O português é uma língua complicada. Fica ainda mais difícil escrever corretamente devido às mudanças impostas pela Academia Brasileira de Letras - na última, tirou o trema de palavras como linguiça e o acento em ideia.
Nem profissionais da palavra, como os jornalistas, deixam de cometer erros, especialmente quando se trata da crase.Nos tempos do jornal Zero Hora, fui encarregado de coordenar o projeto Erro Zero: uma equipe de revisores esquadrinhava o jornal, da primeira à última página, e marcava os erros. As editorias com menor número de erros eram elogiadas, e as com o maior número de páginas "coloridas" pelas canetas dos revisores chamavam os repórteres com maiores dificuldades para uma reciclagem.
Mas o que mais me impressiona é um erro recorrente, cometido até por pessoas que escrevem e falam corretamente: o uso da segunda pessoa do plural (vós) em vez da segunda do singular (tu).
"Tu fostes", "tu vistes", "tu chegastes", quando a conjugação correta é tu foste, tu viste, tu chegaste. Ou "vós fostes", na segunda pessoa do plural, o que rarissimamente se usa.
Brasileiros de outros estados resolvem facilmente o assunto usando você em vez de tu. "Você foi", "você viu".
Para terminar, uma historinha que pode até ser verdadeira: incomodado com o enorme número de erros nas placas de sua cidade do interior de Minas Gerais, o prefeito, um advogado, decidiu dar prêmios aos estabelecimentos com placas corretas. Só foi encontrada uma: "Águia de Ouro".
Ao receber o prêmio, o dono, um alfaiate esclareceu:
"Não é águia de ouro, doutor, é aguia (agulha) de ouro...
sábado, 10 de novembro de 2018
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