domingo, 28 de junho de 2009

CINEMA MOINHOS DE VENTO




Cada vez que a Mega Sena fica acumulada os repórteres fazem a mesma (e criativa) pergunta aos ansiosos apostadores: o que você vai fazer com os 55 milhões de reais???
Pois se algum dia eu for entrevistado, tenho a resposta na ponta da língua: vou comprar o local onde funcionava o cinema Moinhos de Vento, que depois mudou o nome para Coral (1 e 2) e está à espera de um empreendedor que queira fazer bom uso daquele espaço, até hoje disponível sem que nem ao menos uma igreja evangélica tenha se interessado por ele.
É muito desaforo.
Nos anos 60/70, ir ao Moinhos de Vento ( o cinema, não o shopping) aos sábados à noite era pra lá de chique. Mesmo que o filme não fosse grande coisa, a curtição estava sempre garantida. Rapazes e moças vestiam suas melhores roupitchas. Muito namoro começava ali.
Eu deixaria o local como era naquela época. Poltronas macias, ar condicionado perfeito, uma sala só (nada de 1, 2,3, 4,5). Só acrescentaria um esquema de segurança para garantir a tranquilidade dos frequentadores na calçada em frente ao prédio. As sessões seriam apenas à noite. O cinema se harmonizaria perfeitamente ao circuito de bares e restaurantes da Calçada da Fama, da rua Padre Chagas e transversais, a face cosmopolita de Porto Alegre.
Já pensou? Ver um filme às oito da noite e depois jantar no Orquestra de Panelas?
Levar a namorada para uma happy hour num café e depois ver um filme, no escurinho?
A reestréia seria em grande estilo: os convidados - muitos, para lotar o cinema - seriam recebidos com champanha e canapés (nem pensar em pipocas). Depois assistiriam Um Tiro no Escuro, genial comédia de Blake Edwars com Peter Sellers que muita gente deve ter visto lá na década de 60.
Ah, se me entrevistarem...
Ah, se eu ganhar na mega...

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