domingo, 23 de dezembro de 2018

MORRO DO FERRABRÁS





Sabe aquele domingo de sol em que você está em Porto Alegre e não sabe onde ir?
Foi num domingo desses que conheci o Morro do Ferrabrás, em Sapiranga. Fica perto, apenas 60 quilômetros, e o visual lá de cima, a 779 metros de altura, é lindíssimo.
Todo morro é preservado, e se pode passar uma tarde junto à natureza, vendo a moçada da região saltar de paraglider e asa delta.
Só tem duas coisas: a estrada até o alto do morro é de chão batido. Ou se sobe a pé ou num carro razoável. E lá em cima não tem bar, nem quiosque, nem banheiro (fique à vontade para usar uma árvore...).
Antes de se tornar conhecido pela sua rampa de vôo livre, na década de 70, o Ferrabrás era citado apenas nos livros de história. Foi lá que viviam os Mucker (falsos religiosos, em alemão), comunidade de filhos e netos de imigrantes alemães. Eles acreditavam que Jacobina Metz Maurer tinha poderes mediúnicos para curar, e seu marido João Jorge Maurer se tornou um líder religioso.
Os mucker acabaram se isolando dos demais colonos, com sua religião própria. Rejeitaram até o ensino oficial, encarregando-se eles próprios da educação dos filhos.
Hostilizados, reagiram às tentativas de prisão de seus líderes e depois de um ano de escaramuças com as forças policiais, entre 1873 e 1874, acabaram todos mortos - entre eles João e Jacobina) - ou presos. Oficialmente viviam no Ferrabrás 274 mucker, mas o total de seguidores chegou a quase mil.
Houve baixas também entre os militares. A mais importante delas foi Genuíno Sampaio, o coronel Genuíno,que virou nome de uma rua do centro de Porto Alegre.





Esta foto é do site da prefeitura municipal de Sapiranga

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