bridge pilings
Where a boy fishes the morning away
His bicycle leans on an oak tree
While the cars rumble over his head
An aeroplane leaves a trail in an empty blue sky
And the young birds call out to be fed

It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay

An old man walks along on the sidewalk
With sunglasses and an old Stetson hat
Fall winds blow the back of his overcoat away
As he stops with a policeman to chat
And a train rolls out of the station
That was really somethin' in its day
Picking up speed on the straight prairie rails
As it carries the passengers away

It's gone
It's only a dream
And it's fading now
Fading away
Only a dream
Just a memory without anywhere to stay
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away







quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A FESTA DA PRIMAVERA


No hemisfério sul, lá pelo paralelo 30, não há estação como a primavera. É uma festa de sons, aromas, sabores e cores da natureza, mesmo numa metrópole..

domingo, 12 de outubro de 2008

SABORES


Pitangas, verdes e maduras, ao alcance da mão, nas calçadas de Porto Alegre.

SONS


Sabiás, bem-te-vis e estes passarinhos minúsculos, namorando e cantando. Love is in the air...




AROMAS

Flores de jasmim perfumam o ar


Flores de cinamomo depois da chuva: respire fundo


CORES

Buganvílias colorem as ruas.

sábado, 11 de outubro de 2008

A BABADA DO ANO

Numa emissora de TV onde trabalhei na década de 80, os editores arquivavam as "babadas" dos telejornais para exibir as piores na festa de fim-de-ano. Eram aquelas reportagens ou programas em que erros grosseiros iam ao ar, por culpa dos editores, repórteres ou apresentadores. Dávamos boas gargalhadas, e entre goles de cerveja e nacos de churrasco elegíamos a babada do ano.
Se a revista Veja, da editora Abril, faz algo semelhante, esta capa certamente será a eleita em 2008. Antes mesmo da votação (e rejeição) do primeiro pacote de auxílio às instituições financeiras norte-americanas pelo governo dos Estados Unidos, a revista anunciava, na edição de 24 de setembro, que Tio Sam havia salvo a economia mundial.
Na festa de fim de ano do Palácio do Planalto, o presidente Lula leva o troféu pela frase "Aqui, se a crise chegar, vai ser uma marolinha".
Na mansão dos Suplicy, em São Paulo, Marta ganha a homenagem do Supla pela infeliz idéia de colocar em dúvida a masculinidade do seu adversário Kassab - e com isso ganhar - justo ela - o rótulo de homofóbica.


Babaaaaaaaada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

OURO PRETO, VILA RICA

Centro da cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil



Maior conjunto arquitetônico homogêneo de arquitetura barroca do mundo, Ouro Preto poderia ainda ser chamada de Vila Rica, como no século dezoito, quando os portugueses exploravam suas imensas jazidas de ouro. Embora a exploração de minérios continue até hoje, sua riqueza agora está nos prédios e igrejas intocados há 300 anos. Tombada em 1933, durante o governo de Getúlio Vargas, foi a primeira cidade brasileira a ser declarada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, em 1980.
Mas Ouro Preto - nome dado pelos bandeirantes paulistas às pepitas de ouro recobertas com ferro, encontradas em abundância na região em 1764 - não cheira a mofo. Os milhares de estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto, fundada em 1876, dão às suas ruas um toque de juventude, em contraste com a arquitetura colonial, emoldurada pela Serra do Espinhaço, onde se destaca o Pico do Itacolomi, de 1.150 metros de altitude. 









Sempre há
pelo menos
uma igreja
no cenário

Pedra, pedra, ladeira, ladeira.


É muito fácil se perder num lugar com tantas ruelas, tantas casas lindas, tantos cenários surpreendentes.




Para conhecer Ouro Preto, faça como os moradores da cidade: não se apresse. As ladeiras são tantas e tão íngremes que deixam sem fôlego mesmo os visitantes em boa forma física. E cuidado para não escorregar nas pedras lisas e irregulares.


Igreja São Francisco de Assis, obra-prima do escultor Francisco Lisboa (Aleijadinho) com painéis de Manuel da Costa Athayde, o Mestre Athayde. É proibido tirar fotos do interior desta e das demais igrejas da cidade.



A Matriz de Nossa Senhora do Pilar, inaugurada em 1733, é a igreja mais rica de Minas Gerais. Sua nave e a capela-mor são recobertas com 434 quilos de ouro. Está sendo restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.


Uma fonte de água fresca e pura.




São castiçais, taças, cinzeiros, imagens, vasos. Tudo de pedra-sabão. Na feira ao ar livre, há opções para todos os bolsos e gostos. Pertinho dali, várias lojas oferecem jóias em ouro e pedras semi-preciosas do generoso sub-solo mineiro. Mas fique atento aos preços. Uma garrafa de cachaça de Minas pode custar mais caro aqui do que na sua cidade, mesmo que ela esteja milhares de quilômetros de distância.