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terça-feira, 30 de dezembro de 2008
VEÍCULO DO FUTURO
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sábado, 27 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
EU SOU UM CARANGUEJO!

É isso mesmo, aquele crustáceo encontrado nas praias e mangues, identificado pela carapaça e a forma de andar, sempre para os lados. O editor de um dos mais acessados sites de e para jornalistas de Porto Alegre carimbou de caranguejos aqueles que se insurgem contra as obras modernizadoras da cidade.
A última delas - motivo da reação irada - é a compra do Pontal do Estaleiro, uma área da beira do rio Guaíba onde funcionava um estaleiro falido há alguns anos, por um grupo de empresários para a construção de um condomínio de edifícios residenciais de altissimo luxo. Por ser um terreno de uso público, o projeto teve que ser aprovado pela Câmara de Vereadores, e acabou gerando uma discussão apaixonada entre os autoproclamados modernizadores e os defensores da preservação da orla do rio para uso público.
Ao longo de sua história - e de forma mais intensa depois da década de 60 - Porto Alegre foi sistematicamente agredida pelas empresas de construção civil interessadas apenas no lucro fácil. Elas botaram abaixo praticamente todos os casarões e edifícios pequenos do centro da cidade, substituindo-os por caixotes de concreto. Administradores públicos, também "modernizadores", fizeram a sua parte, construindo um muro ao longo do porto, supostamente para prevenir enchentes. Viadutos e túneis completaram o trabalho de destruição da área central, hoje decadente e abandonada.
Pois eu me orgulho de ter sido sempre um caranguejo. Gostaria de ver a cidade preservada, como Paris e as cidades européias que os tais modernizadores tanto gostam de visitar para apreciar o que aqui põe abaixo. Gostaria do rio despoluído e acessível para todos. Gostaria do pampa sem florestas de pinheiros.
Estou em ótima companhia. A de jornalistas que não se renderam à pressão dos donos das empresas de comunicação (sempre aliados dos empreendedores, de olho nos anúncios e, no caso de alguns, também construtores) nem aos mimos dos empreendedores. De ambientalistas com senso crítico e visão de futuro. De vereadores que não cederam à tentação das ofertas de ajuda para campanhas eleitorais.
Como eles, também sou um caranguejo.
A última delas - motivo da reação irada - é a compra do Pontal do Estaleiro, uma área da beira do rio Guaíba onde funcionava um estaleiro falido há alguns anos, por um grupo de empresários para a construção de um condomínio de edifícios residenciais de altissimo luxo. Por ser um terreno de uso público, o projeto teve que ser aprovado pela Câmara de Vereadores, e acabou gerando uma discussão apaixonada entre os autoproclamados modernizadores e os defensores da preservação da orla do rio para uso público.
Ao longo de sua história - e de forma mais intensa depois da década de 60 - Porto Alegre foi sistematicamente agredida pelas empresas de construção civil interessadas apenas no lucro fácil. Elas botaram abaixo praticamente todos os casarões e edifícios pequenos do centro da cidade, substituindo-os por caixotes de concreto. Administradores públicos, também "modernizadores", fizeram a sua parte, construindo um muro ao longo do porto, supostamente para prevenir enchentes. Viadutos e túneis completaram o trabalho de destruição da área central, hoje decadente e abandonada.
Pois eu me orgulho de ter sido sempre um caranguejo. Gostaria de ver a cidade preservada, como Paris e as cidades européias que os tais modernizadores tanto gostam de visitar para apreciar o que aqui põe abaixo. Gostaria do rio despoluído e acessível para todos. Gostaria do pampa sem florestas de pinheiros.
Estou em ótima companhia. A de jornalistas que não se renderam à pressão dos donos das empresas de comunicação (sempre aliados dos empreendedores, de olho nos anúncios e, no caso de alguns, também construtores) nem aos mimos dos empreendedores. De ambientalistas com senso crítico e visão de futuro. De vereadores que não cederam à tentação das ofertas de ajuda para campanhas eleitorais.
Como eles, também sou um caranguejo.
A melhor obertura do caso do Pontal do Estaleiro é do site de Érico Valduga.
Confira em www.ericovalduga.com.br
domingo, 7 de dezembro de 2008
FRANKFURT
Centro financeiro da União Européia, Frankfurt é a mais internacional das grandes cidades alemãs. Um em cada três dos seus 670 mil habitantes nasceu fora da Alemanha.
Tornou-se conhecida como um local de grandes feiras internacionais, de automóveis a livros.
A cidade tem um lado moderno, com alguns dos maiores e modernos edifícios da Europa, mas o passado é preservado.
O centro histórico, devastado pelos bombardeios no final da Segunda Guerra Mundial, foi totalmente reconstruído, e mantém as mesmas características de antes.
Realejo, a tradição que permanece.
Tornou-se conhecida como um local de grandes feiras internacionais, de automóveis a livros.
A cidade tem um lado moderno, com alguns dos maiores e modernos edifícios da Europa, mas o passado é preservado.
O centro histórico, devastado pelos bombardeios no final da Segunda Guerra Mundial, foi totalmente reconstruído, e mantém as mesmas características de antes.

