domingo, 30 de setembro de 2018

CRIANÇAS ADULTAS




sábado, 22 de setembro de 2018

SURREAL



sexta-feira, 21 de setembro de 2018

CAMPO GRANDE

CAPITAL COM ARES DE INTERIOR



Até 1977, quando foi escolhida para capital do recém criado estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande tinha 180 mil habitantes. Em menos de 40 anos, sua população pulou para quase 900 mil. Gaúchos, goianos, mineiros, paranaenses, paulistas, paraguaios e bolivianos, entre outros migrantes, mudaram rapidamente  a fisionomia da cidade. Com avenidas largas, parques enormes, moderna e arborizada, Campo Grande tem a sua paisagem recortada por centenas de edifícios recém construídos. Mas é em casas, quase todas com árvores no quintal, que vive a grande maioria dos moradores. 
Situada no centro geográfico do estado,  a meio caminho dos rios Paraná (divisa com São Paulo) e Paraguai (fronteira com o Paraguai), a cidade tem clima de cerrado - seis meses secos, outros seis chuvosos. Em seu aeroporto internacional chegam levas de turistas brasileiros e estrangeiros  ávidos por conhecerem o pantanal e sua joia mais preciosa: Bonito. 
A capital tem uma excelente infraestrutura para o turismo, com bons hotéis, restaurantes e shoppings. 
É uma cidade hospitaleira, jovem, vibrante, luminosa. 








D.PEDRO II PARA PRESIDENTE



O perfil ideal para presidente da República é o de Dom Pedro II: preparado para exercer o poder, austero nos gastos pessoais e públicos, tolerante com os adversários e com a imprensa, excelente administrador, culto, viajante incansável, curioso insaciável , avesso aos cerimoniais e um homem que colocou a paixão pelo Brasil e os brasileiros acima de tudo - até do seu trono. Esta é a imagem que fica do imperador do Brasil de 1840 até 1889 depois da leitura da biografia escrita por José Murilo de Carvalho e editada pela Companhia das Letras.




Para um país traumatizado por uma sucessão de governantes que colocaram seus interesses pessoais e político-partidários acima dos da nação, Pedro de Alcântara representou uma rara exceção. Só Getúlio Vargas conseguiu alcançar a mesma dimensão como estadista.
Aclamado imperador aos cinco anos de idade, após a abdicação de seu pai, que voltou para Portugal, Pedro II passou os dez anos seguintes aos cuidados de tutores que o educaram. Órfão de mãe com um ano de idade e de pai com nove, dedicou-se aos estudos e ao assumir o trono, aos 15 anos, já demonstrava surpreendente habilidade política ao montar um ministério em que mesclava a experiencia com a juventude, a prudência com a ousadia.
O país que herdara enfrentava rebeliões separatistas e problemas políticos, sociais e econômicos agravados por uma década de governos provisórios.
Em poucos anos, o jovem imperador pacificou a nação e organizou o governo. Sua forma de administrar é um exemplo para empresas que se dizem modernas mas que, no fundo, usam, quase sem exceção, a velha técnica do "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Como chefe de governo, reunia o ministério diariamente, ouvia os relatos dos ministros, trocava idéias com eles e, muitas vezes, acatava o ponto de vista da maioria. Definia as prioridades e deixava a execução dos projetos a cargo de cada ministro. Visitava obras, escolas e hospitais para conferir se suas diretrizes estavam sendo cumpridas.
Avesso a festas e beija-mãos, reduziu a um mínimo o seu quadro de servidores, e aplicava boa parte dos seus rendimentos em obras sociais. Sustentava cientistas e artistas com bolsas de estudos no país e no Exterior. Suas viagens aos Estados Unidos e à Europa foram custeadas com empréstimos bancários pessoais. A imprensa tinha total liberdade - para ele, os jornais eram as janelas por onde vislumbrava a realidade do país - mesmo quando o atacavam, e à sua família, da forma mais torpe. Era respeitado nos Estados Unidos e na Europa como estadista e como sábio.
Apeado do poder e expulso do país por um golpe liderado por militares, viveu modestamente, em hotéis europeus de segunda classe, até falecer, em 4 de dezembro de 1891, em Paris, aos 66 anos. Duzentas mil pessoas acompanharam o cortejo da igreja da Madeleine até a estação de trem. O corpo seguiu para Portugal, onde foi enterrado. No Brasil, manifestações espontâneas de pesar tomaram as ruas, apesar da hostilidade do governo republicano, que se recusou a decretar luto oficial e nem ao menos mandou representantes ao enterro.
Mas o livro não tem apenas os aspectos positivos da biografia de Dom Pedro II. Revela suas fraquezas, seus amores fora do casamento, a paixão pela condessa de Barral (que durou toda a vida), a condescendência para com a escravidão - à qual se opunha, mas não teve apoio político e coragem de extinguir -, e a sua postura impiedosa na guerra contra o Paraguai. Foi dele a decisão de massacrar o povo paraguaio até o quase extermínio, mesmo depois de Solano Lopez estar militarmente vencido.
Seus acertos, no entanto, superaram em muito os erros. E os governos que o sucederam, marcados pela politicagem, as ambições pessoais e a falta de patriotismo comprovaram a importância que os quase 49 anos do segundo reinado tiveram para o Brasil.
"O problema do Brasil não é a República nem a Monarquia. É a oligarquia absoluta".
Machado de Assis