quarta-feira, 24 de outubro de 2012
UM GATO CHAMADO JURUBEBA
Jurubeba dormia no quintal de casa quando o encontrei, numa tarde de verão da década de 80. Assustado, ele pulou o muro e desapareceu. Voltou no dia seguinte, atraído por um pedaço de fígado de galinha, mas fugiu quando me aproximei. Ainda era um filhote. Passou a vir todos os dias para comer, mas só depois de três meses entrou em casa pela primeira vez, com um andar suave e seguro.
Jurubeba não era um gato comum. Lindo com seu pelo cinza com detalhes em preto e branco, grande e musculoso, mais parecia uma gato-do-mato. Não miava nem se relacionava com os bichos da vizinhança, e adorava carne crua.
Acabou se adaptando à vida doméstica. Curtia uma soneca no sofá, era carinhoso, mas nunca perdeu o seu jeito selvagem. Como todo felino, às vezes, subia pelas árvores e telhados, tinha suas horas de liberdade e depois voltava.
Nunca mais houve um gato como Jurubeba...
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