FRANKFURT
FRANKFURT
FRANKFURT
FRANKFURT


Meus ascendentes estavam entre as primeiras levas de alemães que vieram para o Brasil, no século dezenove.
Sou, portanto, brasileiríssimo. Mesmo assim, fiquei comovido ao pisar em solo alemão.
Foi apenas um dia, numa escala de um vôo de volta dos Emirados Árabes, em março de 1994. Caminhei pelo centro da cidade, almocei salsicha bock com chucrute e um copo de apfelwein (vinho de maçã). Me senti em casa - as pessoas se pareciam comigo -, e fui tratado com muita amabilidade.
Até arrisquei algumas palavras em alemão, em locais onde ninguém falava inglês. Como diria o poeta Mário Quintana, matei as saudades de um lugar onde nunca estive...
sábado, 29 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
UM PASSEIO A SÃO JOSÉ DO NORTE
A imponente igreja de São José, em estilo colonial com barroco. Sua construção foi iniciada em 1832 e concluída em 1860..


Você é meu convidado para um passeio visual até São José do Norte, cidade localizada na margem norte do canal de acesso ao único porto de mar do Rio Grande do Sul e um dos maiores do Brasil, o de Rio Grande. Com tempo bom, é uma viagem de quase uma hora de barco pela Lagoa dos Patos.
Os barcos de passageiros saem do porto velho, situado no centro de Rio Grande, junto ao Mercado Público. Como não há ponte entre as duas cidades, os barcos são a única opção dos moradores.

Estamos chegando a São José do Norte. As torres da Igreja de São José se destacam na paisagem da cidade.
Caminhões e carros são transportados em balsas.
Pela Lagoa dos Patos é possível navegar de Rio Grande até Porto Alegre e admirar paisagens deslumbrantes. Até a década de 1950, havia linhas regulares de barcos de passageiros entre as duas cidades. Depois do asfaltamento da BR 116 até a fronteira com o Uruguai, viajar de ônibus de Porto Alegre a Pelotas e Rio Grande se tornou muito mais rápido, e a hidrovia passou a ser usada apenas para o transporte de cargas.





É uma lástima não haver uma linha de barcos modernos, de alta velocidade, como existe no Rio da Prata entre Buenos Aires, Colônia de Sacramento e Montevidéu (os buquebus) saindo de Porto Alegre com escalas nas principais cidades situadas nas margens do Guaíba e da Lagoa dos Patos - Guaíba, Barra do Ribeiro, Tapes, São Lourenço, Pelotas, São José do Norte e Rio Grande.
"Princesa do Mar", um dos barcos que faz a travessia.
Vista do centro da cidade de Rio Grande, a mais antiga do Rio Grande do Sul.
A antiga vila de pescadores mantém a sua característica histórica. Lá os barcos pesqueiros de pequeno porte contam com um refúgio seguro .


