terça-feira, 18 de junho de 2019
DESGOSTEI DE GAROPABA
A minha turma da faculdade de Jornalismo da Ufrgs, que tinha 20 e poucos anos no início da década de 70, teve em Garopaba o seu primeiro paraíso.
Íamos de carona, de ônibus ou nos amontoávamos no fusca ou no Gordini de algum amigo mais abonado, e todo o cansaço da viagem de 380 quilômetros era compensado por aquela paisagem deslumbrante, águas cristalinas e um povo amável, que nos via como uns bichos diferentes mas inofensivos.
Dormíamos em qualquer lugar ( o hotel do Lobo era a opção mais confortável, mas até as barracas dos pescadores nos serviam), comíamos qualquer coisa. Eram dias de paz e felicidade, e as "indiadas" das viagens se tornavam assunto dos intervalos das aulas.
Com o passar dos anos, mais e mais porto-alegrenses e gaúchos descobriram as praias catarinenses, e Garopaba mudou rapidamente. Prédios e condomínios brotavam por todos os lados. Até as colinas tão lindas, junto ao mar, foram tomadas por construções, e os campos, onde a única preocupação eram os bois brabos, passaram a ter cercas delimitando as propriedades.
Muita gente continua achando a cidade - agora é uma cidade - um lugar adorável para morar ou passar o verão.
Para mim, o encanto acabou.
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Nas fotos, do Natal de 1994, a Garopaba bucólica, e no alto da colina um símbolo do desrespeito para com a natureza.
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