segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

CASAPUEBLO, A ESCULTURA DE VILLARÓ



"Casapueblo é minha escultura habitável"
(Carlos Páez Vilaró, 1/11/1923 - 24/2/2014)







Vinícius de Moraes, Astor Piazolla, Dorival Caimmy, Pablo Picasso, Albert Schweitzer. Ao longo de seus 91 anos, Carlos Vilaró  falecido no dia 24 de fevereiro de 2014, cultivou um círculo de amizades invejável. Uma parede da Casapueblo é dedicada aos registros fotográficos dos encontros dele com personalidades como Picasso, na Espanha, e Schweitzer na África, onde participou da produção de um documentário sobre a vida de tribos da Costa do marfim, Zaire e República dos Camarões.
Membro de uma tradicional família uruguaia, Vilaró começou sua carreira em Montevidéu. Dali seguiu para Buenos Aires e depois tornou-se um cidadão do mundo. Morou em Nova York, São Paulo, em diversos países da Europa, na Polinésia e na África. Os murais são a marca deixada por ele nas cidades onde viveu.
Sua biografia tem um episódio trágico: Carlitos, seu filho mais velho, fazia parte da equipe de rubgy que em 13 de outubro de 1972 sobrevoava os Andes quando o avião sofreu uma pane e caiu. Todos foram tidos como mortos, mas Vilaró acreditou no presságio de uma vidente para quem o filho estava vivo. Acompanhou as equipes de resgate até que alguns sobreviventes foram encontrados, no dia 22 de dezembro - entre eles Carlitos. O drama nos Andes foi transformado em livro (Os Sobreviventes) e em filme (Vivos!).



Escultura arquitetônica encravada no penhasco de Punta Ballena, 15 quilômetros ao sul de Punta del Este, Casapueblo é um ponto de visitação obrigatória que muitas vezes passa despercebido pelos turistas. Suas paredes e torres brancas arredondadas, de linhas irregulares, contrastam com o verde dos campos e o azul do céu e do mar, em cenário surrrealista. No prédio funcionam uma exposição permanente do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró,  seu idealizador e construtor, e um hotel com 60 apartamentos.
A fascinante história da Casapueblo justifica uma ida a Punta Ballena. Construída há 47 anos para ser atelier e refúgio do Vilaró, a casa era apenas um barracão de folhas de zinco onde pintores, músicos, escultores, pescadores e andarilhos confraternizavam e, no inverno, se abrigavam do vento e do frio. Em 1978 a ditadura uruguaia desconfiou que a "Casa de Lata", como se tornou conhecida, poderia ser uma ameaça ao regime, e deu 24 horas para que fosse desmanchada.
Mais tarde, em seu lugar, Vilaró e um pequeno grupo de amigos iniciaram uma nova construção, com sobras de demolições. Não havia um projeto arquitetônico. As paredes eram erguidas conforme a intuição do artista, e só depois de 30 anos de trabalho o prédio tomou a forma atual. Em vez da casinha de lata, um enorme conjunto de salas, quartos, corredores, terraços. Cada espaço ganhou um nome: Caminho Ernesto Sábato, Largo de Jorge Amado, John Lennon Square, Proa de Salvador Dali.

A Casapueblo se tornou num reduto de músicos, escritores, poetas, pintores de todo o mundo que passavam pelo Uruguai. Vinícius de Moraes foi um dos convidados a passar uma temporada num dos apartamentos de onde se descortina o deslumbrante panorama da região. Os altos custos de manutenção do prédio forçaram Carlos Vilaró a arrendar a ala habitacional para um grupo hoteleiro argentino, que a reformou e a transformou num confortável hotel, com piscina, 20 mirantes e 30 terraços. Lá também funciona um restaurante, de onde se pode ver o mais belo por-de-sol da região.




Punta Ballena: qualquer semelhança com uma baleia não é mera coincidência...






A CASA DE PORORÓ...

Aqui Vinicius de Moraes compôs "A Casa", de brincadeira, para seus netos.
Acabou sendo gravada e fez sucesso:

"Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque a casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque a casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero".
O texto original terminava assim:
"...mas era feita com pororó, era a casa do Vilaró".

sábado, 1 de dezembro de 2007

ARRAIAL DA AJUDA, PORTO SEGURO, BAHIA

 
Desembarcar em Porto Seguro, atravessar o rio Buranhém de balsa e chegar ao Arraial é sempre emocionante.


A paisagem fica mais linda no fim da tarde.

MATO, RIO, MAR

A poucos metros da praia da Pitinga, o canto dos pássaros e o cheiro de mato.
Mother nature's son. Depois de um banho de mar, um mergulho no rio Taípe.

LAGOA AZUL


A Lagoa Azul era atração turística, junto com a cascata que caía da falésia. A lama de suas margens deixava a pele macia, e cobrir o corpo com ela era um ritual obrigatório dos visitantes. Mas as águas do riacho que a formava foram drenadas e a lagoa secou. Ficou apenas na memória e nas fotos de quem teve o privilégio de curtí-la.

TAÍPE

Prainha particular. Lá no fundo, Trancoso.


Rochas enfeitam a praia do Taípe, entre o Arraial e Trancoso.

PITINGA

As águas limpas do riacho Pitinga, junto ao mar


O vento e a chuva fazem esculturas na falésia colorida

BELEZA PURA




A praia da Pitinga num dia de semana

CORAIS DO ARRAIAL DA AJUDA, BAHIA



Uma barreira de corais emerge na maré baixa e permite que se ande centenas de metros mar adentro

VAMOS À PRAIA?

O caminho do mar antigamente era assim


Agora, no lugar do mato, pousadas sofisticadas