O azul do céu combina com o verde da água da Lagoa dos Patos, prateada pelo sol. Ao longe, Rio Grande.
Só esta cena já vale o passeio.





Situada na ponta de uma faixa de areia espremida entre o mar e a Lagoa dos Patos, São José do Norte foi fundada em 1811. Tem uma estrada asfaltada que a liga ao Litoral Norte do Rio Grande do Sul e ao resto do país. A cidade é charmosa e bem cuidada, seus 18 mil habitantes levam uma vida sossegada, e se for preciso ir à vizinha Rio Grande é só pegar a próxima barca.

Só esta cena já vale o passeio.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A PRAÇA É DOS CAVALOS
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
FILIPE II DA ESPANHA

Em 1544, Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, cansado de tantas rebeliões na Alemanha, nos Países Baixos e em Castela, além das constantes ameaças árabes nas suas fronteiras, decidiu se recolher a um convento na Espanha. Dividiu seu território em duas partes, deixando ao filho Filipe, então com 17 anos, a Espanha, a atual Bélgica, Nápoles, Milão, a Sicília e a Sardenha, além das Filipinas e dos territórios conquistados por seus avós Felipe e Isabel, os reis católicos, na América.
Filipe, nascido na Espanha, havia sido cuidadosamente preparado para assumir o posto, e em seus primeiros atos deixou claro que mudaria a forma de governar. Criou conselhos para auxiliá-lo a administrar cada território e decidiu edificar em Madri a sede do governo - seu pai passara quase toda a vida entre a Alemanha e os Países Baixos, dedicando pouca atenção à Espanha, que nem ao menos tinha uma capital. Impôs seu estilo de trabalho: mandava bilhetes aos auxiliares dado ordens e cobrando seu cumprimento. Avesso a manifestações emotivas, era de poucas palavras, mas tratava a todos com cortesia. Tinha um ritmo de trabalho intenso, marcado pelo método e o cumprimento de horários, e exigia o mesmo de seus auxiliares.
Apaixonado por arquitetura, desenhava e acompanhava cada detalhe da construção ou reforma de seus palácios e casas de descanso. Além do Escorial, um misto de residência, convento, igreja e mausoléu para a família real, mandou construir ou reformar outros onze palácios, onde costumava passar algumas semanas por ano.
Enquanto príncipe, havia circulado pelo império do pai, e tomara gosto pela pintura, a música, a literatura e a arquitetura da Europa do norte. Trouxe para a Espanha Ticiano e outros conceituados pintores belgas e italianos, e músicos e atores. Num país onde pouco se lia e nenhum livro era impresso, reservou uma ala do palácio do Escorial para a biblioteca, que, com quatro mil volumes, se tornou maior do que a do Vaticano. A biblioteca era aberta para consultas, com excessão dos livros ensurados pela Inquisição.
