Canela está linda com a decoração natalina.
As casas, as praças, os bares e, claro, a catedral de Pedra, tudo colorido e de bom gosto.
Canela está linda com a decoração natalina.
As casas, as praças, os bares e, claro, a catedral de Pedra, tudo colorido e de bom gosto.
Isabel não havia terminado o curso de história na PUC/RS quando conheceu, nas férias, o Arraial da Ajuda, em Porto Seguro, Bahia, a convite da sua irmã Lais. Logo depois de chegar foi contaminada pela síndrome de Ajuda, uma doença incurável que só faz bem. Se apaixonou pelo lugarejo, e também pelo Guili, um argentino que vivia lá.
Numa rua de Porto Alegre, este velho pôster de Che Guevara esperava o momento de ser levado para sua última morada.
Uma das boas coisas da beira da praia é encher os pulmões de ar puro, salgado. Mas desde que a fumaça das queimadas tomou conta de quase todo país, a maresia do litoral ficou misturada ao óxido de carbono e outras substâncias que compõe as cinzas.
Além da sujeira - os pisos, os móveis, as paredes das casas ficam escuros - o ar enfumaçado prejudica as plantas e desestimula uma simples caminhada.
A saudável maresia se tornou tóxica.
Antenas parabólicas na paisagem de um lugarejo próximo a Caraíva, na Bahia
Até 1986, quando as antenas parabólicas começaram a ser vendidas, os moradores das pequenas cidades ou dos vilarejos do interior do Brasil não tinham televisão. A única forma de se manterem informados era o rádio de ondas médias ou curtas. Os bares, hotéis e pousadas foram os primeiros a instalá-las, e se tornou um hábito ver as notícias, as novelas e os jogos de futebol bebendo uma cervejinha no bar mais próximo. Em alguns vilarejos, como a Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, as prefeituras colocavam aparelhos de tevê na praça, onde os moradores viam novelas da Globo e o Jornal Nacional. Depois o aparelho era desligado e a caixa de madeira onde ficava protegido fechada.
Aos poucos as antenas que permitiam ver a programação das redes de televisão se tornaram parte da paisagem dos mais remotos rincões do pais. Foi um avanço importantíssimo: com um custo relativamente baixo, passou a ser possível se conectar com o que estava acontecendo no mundo e ver os programas, as novelas e os jogos sem sair de casa.
Neste ano, acaba a era das parabólicas. Em dezembro o sinal analógico será desligado. A tecnologia 5 G precisa do espaço, assim como o das emissoras de rádio AM, que migraram para a FM. As velhas antenas terão que ser substituídas pelas digitais e se tornarão sucata.
Rua Dr. Valle, bairro Moinhos de Vento. À direita, a principal hidráulica da cidade. O prédio do início do século 20 é tombado como Patrimônio Histórico.
No fim da década de 1970 o governo de Santa Catarina anunciou a construção da Indústria Carboquímica Catarinense (ICC), para transformar o rejeito do carvão extraído na região de Criciúma em fertilizante e gesso. A ideia parecia excelente - o rejeito piritoso, sobra do carvão depois de purificado, passaria a ser economicamente rentável, além de proporcionar milhares de empregos. O local escolhido foi Imbituba, perto da lagoa de Imaruí.
Divulgado com grande destaque pelo governo, o projeto foi contestado por ambientalistas catarinenses pelos seus efeitos desastrosos no equilíbrio ecológico do sistema lagunar que vai de Laguna a Imbituba, um gigantesco criatório de camarões, com mais de 86 quilômetros quadrados, que deságua no mar em Laguna. A fábrica despejaria nas suas águas altas quantidades de ácido fosfórico e sulfúrico, letais para a vida marinha.
O assunto mereceu ampla cobertura da mídia, em especial do Correio do Povo, de Porto Alegre, então o jornal de maior circulação em Santa Catarina, com uma bem estruturada redação em Florianópolis. Brotaram protestos em todas cidades e vilas da região, pois a pesca e venda de camarão garantiam o sustento das mais de cinco mil famílias de suas margens.
O projeto foi mudado: os efluentes foram canalizados até o mar, em vez de contaminar as lagoas. A fábrica foi privatizada dez anos depois, e hoje restam apenas ruínas dos prédios.
Mais de quatro décadas depois, a Corsan acelera a construção de estações de tratamento de esgoto (ETEs) em cidades do Litoral gaúcho. Aguardado com ansiedade pela população, o esgoto tratado é um direito básico. Por motivos diferentes, construtoras também pressionam a empresa, agora privatizada, a concluir suas ETEs, pois assim os Planos Diretores poderão ser alterados para que seja liberada a construção de edifícios. Xangri-lá e Imbé são dois municípios na mira dos empreendedores.
Assim como no caso da ICC, o problema é que os projetos em andamento preveem o lançamento dos efluentes tratados nas lagoas que vão de Tramandaí até Capão da Canoa. Em releases publicados na imprensa gaúcha, a Corsan garante que o líquido é limpo e não causará qualquer dano às águas - única fonte de água potável dos 18 municípios da região. Mas os estudiosos no assunto contestam esta afirmação. E há um exemplo: em Osório uma ETE da Corsan foi fechada por ordem da Justiça em 2020 porque os efluentes estavam alterando a alcalinidade da água da lagoa dos Barros, onde eram despejados. As águas do oceano certamente absorveriam facilmente estes efluentes, sem causar danos ao meio ambiente. As lagoas localizadas entre a serra e o mar, no litoral norte do RS, um ecossistema frágil, agredido por esgoto das cidades e pesticidas das lavouras
Caminhar pelo mato, sentindo o perfume das plantas e o murmurar da água de um regato, é maravilhoso. Especialmente para quem passou a infância numa pequena cidade do interior.
Tratores removem os aguapés das lagoas que saíram ao mar pelo rio Tramandaí e cobriram a praia de Imbé na enchente.
A ARTE DO ENCONTRO
Os catamarãs começaram a operar em 27 de outubro de 2011. Saem do armazém B3 do cais do Porto, e demoram apenas meia hora para fazer a travessia, a metade do tempo, pelo menos, dos ônibus.
Este belíssimo gato estava junto à cerca de sua casa, olhando o movimento.
Quando peguei a câmera para fotografá-lo, subiu num moirão e ficou lá, fazendo pose.
O nome dele é Rei.