Por oito meses vaguei com meu violão por cidades da América do Sul. Sobrevivi com as moedas e notas que me davam para cantar. Vem daí a minha simpatia e solidariedade para com os músicos - não os que ganham fortunas pelos shows e se deslocam pelo país e pelo mundo em seus jatinhos, mas os que se apresentam nas praças, bares, hotéis. Me encanta vê-los cantar e tocar, sempre sou o puxador dos aplausos. Quando é possível bato um papo com eles. Ganhar a vida com música é divino.
Estes jovens tocavam na frente do parque Tívoli, em Copenhagen, Dinamarca. Me chamou a atenção seus trajes de índios norte-americanos (Comanches? Apaches?). Mas a música que saía dos alto - falantes era andina.
Me contaram serem peruanos, mas os trajes tradicionais dos Andes já estavam manjados demais na Europa...
Embarquei num ônibus para ir ao trabalho, em Porto Alegre, e quatro bolivianos encantavam os passageiros com suas quenas e charangos. No fim da apresentação venderam o seu CD. É um dos melhores de música andina da minha discoteca.
Denise Bueno da Luz chega com sua caminhonete e, auxiliada pela mãe, descarrega e monta os equipamentos. Sua voz é finadíssima, acompanhada por violão ou teclados. O repertório, vastíssimo, é adequado ao público: pode ser de música intimista em pubs e bares ou sertanejos/boleros/tangos nos bailões dos salões dos hotéis. Ela mora em Gravatal e se apresenta em toda a região sul de Santa Catarina.
Numa noite, depois do baile, restaram no bar do hotel Termas, em Gravatal, apenas três casais. Aí ela cantou o que mais gosta: Eric Clapton, Neil Young, Beatles, rock e MPB.
Um show inesquecível.
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