Católico praticante, impôs à corte regras de comportamento e sempre preservou a família, tratando com respeito e carinho suas esposas e filhos. Casou quatro vezes: a primeira vez, aos 17 anos, com Maria de Portugal, que morreu dois anos depois. Foi casado também com Maria Tudor, da Inglaterra, com a francesa Isabel de Valois e, por último, com a prima austríaca Ana de Habsburgo, com quem teve o herdeiro no trono, Filipe IV. Todas morreram em conseqüência de doenças, e depois de Ana não voltou a casar.
Os casamentos políticos entre nobres, uma prática usual naquela época, foram responsáveis, assim como os descobrimentos e ocupações de territórios na América, África, Ásia e Oceania, pela expansão do império espanhol. Basta olhar a árvore genealógica da família de Felipe. Carlos V, seu pai, era filho de Felipe, o Belo, um Habsburgo que governava os países Baixos, e boa parte da Itália, e ao casar com Joana (conhecida como a Louca), filha dos reis espanhóis Fernando e Isabel, passou a ser também rei da Espanha. Isabel, a mãe de Filipe, era portuguesa, assim como sua primeira mulher, o que deu-lhe o direito de reivindicar o trono português depois da morte de Dom Sebastião, morto na batalha de Alcácer-Quibir, no norte da África, sem deixar descendentes.
Reinar sobre tão vasto território, 20 vezes maior que o império romano em seu auge, não sinificava, porém, controle absoluto sobre ele. Pelo contrário. A própria Espanha era um conglomerado de territórios com administração e até leis próprias. Os Países Baixos nunca se submeteram à imposição da fé católica, e a sua rebeldia obrigou o rei a manter uma numerosa (e onerosa) tropa de ocupação. Não havia dados confiáveis sobre a população e a produção econômica e nem mesmo mapas precisos das colônias americanas, africanas e asiáticas.
Típica da era medieval, esta limitação explica a submissão de Filipe II aos interesses da igreja católica. Os documentos obtidos pelo historiador Henry Kamen indicam que o rei tolerava a crueldade da Inquisição, gastava fortunas e sacrificava milhares de vidas para combater os hereges pela necessidade de contar com o apoio da igreja no enfrentamento e nas negociações com os nobres e os vice-reis que governavam as áreas sob a sua responsabilidade.
Este apoio, no entanto, teve como conseqüência a impopularidade de Filipe, tanto na Espanha, empobrecida pelos custos das guerras contra os belgas, os turcos, os franceses e, já no fim do do reinado, os ingleses, quanto na Europa, onde era visto como intransigente e truculento contra os protestantes.
O livro de Kamen é uma fascinante aula de história sobre Filipe, a Espanha, a Europa e o mundo do século dezesseis.

