domingo, 1 de julho de 2018

QUEM PRECISA DE PSIQUIATRA?




"Tu tá achando que eu tou louco?", reagiu um colega de trabalho quando eu sugeri que ele fizesse terapia, se possível com médico psiquiatra. Se ele tivesse aceitado a sugestão certamente teria superado com muito menos sofrimento, os problemas pessoais e profissionais que vinha enfrentando.
Não que encarar um terapeuta seja fácil, especialmente para os homens. Falo por experiência própria. Na minha primeira "temporada", só consegui começar a falar de mim depois de uns seis meses de sessões semanais. Depois fui encarando com naturalidade os questionamentos do psiquiatra. 
Anos depois, nova temporada. Com a ajuda do médico - terapêutica e medicamentosa - consegui juntar os cacos  do que havia se tornado a minha vida. 
Uma sessão por semana era pouco, mas depois de um ano eu já havia conseguido me reorganizar. Até hoje, e já lá se vão 20 anos, continuo a rever o "meu" psiquiatra, e agora amigo, uma vez por mês.  Conversamos sobre viagens, política, vinhos, lembranças e, claro, os meus problemas, que, como os de todo mundo, não são poucos. 
Fico pensando o que teria acontecido comigo sem este apoio. Um profissional preparado, experiente,  pode, com a avaliação correta de uma situação,  fazer com que o paciente mude a rota de sua vida e evite a colisão, um desastre. 
Penso também em tantas pessoas que , com  terapia e/ou medicamentos, poderiam, e poderão,  ter uma vida melhor, muito melhor.