terça-feira, 11 de junho de 2019

O PIANO IMAGINÁRIO





Desde sempre eu curti música, mesmo estando em silêncio. Bebê, eu me agitava, batia bracinhos e perninhas, quando o rádio tocava certas músicas de que eu gostava. 
Sempre tem alguma música na minha cachola - Bach, Mozart, Chico Buarque, Beatles, Stones. Às vezes tenho que fazer um esforço para trocar de música. Aparece até uma velha canção alemã, perdida lá no fundo da memória, da qual só me lembro o refrão: " So schoen, schoen war die zeit" - tão lindo, lindo era aquele tempo.
O ouvido musical já me fez pagar um baita mico. Eu tinha uns sete, oito anos, quando uma vizinha veio contar para a minha mãe que vira o filho dela tocando um piano imaginário, caminhando na volta da escola. 
Na época passei vergonha. Hoje, agradeço por esta dádiva. 
Como dizia Artur da Távola, "música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão".


Foto: o piano de Liane Leipnitz

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