Filipe, nascido na Espanha, havia sido cuidadosamente preparado para assumir o posto, e em seus primeiros atos deixou claro que mudaria a forma de governar. Criou conselhos para auxiliá-lo a administrar cada território e decidiu edificar em Madri a sede do governo - seu pai passara quase toda a vida entre a Alemanha e os Países Baixos, dedicando pouca atenção à Espanha, que nem ao menos tinha uma capital. Impôs seu estilo de trabalho: mandava bilhetes aos auxiliares dado ordens e cobrando seu cumprimento. Avesso a manifestações emotivas, era de poucas palavras, mas tratava a todos com cortesia. Tinha um ritmo de trabalho intenso, marcado pelo método e o cumprimento de horários, e exigia o mesmo de seus auxiliares.
Apaixonado por arquitetura, desenhava e acompanhava cada detalhe da construção ou reforma de seus palácios e casas de descanso. Além do Escorial, um misto de residência, convento, igreja e mausoléu para a família real, mandou construir ou reformar outros onze palácios, onde costumava passar algumas semanas por ano.
Enquanto príncipe, havia circulado pelo império do pai, e tomara gosto pela pintura, a música, a literatura e a arquitetura da Europa do norte. Trouxe para a Espanha Ticiano e outros conceituados pintores belgas e italianos, e músicos e atores. Num país onde pouco se lia e nenhum livro era impresso, reservou uma ala do palácio do Escorial para a biblioteca, que, com quatro mil volumes, se tornou maior do que a do Vaticano. A biblioteca era aberta para consultas, com excessão dos livros ensurados pela Inquisição.
Católico praticante, impôs à corte regras de comportamento e sempre preservou a família, tratando com respeito e carinho suas esposas e filhos. Casou quatro vezes: a primeira vez, aos 17 anos, com Maria de Portugal, que morreu dois anos depois. Foi casado também com Maria Tudor, da Inglaterra, com a francesa Isabel de Valois e, por último, com a prima austríaca Ana de Habsburgo, com quem teve o herdeiro no trono, Filipe IV. Todas morreram em conseqüência de doenças, e depois de Ana não voltou a casar.
Os casamentos políticos entre nobres, uma prática usual naquela época, foram responsáveis, assim como os descobrimentos e ocupações de territórios na América, África, Ásia e Oceania, pela expansão do império espanhol. Basta olhar a árvore genealógica da família de Felipe. Carlos V, seu pai, era filho de Felipe, o Belo, um Habsburgo que governava os países Baixos, e boa parte da Itália, e ao casar com Joana (conhecida como a Louca), filha dos reis espanhóis Fernando e Isabel, passou a ser também rei da Espanha. Isabel, a mãe de Filipe, era portuguesa, assim como sua primeira mulher, o que deu-lhe o direito de reivindicar o trono português depois da morte de Dom Sebastião, morto na batalha de Alcácer-Quibir, no norte da África, sem deixar descendentes.
Reinar sobre tão vasto território, 20 vezes maior que o império romano em seu auge, não sinificava, porém, controle absoluto sobre ele. Pelo contrário. A própria Espanha era um conglomerado de territórios com administração e até leis próprias. Os Países Baixos nunca se submeteram à imposição da fé católica, e a sua rebeldia obrigou o rei a manter uma numerosa (e onerosa) tropa de ocupação. Não havia dados confiáveis sobre a população e a produção econômica e nem mesmo mapas precisos das colônias americanas, africanas e asiáticas.
Típica da era medieval, esta limitação explica a submissão de Filipe II aos interesses da igreja católica. Os documentos obtidos pelo historiador Henry Kamen indicam que o rei tolerava a crueldade da Inquisição, gastava fortunas e sacrificava milhares de vidas para combater os hereges pela necessidade de contar com o apoio da igreja no enfrentamento e nas negociações com os nobres e os vice-reis que governavam as áreas sob a sua responsabilidade.
Este apoio, no entanto, teve como conseqüência a impopularidade de Filipe, tanto na Espanha, empobrecida pelos custos das guerras contra os belgas, os turcos, os franceses e, já no fim do do reinado, os ingleses, quanto na Europa, onde era visto como intransigente e truculento contra os protestantes.
O livro de Kamen é uma fascinante aula de história sobre Filipe, a Espanha, a Europa e o mundo do século dezesseis.
JUSTIÇA PARA FILIPE II

