segunda-feira, 8 de julho de 2019

CÉSAR DE MARCHI




Nos meus últimos anos de trabalho, até me aposentar, eu era um dos editores que, aos sábados, comandava a operação de atualização das notícias da manhã para a edição de domingo do jornal Zero Hora.
Meus braços direito e esquerdo eram a Sandra Valentini e o César de Marchi, secretários gráficos, responsáveis pela conexão com a área gráfica e a comercial. Muitas decisões sobre parar as máquinas para incluir uma notícia nova ou mudar a capa do jornal 
eram tomadas com base nas opiniões deles.
Afora aqueles dias em que tudo acontecia - a morte do papa, o ônibus espacial que explodiu, o furacão Catarina - tínhamos tempo de papear. E acabamos amigos. O César tem comigo uma afinidade a mais: ambos somos apaixonados por música. Ele sabe tudo de blues, e me indicou vários bluseiros que se tornaram indispensáveis na minha discoteca, como John Mayer e JJ Cale. Quando troquei de aparelho de som foi a ele que presenteei com o meu Gradiente.
César também aprecia e conhece vinhos - sua família planta uvas e tem cantina lá na Serra. Me dava dicas de vinhos bons e baratos, ao alcance de nossos orçamentos.
Pois hoje à noite, ouvindo o excelente CD The Breeze, An Appreciaton of JJ Cale, com Eric Clapton, Mark Knopfler, John Mayer, Willie Nelson e outros monstros sagrados do blues, voltei a me perguntar: que fim levou César de Marchi?
Depois que saiu de Zero Hora, o cara sumiu. Sumiu sumido. Não tem nada dele no google, no face, e  desde 2018 nenhum familiar, amigo ou conhecido teve notícias dele.

Mas na minha memória, e dos familiares e amigos,  terá sempre um merecido lugar de honra.  



César na redação de Zero Hora.
 Foto do álbum de sua filha Fernanda de Marchi


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