sábado, 3 de novembro de 2012

QUOTAS PARA MULHERES

Enquanto no Brasil as quotas para negros nas universidades começam a ser postas em prática, na Europa avança, e pelo jeito sem volta, a criação de um sistema de quotas para as mulheres nas diretorias das empresas. Foi a grande discussão de 2012 na Alemanha, onde só um partido, o Liberal Democrático, minoritário na coalisão do governo, é contra. Os demais partidos discordam apenas entre a criação de quotas flexíveis, com a adesão voluntária das empresas,  na fixação de 30 por cento ou de 40 por cento como o número mínimo de mulheres nos conselhos diretores e fiscais, até 2015. Uma decisão sobre o assunto foi adiada para o início de 2013.
Segundo o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, nos últimos anos o índice de mulheres em posições de chefia está estagnado em 27 por cento. Nos 200 grandes conglomerados econômicos alemães, só 3,2 por cento de mulheres ocupavam cargos de diretoria em 2010. Nos conselhos fiscais o número aumenta um pouco - 10,6 por cento, mas ainda está muito longe das metas mínimas admitidas pelas lideranças dos partidos e dos movimentos sociais do país.
A Noruega foi o primeiro  país europeu a estabelecer quotas para mulheres nos cargos de direção. Quando a decisão foi tomada, em 2003, as previsões eram catastróficas: iam da fuga de investidores estrangeiros à quebra da bolsa de valores e a ruína do país. No começo foi realmene difícil encontrar mulheres para todos os postos, e muitas delas acumulavam cargos em até 10 empresas ao mesmo tempo - eram chamadas de "saias de ouro". Gradualmente a situação foi mudando, e as pesquisas de 2010 indicavam que elas já estava presentes em 35 por cento de todos os cargos de direção. Nas áreas de saúde e educação, metade dos chefes são mulheres. A situação se refletiu também nos cargos mais baixos de gestão.
Depois da Noruega, a França, a Espanha, a Bélgica e a Itália também aprovaram quotas para mulheres. Em todos houve discussões acaloradas, mas a mudança não foi, certamente, a causa dos problemas que alguns desses países estão enfrentando.


fonte: www.magazin-deutshland.de

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