Peça aos seus amigos uma lista dos dez reis e imperadores mais importantes da história. Dificilmente algum deles citará Filipe II, apesar de ter sido, por quase meio século - entre 1543 e 1598 - protagonista fundamental na turbulenta passagem da Idade Média para o Renascimento europeu, à frente de um reino que ia das Filipinas a praticamente toda a América, com possessões na Índia, na África e na Oceania. Na Europa, além da península Ibérica, Filipe era rei da atual Bélgica e de grande parte da Itália (Nápoles, Milão, Sicília e Sardenha).
Por ter colocado seus exércitos e a prata e o ouro extraídos das minas do México, do Peru e da Bolívia na defesa do catolicismo frente aos protestantes, foi muito criticado e até mesmo difamado pelos historiadores europeus, durante seu reinado e ao longo dos séculos após a sua morte. Por detestar bajuladores, nunca permitiu que alguém escrevesse sua biografia. Assim, deixou o caminho totalmente livre para os detratores, ligados ou influenciados pelos anglicanos, luteranos e calvinistas a quem combateu.
O norte-americano J.L. Motley traçou, em 1855, o clássico retrato depreciativo de Felipe II. Descreveu-o como medíocre, pedante, reservado, desconfiado, intolerante, profundamente cruel, um tirano consumado. Alguns historiadores espanhóis compartilhavam dessa opinião. Em 1948, Gregorio Marañon tentou tratá-lo com menos parcialidade, mas mesmo assim o qualificou como desconfiado, fraco, indeciso e cúmplice de assassinato.
Filipe da Espanha (Philip of Spain, no original) , do historiador britânico Henry Kamen (editora Record, 544 páginas) , não nega os aspectos negativos do monarca, mas, finalmente, traz à tona um quadro completo da sua personalidade e atuação política e administrativa no contexto de uma Europa conflagrada por guerras religiosas e ainda ameaçada por invasões árabes. Foi também um século de rápidas mudanças políticas e sociais e de deslumbramento com os territórios recém descobertos e com as novas rotas comerciais com o novo mundo.
A pesquisa de Kamen, integrante da Sociedade Real de História da Inlaterra, professor em universidades inglesas e norte-americanas, foi financiada pelo Conselho Superior para a Pesquisa Científica, de Madri, pelo governo da Catalunha e ela Academia de Ciências Austríaca. O livro é baseado em documentos oficiais, cartas e relatórios de personagens direta ou indiretamente envolvidos com a corte espanhola. Metodicamente, Kamen situa o leitor no contexto do século XVI e dá a indispensável dimensão humana dos personagens. O livro é ilustrado com um mapas, ilustrações e uma utilíssima árvore genealógica da ascendência e descendência de Filipe.
Por ter colocado seus exércitos e a prata e o ouro extraídos das minas do México, do Peru e da Bolívia na defesa do catolicismo frente aos protestantes, foi muito criticado e até mesmo difamado pelos historiadores europeus, durante seu reinado e ao longo dos séculos após a sua morte. Por detestar bajuladores, nunca permitiu que alguém escrevesse sua biografia. Assim, deixou o caminho totalmente livre para os detratores, ligados ou influenciados pelos anglicanos, luteranos e calvinistas a quem combateu.
O norte-americano J.L. Motley traçou, em 1855, o clássico retrato depreciativo de Felipe II. Descreveu-o como medíocre, pedante, reservado, desconfiado, intolerante, profundamente cruel, um tirano consumado. Alguns historiadores espanhóis compartilhavam dessa opinião. Em 1948, Gregorio Marañon tentou tratá-lo com menos parcialidade, mas mesmo assim o qualificou como desconfiado, fraco, indeciso e cúmplice de assassinato.
Filipe da Espanha (Philip of Spain, no original) , do historiador britânico Henry Kamen (editora Record, 544 páginas) , não nega os aspectos negativos do monarca, mas, finalmente, traz à tona um quadro completo da sua personalidade e atuação política e administrativa no contexto de uma Europa conflagrada por guerras religiosas e ainda ameaçada por invasões árabes. Foi também um século de rápidas mudanças políticas e sociais e de deslumbramento com os territórios recém descobertos e com as novas rotas comerciais com o novo mundo.
A pesquisa de Kamen, integrante da Sociedade Real de História da Inlaterra, professor em universidades inglesas e norte-americanas, foi financiada pelo Conselho Superior para a Pesquisa Científica, de Madri, pelo governo da Catalunha e ela Academia de Ciências Austríaca. O livro é baseado em documentos oficiais, cartas e relatórios de personagens direta ou indiretamente envolvidos com a corte espanhola. Metodicamente, Kamen situa o leitor no contexto do século XVI e dá a indispensável dimensão humana dos personagens. O livro é ilustrado com um mapas, ilustrações e uma utilíssima árvore genealógica da ascendência e descendência de Filipe.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
PORTO SEGURO, BAHIA, BRASIL

