segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O LENDÁRIO DC3 SOBREVOA PORTO ALEGRE

Sou daqueles que, quando viajam de avião de dia e com tempo bom, ficam grudados na janela, olhando para baixo. Gosto de ver onde estou passando. Paranaguá, Belém do Pará, a costa da Holanda, o mar do Caribe. Nunca estive lá, mas vi da janela do avião. Gosto tanto de voar que às vezes, em síndrome de abstinência, vou tomar um café no aeroporto para ver o pessoal embarcar e desembarcar.
Por isso, não resisti à tentação de dar um passeio no DC3 do aeroclube do RS. Toda semana ele sobrevoava a minha casa, em Petrópolis, e eu pensava: um dia desses eu vou. E fui, num belo domingo de verão do ano 2000, até o aeroclube, em Belém Novo. Desde criança não via um DC3 de perto. Considerado o mais perfeito avião a hélice, ao ser desenhado já tinha trem de pouso retrátil e muitos outros avanços tecnológicos que só décadas depois foram assimilados por outros modelos. Muito poucos caíram, em mais de 30 anos de vôos por todo o mundo.
Mesmo assim, fiquei um tanto cabreiro ao ver tantos mecânicos mexendo nos motores. Antes da decolagem, folhei uma revista Realidade de 1967 saboreando uma taça de champanha servida por uma aeromoça (nem tão moça assim) vestida com um traje dos anos 50.
Foi uma viagem no tempo de meia hora, da zona sul de Porto Alegre até as proximidades do aeroporto Salgado Filho. E eu grudado na janela...



Lembrança de uma época em que viajar de avião era charmoso



O Aero Clube do Rio Grande do Sul restaurou este avião para vôos panorâmicos sobre Porto Alegre. Era um dos três em atividade no Brasil. Mas a sua manutenção era caríssima e o aparelho acabou sendo vendido para um empresário paulista do município de Mococa, em 2005.


O clube Jangadeiros e o bairro Assunção, às margens do rio Guaíba, vistos da janela do DC3





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