quinta-feira, 7 de março de 2019

GOSTO MESMO É DE POUSADAS






Foi no Arraial da Ajuda, sul da Bahia, que eu me encantei pelas pousadas. Conhecer os donos, conviver com os hóspedes, saber das histórias do lugar. Em 1987 a "Flor do Dendê" era uma pousada bem simples. Chegamos nela como se chegava naquela época em que não havia internet - e nem mesmo telefone. Mochila nas costas, íamos de pousada em pousada até achar uma que fosse confortável (e barata, claro). 
Na primeira manhã, acordamos com o ronco de um motor de avião. Abri a janela e vi um teco-teco passando rasante sobre o telhado. O campo de pouso ficava ao lado, e ainda era operante. Hoje é um parque. 
O gerente era um garoto paulista muito responsável, que vivia correndo para abastecer a cozinha, providenciar no conserto da torneira, aquelas coisas. A moçada oferecia um baseado e ele, para não ser indelicado, respondia: "já tou doidão...".
O braço direito dele era o Pastel, baiano de Salvador. Além de arrumar as camas, limpar o chão e receber a quem chegava, era um guia turístico e até conselheiro sentimental das meninas. 
Mas era julho e o Pastel passava frio, muito frio. Acendia fogueiras no quintal para se aquecer, à noite. De dia namorava uma "penosa" do vizinho que insistia em dar mole, ciscando por ali. Um belo dia ela sumiu. Deve ter ido para a panela, com arroz. E o Pastel nunca mais falou na tal 
penosa...





Pastel, com a Lais e a Cristina

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