terça-feira, 28 de outubro de 2008
PORTO SEGURO, BAHIA

A um custo um pouco maior que uma passagem aérea normal, os pacotes podem ser pagos em até 10 vezes e incluem sete dias de hospedagem em hotéis geralmente confortáveis, com café da manhã e uma refeição incluídos. As operadoras oferecem transbordo entre o hotel e o aeroporto e passeios até as praias da região.
São inevitáveis as incursões noturnas até a Passarela do Álcool - calçadão à beira-mar no centro de Porto Seguro com bares, restaurantes e lojas de artesanato para todos os gostos e bolsos. Em frente, dezenas de bancas de rua onde reina o "capeta", bebida à base de vodca, leite condensado, pó de guaraná e outros ingredientes que os "barmen" nativos não ousam revelar.
Se você não conhece e quer provar, fique atento à qualidade da vodca e dos demais produtos usados para não se arrepender depois...

Sem a beleza natural do Arraial da Ajuda, do Trancoso e das outras praias ao sul, as praias ao norte de Porto Seguro - como a de Taperapuan, na foto - têm bares, hotéis e um mar de águas mornas e geralmente calmas.
A desvantagem: para ir até a cidade - a maioria dos hotéis fica a até sete quilômetros de distância - é preciso pegar táxi ou ônibus.
MAIS DE PORTO SEGURO, BAHIA, NOS POSTS SOBRE O ARRAIAL DA AJUDA E CARAÍVA
domingo, 19 de outubro de 2008
FOREVER (NEIL) YOUNG

Órfão de tantos ídolos vencidos pelas drogas, o álcool ou, mais comum, pelo esgotamento do impulso criativo, tenho uma admiração pelos músicos, poetas, escritores e, por que não, jornalistas que não se dobraram (nem morreram, claro) e continuam, década após década, mandando ver.
Um símbolo desses caras é Neil Young. Canadense de Toronto, 64 anos, se tornou conhecido dos brasileiros como o quarto membro da banda Crosby, Stills and Nash. Mas em 1972, com o disco Harvest, decolou a carreira solo, acompanhado ou não pela banda Crazy Horse. Apesar das crises de depressão e problemas causados pelo excesso de drogas, nunca deixou de criar e lançar discos.
Em 2005, gravou Prairie Winds, com canções belíssimas, inspiradas no pai, recentemente falecido. Logo depois de concluir as gravações, ficou sabendo que tinha um sério problema no cérebro. Às vésperas da cirurgia, viajou para Nashville, Tenessee, com velhos (e bota velhos nisso) companheiros de estrada para um show histórico, transformado no filme Heart of Gold pelo diretor Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes).
O último álbum, Chrome Dreams II, foi lançado em 2007.
O último álbum, Chrome Dreams II, foi lançado em 2007.
FOREVER (NEIL) YOUNG
Neil Young
compôs, alternadamente, baladas, geralmente cantadas com o acompanhamento de seu violão e a harmônica, e rocks pauleira, interpretados com bandas da pesada como os Crazy Horse. Gosto mais das baladas: Comes a Time, Hey, Hey, My, My (Rock'n roll will never die), Helpless, a lista das minhas prediletas é enorme. It's a Dream me pegou em cheio: estou numa fase da vida em que as imagens do passado têm passagem livre, em sonhos ou desperto. Cenas da infância, amigos próximos, distantes, vivos e mortos, lembranças do meu pai, caçador, pescador e viajante. Até lugares onde nunca estive aparecem (e às vezes reaparecem) enquanto durmo.
Tentei traduzir a letra da música, mas acabei desistindo. Como dizer "a boy fishes the morning away?" Um garoto pesca manhã afora? Sem graça. Preferi transcrever a letra no original, até porque os meus leitores entendem inglês o suficiente para saborear estes versos.
IT'S A DREAM
do CD Prairie Winds
In the morning when I wake up and listen to the sound
Of the birds outside on the roof
I try to ignore what the paper says
And I try not to read all the news
And I'll hold you if you've had a bad dream
And I hope it never comes true
'Cause you and I been through so many things together
And the sun starts climbin the roof...
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
The Red River stills flows through my home town
Rollin' and tumblin' on its way
Swirling around the old bridge pilings
Where a boy fishes the morning away
His bicycle leans on an oak tree
While the cars rumble over his head
An aeroplane leaves a trail in an empty blue sky
And the young birds call out to be fed
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
An old man walks along on the sidewalk
With sunglasses and an old Stetson hat
Fall winds blow the back of his overcoat away
As he stops with a policeman to chat
And a train rolls out of the station
That was really somethin' in its day
Picking up speed on the straight prairie rails
As it carries the passengers away
It's gone
It's only a dream
And it's fading now
Fading away
Only a dream
Just a memory without anywhere to stay
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away

