sábado, 30 de setembro de 2017

ANCIONATO MARIANA

UMA CASA DE REPOUSO




Dona Suelly no dia do seu 98º aniversário, em 9/6/2017

A decisão de internar um pai ou uma mãe numa geriatria é sempre difícil, dolorida. Tirar uma pessoa de sua casa e colocá-la num lugar onde passará a conviver com outros idosos que não conhece, cuidada por funcionárias muitas vezes despreparadas - sem falar em casos de maus tratos - é sempre a última opção de uma familia que não tem como solucionar o problema de outra forma. 
Foi o caso de minha sogra,  Suelly Orsini Lobato. Até os 93 anos ela fazia questão de cuidar da casa e cozinhar para ela e o filho mais velho, com quem morava, mesmo caminhando com andador. Mas em 2012 sofreu uma queda, fraturou uma perna e passou a necessitar de cadeira de rodas. Como as outras cinco filhas moram em  cidades de outros estados - só há dois anos uma delas,  Lizete, depois de se aposentar, veio morar no Imbé  - Lais e eu tivemos que buscar uma solução. Visitamos várias geriatrias, no Litoral: dona Suelly não admtia ficar longe de seu filho, que necessita de cuidados especiais. 
Acabamos optando pelo Ancionato Mariana, em Mariluz.  A proprietária,  Neila Pereira, uma técnica em enfermagem, é  obcecada pela limpeza, a alimentação e pelo cuidado na administração dos medicamentos, tarefa que executa pessoalmente. 
É um lugar simples mas bem equipado, onde tudo funciona, e os idosos são tratados com respeito e carinho.  Neila e suas auxiliares conquistaram a confiança de dona Suelly, e a nossa.
Desde então praticamente nos mudamos para o Imbé, para poder dar o apoio a ela.  Vamos visitá-la a cada poucos dias, e estamos em contato permanente. Para poder viajar por 20 dias, nas férias, temos que montar um esquema para não deixá-la desassistida. 
Nesses cinco anos e meio, o único problema sério que ocorreu foi quando uma das filhas que veio visitá-la e insistiu em levá-la para o apartamento que alugara. Deixou-a cair, e ela sofre até hoje as consequências de um braço fraturado.
Na sua nova casa ela  passa as tardes vendo filmes de sua coleção de dvds e mantém sua boa saúde,  continua lúcida e falante, apesar de seus 98 anos.  
E nós só temos a agradecer à equipe do Ancionato Mariana por todos estes anos de cuidados e atenção e a Deus por nos proteger nesta jornada.  



Dezembro de 2015. 
Da direita para a esquerda: as filhas Lizete e Lais, dona Suelly, Neila e Clovis


  

domingo, 24 de setembro de 2017

ECOLOGISTAS DO SÉCULO 19



"Vista de um mato virgem que se está reduzindo a carvão", tela de Félix-Émile Taunay 



Preste atenção nesta tela (clique sobre ela para ampliar).  Na metade direita,  árvores frondosas, um riacho descendo em cascatas que formam um laguinho. Na esquerda, desolação: árvores cortadas, centenas de troncos no chão,  fogo ao longe. A obra denuncia a devastação das florestas para o plantio de café na região do Rio de Janeiro, em 1843. 




Félix-Émile Taunay (1795-1881) , então diretor da Academia Imperial de Belas Artes, havia herdado, junto com o irmão mais velho Carlos,  um lote de terra de seu paí,  o pintor Nicolas-Antoine Taunay, que viveu no Brasil de 1816 até 1821, quando voltou à França. 
Os irmãos se horrorizaram com a derrubada das matas para o plantio de café. Carlos escreveu um livro, "Manual do Agricultor Brasileiro", no qual denunciava o desmatamento. que já causava efeitos no clima e nos mananciais de água da região, e apelava pela sua preservação. Félix pintou a tela que se tornou um libelo a favor da ecologia, movimento que contou com o apoio de políticos e intelectuais como José Bonifácio, Joaquim Nabuco, Gonçalves Dias e Manuel Araujo Porto Alegre.
Em 1862, dezenove anos depois da exposição da tela, o imperador Dom Pedro II aprovou um plano de reflorestamento da Tijuca, que se tornou a maior  floresta urbana do mundo.


MERCADO PÚBLICO DE PORTO ALEGRE - 1970


              Foto produzida para a cadeira de fotografia do curso  de Jornalismo da UFRGS

sábado, 23 de setembro de 2017

FLORAIS FUNCIONAM!


Quando os florais começaram a se popularizar, lá pelos anos 1990, eu achava que essas fórmulas feitas à base de essências florais eram inócuas. Mais um modismo, que passaria logo. Até que um dia eu estava muito estressado com uma obra, tomei e em minutos a minha brabeza  passou. 
Desde então fiquei fã dos florais. Até o cachorro toma, quando está ansioso demais - existem os específicos para pets, e também para crianças.
Os florais de Bach e de Saint German atuam sobre o estado emocional e não têm nenhuma contraindicação ou efeito colateral. O campeão de vendas é o Rescue, do socorro e do resgate, para ser tomado em casos de estresse. Reequilibra a energia, com efeito imediato. Outro imprescindível é um sonífero natural. Bastam seis gotinhas antes de dormir.  
Os florais são encontrados nas farmácias de manipulação e em algumas redes de drogarias. 

Os florais e suas propriedades:





(clique sobre a foto para ampliá-la)




quinta-feira, 7 de setembro de 2017

PARASITAS, VEGETAIS E HUMANOS







Este cinamomo florido exala seu perfume num belo dia de primavera. Parece forte e saudável, mas não é. Metade dele já foi tomado por um parasita, a Erva de Passarinho. 
Entre os vegetais há várias espécies de plantas que não têm capacidade de retirar seu alimento da terra. Se alimentam da seiva de outras árvores, como esta. A Erva de Passarinho tem este nome, dado pelos indígenas, porque suas sementes são deixadas nos galhos de árvores pelos passarinhos. Ali elas germinam e suas raízes penetram até o interior do caule da hospedeira e  sugam a seiva. 





Com o tempo, a planta parasita cresce e se desenvolve. 
A hospedeira, enfraquecida, começa a definhar e finalmente morre, como estes cinamomos, que já não têm mais folhas e nem florescem na primavera. 
Por fim, sem alimento, a Erva de Passarinho também morrerá. 


Entre os humanos também há parasitas. Acham que estudar, trabalhar, dar duro para "ganhar a vida",  é para os trouxas.  
São sustentados pelos pais,  depois por maridos ou esposas, ex-maridos ou ex-mulheres, avós, filhos, netos.  
Geralmente têm alguma doença mental.  Uns poucos são ricos herdeiros.  Mas muitas vezes se trata apenas de  vagabundos, preguiçosos, irresponsáveis, egoistas. 
Parasitas.







Epílogo: depois de matar a hospedeira, a parasita tomba.