"Vista de um mato virgem que se está reduzindo a carvão", tela de Félix-Émile Taunay
Preste atenção nesta tela (clique sobre ela para ampliar). Na metade direita, árvores frondosas, um riacho descendo em cascatas que formam um laguinho. Na esquerda, desolação: árvores cortadas, centenas de troncos no chão, fogo ao longe. A obra denuncia a devastação das florestas para o plantio de café na região do Rio de Janeiro, em 1843.
Félix-Émile Taunay (1795-1881) , então diretor da Academia Imperial de Belas Artes, havia herdado, junto com o irmão mais velho Carlos, um lote de terra de seu paí, o pintor Nicolas-Antoine Taunay, que viveu no Brasil de 1816 até 1821, quando voltou à França.
Os irmãos se horrorizaram com a derrubada das matas para o plantio de café. Carlos escreveu um livro, "Manual do Agricultor Brasileiro", no qual denunciava o desmatamento. que já causava efeitos no clima e nos mananciais de água da região, e apelava pela sua preservação. Félix pintou a tela que se tornou um libelo a favor da ecologia, movimento que contou com o apoio de políticos e intelectuais como José Bonifácio, Joaquim Nabuco, Gonçalves Dias e Manuel Araujo Porto Alegre.
Em 1862, dezenove anos depois da exposição da tela, o imperador Dom Pedro II aprovou um plano de reflorestamento da Tijuca, que se tornou a maior floresta urbana do mundo.
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