Tentei traduzir a letra da música, mas acabei desistindo. Como dizer "a boy fishes the morning away?" Um garoto pesca manhã afora? Sem graça. Preferi transcrever a letra no original, até porque os meus leitores entendem inglês o suficiente para saborear estes versos.
IT'S A DREAM
do CD Prairie Winds
In the morning when I wake up and listen to the sound
Of the birds outside on the roof
I try to ignore what the paper says
And I try not to read all the news
And I'll hold you if you've had a bad dream
And I hope it never comes true
'Cause you and I been through so many things together
And the sun starts climbin the roof...
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
The Red River stills flows through my home town
Rollin' and tumblin' on its way
Swirling around the old bridge pilings
Where a boy fishes the morning away
His bicycle leans on an oak tree
While the cars rumble over his head
An aeroplane leaves a trail in an empty blue sky
And the young birds call out to be fed
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
An old man walks along on the sidewalk
With sunglasses and an old Stetson hat
Fall winds blow the back of his overcoat away
As he stops with a policeman to chat
And a train rolls out of the station
That was really somethin' in its day
Picking up speed on the straight prairie rails
As it carries the passengers away
It's gone
It's only a dream
And it's fading now
Fading away
Only a dream
Just a memory without anywhere to stay
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
It's only a dream
Just a memory without anywhere to stay
It's a dream
Only a dream
And it's fading now
Fading away
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
A FESTA DA PRIMAVERA
sábado, 11 de outubro de 2008
A BABADA DO ANO

Se a revista Veja, da editora Abril, faz algo semelhante, esta capa certamente será a eleita em 2008. Antes mesmo da votação (e rejeição) do primeiro pacote de auxílio às instituições financeiras norte-americanas pelo governo dos Estados Unidos, a revista anunciava, na edição de 24 de setembro, que Tio Sam havia salvo a economia mundial.
Na festa de fim de ano do Palácio do Planalto, o presidente Lula leva o troféu pela frase "Aqui, se a crise chegar, vai ser uma marolinha".
Na mansão dos Suplicy, em São Paulo, Marta ganha a homenagem do Supla pela infeliz idéia de colocar em dúvida a masculinidade do seu adversário Kassab - e com isso ganhar - justo ela - o rótulo de homofóbica.
Babaaaaaaaada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
OURO PRETO, VILA RICA

Maior conjunto arquitetônico homogêneo de arquitetura barroca do mundo, Ouro Preto poderia ainda ser chamada de Vila Rica, como no século dezoito, quando os portugueses exploravam suas imensas jazidas de ouro. Embora a exploração de minérios continue até hoje, sua riqueza agora está nos prédios e igrejas intocados há 300 anos. Tombada em 1933, durante o governo de Getúlio Vargas, foi a primeira cidade brasileira a ser declarada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, em 1980.
Mas Ouro Preto - nome dado pelos bandeirantes paulistas às pepitas de ouro recobertas com ferro, encontradas em abundância na região em 1764 - não cheira a mofo. Os milhares de estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto, fundada em 1876, dão às suas ruas um toque de juventude, em contraste com a arquitetura colonial, emoldurada pela Serra do Espinhaço, onde se destaca o Pico do Itacolomi, de 1.150 metros de altitude.

Uma casa encantadora: jardim, varanda, flores e uma réplica de um profeta esculpido por Aleijadinho.

O casario desta rua é o mesmo de 1789, quando um grupo de moradores revoltados com os altos impostos cobrados por Portugal deflagrou a Inconfidência Mineira.
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um dos seus líderes, foi executado na forca.
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um dos seus líderes, foi executado na forca.


Igreja São Francisco de Assis, obra-prima do escultor Francisco Lisboa (Aleijadinho) com painéis de Manuel da Costa Athayde, o Mestre Athayde. É proibido tirar fotos do interior desta e das demais igrejas da cidade.

A Matriz de Nossa Senhora do Pilar, inaugurada em 1733, é a igreja mais rica de Minas Gerais. Sua nave e a capela-mor são recobertas com 434 quilos de ouro. Está sendo restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.


São castiçais, taças, cinzeiros, imagens, vasos. Tudo de pedra-sabão. Na feira ao ar livre, há opções para todos os bolsos e gostos. Pertinho dali, várias lojas oferecem jóias em ouro e pedras semi-preciosas do generoso sub-solo mineiro. Mas fique atento aos preços. Uma garrafa de cachaça de Minas pode custar mais caro aqui do que na sua cidade, mesmo que ela esteja milhares de quilômetros de distância.
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