quinta-feira, 15 de novembro de 2018
É DURO SER TELEMARQUETEIRO
- Alô? É o senhor Clovis erbéle?
- Sim, é ele.
-Bom dia, senhor Clovis. Aqui é a Hernanda, do Banco Juros Mil. Estou ligando para lhe comunicar que liberamos para o senhor um cartão de crédito com limite de 25 mil reais.
- Muito obrigado, senhorita. Já tenho um e pago uma banana de juros. Sou um velho aposentado do INSS e não posso ter outro cartão.
- Mas...
- Bom dia e bom trabalho.
Eu sou um cara bem educado, raramente maltrato os chatos do telemarketing. Sou até solidário com eles, coitados. O que devem ouvir de desaforos! Comparo o trabalho deles com os dos operários da construção civil que encaram 50 graus ao sol na Arábia Saudita ou 20 abaixo de zero na Suécia.
Depois que os presidiários passaram a usar os seus celulares (que sempre têm sinal) e o tempo de sobra (todo o dia e a noite) para extorquirem e ludibriarem incautos por todo o país ( sim, também quase caí numa dessas), fazer negócios por telefone com alguém que você não conhece é mais que ingenuidade, é burrice, mesmo.
Mas nem todos têm a mesma paciência que eu. E tem até os que se divertem com os telemarqueteiros.
Uma amiga, um dia desses, recebeu uma ligação de uma moça que disse ser do City Bank. Deu corda para a pobrezinha, até a hora em que ela pediu o endereço para enviar um "consultor" e abrir a conta.
- Anota aí: rua que sobe e desce, número que desaparece.
Antes de desligar, a moça ainda disse "aaahhhhh..."
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