segunda-feira, 29 de julho de 2019

ENDLESS SUMMER




sábado, 20 de julho de 2019

QUASE NOITE





Morro da Borússia, Osório-RS

quinta-feira, 18 de julho de 2019

ART DECO DISTRICT, MIAMI


A HISTÓRIA DA MULHER QUE, SOZINHA, ENFRENTOU AS CONSTRUTORAS.
E CONSEGUIU VENCÊ-LAS.






Se dependesse dos empreendedores ou dos políticos, os mais de 800 prédios do Distrito Histórico Art Deco, em South Beach, Miami, já teriam sido demolidos e dado lugar a edifícios de 15 andares ou mais, como nas outras áreas da cidade. Construídos entre 1923 e 1943, os prédios, quase todos de no máximo quatro andares, só foram poupados da demolição graças a uma preservacionista teimosa e lutadora chamada Barbara Baer Capitman ( 1920-1990). 
Ela foi morar em Miami em 1973, e ficou horrorizada com a demolição dos prédios históricos.  Em 1976 criou a Liga de Preservação de Design de Miami, e à frente de outros ativistas, passou a fazer vigílias com velas acesas, marchas de protesto e a se colocar na frente dos buldozers das construtoras para evitar demolições.



Considerada por muitos, à época, uma lunática contrária ao progresso, Barbara acabou sendo responsável, com seus companheiros de luta, pela maior atração turística da região, e foi homenageada com uma estátua. O Distrito Art Deco é a alma de Miami.
 Atrai multidões de  turistas, que lotam os seus hotéis, bares, restaurantes e lojas de grife.  



Se não fosse pela ação dos preservacionistas, esta ponta do istmo seria apenas um aglomerado de espigões


   O maior conjunto de prédios de estilo Art Deco do mundo 


A charmosa avenida Lincoln, só para pedestres


A avenida Collins, à beira mar, tem um calçadão para pedestres, bares e restaurantes





sexta-feira, 12 de julho de 2019

LAGOAS DO LITORAL NORTE DO RS

UM TESOURO AMEAÇADO




O mapa do litoral  do Rio Grande do Sul é pontilhado por lagoas. São a maior, e praticamente a única  fonte de água potável de toda a região, pois do subsolo arenoso só sai um líquido salobra, impróprio para o consumo.  É das lagoas que sai a água para beber, dar aos animais, irrigar as plantações. Um tesouro. 
As lagoas de Tramandaí até Torres são interligadas,e pertencem à bacia hidrográfica do rio Tramandaí, a única ligação dessas águas com o mar. Nelas deságuam os rios Maquiné, Três Forquilhas e  Cardoso, que descem das montanhas da Serra Geral por vales belíssimos. 
Este sistema lagunar, vital para a sobrevivência das milhares de moradores dos municípios de Tramandaí, Osório, Imbé, Xangri-lá, Capão da Canoa, Arroio Teixeira e Arroio do Sal ( Torres se abastece no rio Mampituba) , é extremamente frágil. Uma fonte poluidora em qualquer uma das lagoas contamina a todas. 
Os dois maiores perigos são os esgotos domésticos e industriais e os agrotóxicos usados nas lavouras - a abundância de água favorece o cultivo de arroz. 
O Comitê da Bacia Hidrográfica do rilo Tramandaí foi criado para fiscalizar abusos e sugerir medidas para a preservação desse manancial, pois a Lei das Águas, que instituiu a Política Nacional dos Recursos Hídricos  de 1997, e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, definiu que a água é um bem público, que não pode ser privatizado.  Diz a lei: "a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades".
Fazem parte do comitê representantes da Corsan, de entidades de atividades econômicas, de pesca e de turismo, das prefeituras da região, de órgãos ambientais do governo de Estado,  de órgãos de fiscalização, do Ceclimar (Centro de Estudos Limnológicos e Costeiros) da Ufrgs, do Ibama e de entidades de classe como a Associação Riograndense de Imprensa (ARI). 
A representante das associações comunitárias é a Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto, que além de participar das reuniões mensais está trabalhando na articulação com as demais associações comunitárias do Litoral.







