sábado, 9 de agosto de 2008

GENTE QUE LUTA

Tenho o maior carinho e respeito por estas pessoas de famílias pobres e de pouca instrução, mas que com garra, talento e muito trabalho vivem a vida numa boa. Ganham o seu dinheiro sem emprego formal, sem férias, fins-de-semana ou décimo-terceiro salário, mas não se queixam de nada nem colocam as culpas em ninguém pela vida dura que levam. Para eles o importante é ter comida na mesa, uma casa onde morar e dar educação para os filhos.
Os exemplos estão bem perto: a dona Neide, que cuida de um armazém de esquina em Petrópolis, Porto Alegre, sete dias por semana, das oito da manhã às oito da noite, administra sua casa e cuida do marido e dos dois filhos; o seu Antônio, que trabalha como vigia durante a noite, dorme de manhã e à tarde corta grama de casas do Imbé para sustentar a família e pagar a faculdade do filho, recém formado em educação fisica; Elias, negro, sapateiro desde os 15 anos, que conquistou seus clientes pelo perfeccionismo com que exerce sua profissão e Mateus, padeiro de Tramandaí (os dois últimos retratados neste blog).
Quando me sinto deprimido ao ver tanta sacanagem, tanta gente enriquecendo com dinheiro público, tanto empresário bilionário reclamando benesses do governo, penso nesta gente humilde, que não tem com quem contar, como dizem os versos de Vinícius de Moraes e Chico Buarque, mas vive com esperança e não perde o bom-humor.
Olho para eles e volto a acreditar no ser humano e no futuro deste país.

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