sábado, 1 de junho de 2019

SOY LOCO POR TI, GDA





Miami, capital da América Latina


Muitos brasileiros - inclusive jornalistas - desconhecem e até desprezam os países da América Latina. As informações que nos chegam são produzidas com o enfoque das agências de notícias e redes de televisão  norte-americanas e europeias,  para quem o hemisfério sul só é notícia se acontece alguma catástrofe, golpe militar ou algo grotesco.
Para furar este bloqueio,  defender interesses comuns e captar publicidade foi criado em 1991 o GDA - Grupo de Diarios America -, uma associação de jornais latino-americanos cujos primeiros membros foram o La Nación, da Argentina, o El Mercurio, do Chile, e O Globo, do Brasil. Outros jornais de prestígio, do México, da Costa Rica, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, do Peru e do  Uruguai,  passaram a participar do grupo, entre eles Zero Hora, de Porto Alegre. Por uma questão de logística a cidade escolhida para sede foi Miami, nos Estados Unidos.
Os jornais passaram a trocar informações, reportagens e fotos que não eram distribuídas pelas agências de notícias americanas e europeias. Um editor, baseado em Miami,  foi contratado para coordenar o trabalho de garimpar assuntos, fazer contatos e distribuir o material  produzido pelos diários. 
Os jornalistas indicados pelos seus diários para representá-los se reúnem periodicamente em Miami ou numa das cidades onde os jornais são publicados  para a troca de ideias e a produção de pautas conjuntas.  Zero Hora participou do grupo de 1999 a 2003, e nesses cinco anos fui o editor do GDA. 
Apaixonado pela América Latina, participei com entusiasmo das reuniões, que duravam dois dias.
Nesse período, Zero Hora publicou muitas matérias do grupo, principalmente de economia, coberturas de assuntos ignorados pelas agências de notícias e cadernos de turismo. 
Mas o que me dava mais prazer era sair para jantar com os  colegas, alguns dos quais se tornaram meus amigos. Comíamos, bebíamos e, mais do que tudo, falávamos sobre o que estava acontecendo nos nossos países. 
Foi um dos maiores, e o mais prazeroso desafio que enfrentei em minha carreira.




 GDA: o prazer de um bom papo. No fundo, à esquerda, a editora Lyng-Hou Ramirez Hung, uma das mais talentosas jornalistas com quem trabalhei. 


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