A bacia hidrográfica do rio Tramandaí tem uma área de 3.144 quilômetros quadrados. 
Está demarcada, no mapa, com a linha vermelha.  A região tem 220 mil moradores fixos.  No verão, quando os veranistas chegam às praias,  a população pula para 580 mil pessoas. 




terça-feira, 9 de julho de 2019

ROMANCE POLICIAL*


O Júlio trabalhava na Assembléia Legislativa, a casa do povo, nos tempos em que não era preciso identificação para entrar. E entrava todo mundo, de apontadores de jogo do bicho a vendedores de bugigangas. Afinal, lá todo mundo ganhava bem, se vendia qualquer coisa.
O Júlio era bonitão, e andava bem vestido, quase sempre de terno e gravata, pois tinha que ir ao plenário para assessorar os deputados. Uma vendedora de importados del Paraguay, bem bonitinha, ia frequentemente até a sala onde ele trabalhava, mesmo que ninguém quisesse comprar nada. Risonha e comunicativa, ficava ali, batendo papo furado. A coisa foi esquentando, e Júlio até que gostava quando ela sentava no seu colo e dava beijinhos no pescoço.
Numa tarde de verão, saíram pra tomar um cafezinho no Theatro São Pedro, ali do lado. O clima - e a temperatura - estavam prá lá de quentes. Até que ele perguntou se ela era casada. Ela disse que sim.
- E o que faz o teu marido?
- Inspetor de polícia - respondeu.
Júlio gelou. Nem conseguiu terminar o café.
- Olha, gosto muito de ti, mas sou muito jovem para morrer.
Deixou ela lá e voltou às pressas para o trabalho.
A vendedora nunca mais apareceu 


* Coluna da antiga Zero Hora, de Porto Alegre, publicada na editoria de polícia

segunda-feira, 8 de julho de 2019

CÉSAR DE MARCHI




Nos meus últimos anos de trabalho, até me aposentar, eu era um dos editores que, aos sábados, comandava a operação de atualização das notícias da manhã para a edição de domingo do jornal Zero Hora.
Meus braços direito e esquerdo eram a Sandra Valentini e o César de Marchi, secretários gráficos, responsáveis pela conexão com a área gráfica e a comercial. Muitas decisões sobre parar as máquinas para incluir uma notícia nova ou mudar a capa do jornal 
eram tomadas com base nas opiniões deles.
Afora aqueles dias em que tudo acontecia - a morte do papa, o ônibus espacial que explodiu, o furacão Catarina - tínhamos tempo de papear. E acabamos amigos. O César tem comigo uma afinidade a mais: ambos somos apaixonados por música. Ele sabe tudo de blues, e me indicou vários bluseiros que se tornaram indispensáveis na minha discoteca, como John Mayer e JJ Cale. Quando troquei de aparelho de som foi a ele que presenteei com o meu Gradiente.
César também aprecia e conhece vinhos - sua família planta uvas e tem cantina lá na Serra. Me dava dicas de vinhos bons e baratos, ao alcance de nossos orçamentos.
Pois hoje à noite, ouvindo o excelente CD The Breeze, An Appreciaton of JJ Cale, com Eric Clapton, Mark Knopfler, John Mayer, Willie Nelson e outros monstros sagrados do blues, voltei a me perguntar: que fim levou César de Marchi?
Depois que saiu de Zero Hora, o cara sumiu. Sumiu sumido. Não tem nada dele no google, no face, e  desde 2018 nenhum familiar, amigo ou conhecido teve notícias dele.

Mas na minha memória, e dos familiares e amigos,  terá sempre um merecido lugar de honra.  



César na redação de Zero Hora.
 Foto do álbum de sua filha Fernanda de Marchi


sexta-feira, 5 de julho de 2019

segunda-feira, 1 de julho de 2019

TWILIGHT TIME