quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

ENTARDECER

 






Tramandaí/Imbé - RS



quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

PAISAGEM DA INFÂNCIA

 


Gravatal, SC



ENTARDECER NAS ÁGUAS TERMAIS

 



 Gravatal /SC

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O PESADELO DAS DOENÇAS DEGENERATIVAS


Começa com um lapso de memória, um leve tremor, uma fraqueza nas pernas. Alguns meses depois os problemas se agravam e começam os exames em busca do diagnóstico. O resultado é como uma sentença de morte: mal de Alzheimer, doença de Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) ou   Atrofia Muscular de Múltiplos Sistemas (AMMS). Não há, ainda, cura para estas doenças degenerativas,  que afetam o cérebro e os músculos, e a expectativa de vida é de alguns anos. A cada dia, a cada semana, estes doentes ficam cada vez mais dependentes dos familiares, dos cuidadores, dos enfermeiros, dos médicos. Já não conseguem sair de casa, executar as mais básicas rotinas como arrumar a cama, fritar um ovo, escovar os dentes, se vestir, fazer a higiene pessoal. Nem assinar o próprio nome.

Para quem sofre de ELA ou AMMS, doenças autoimunes sem causa definida, os médicos recomendam fisioterapia, fonoaudiologia e internação em geriatrias. Não há nada a fazer a não se atenuar o sofrimento de quem está indo lentamente para  o fim. Os músculos se atrofiam, já não obedecem as ordens emitidas pelo cérebro. Conscientes de sua situação, os doentes vertem lágrimas de dor e desespero. Mais perto do fim, já não conseguem falar, engolir os alimentos. Têm que ser alimentados por sondas. O penúltimo dos órgãos a entrar em pane é o pulmão. As infecções pulmonares se sucedem, assim como as internações em hospitais. Passam a respirar com o auxílio de oxigênio. Por fim, o coração para. Só então o pesadelo acaba.

Atender a um paciente com uma dessas doenças exige dos maridos, esposas e familiares uma dedicação extenuante, afora os gastos com geriatria, médicos, medicamentos, fraldas geriátricas. Nos Estados Unidos o empresário  Eric Weinbrenner,, de 40 anos, dois filhos pequenos, diagnosticado com ELA em 2019, criou uma associação para recolher doações e distribuir entre os familiares das vítimas da doença.

Também naquele país foi criado um fundo que capta recursos para financiar pesquisas na busca da cura para a AMMS. 

No Brasil existem pelo menos 35 mil vítimas de doenças degenerativas. Não há para elas ou para seus familiares nenhuma política pública de apoio, médico, hospitalar ou financeiro.   



Em memória de Lizete Orsini Lobato, cunhada e amiga, falecida em 7/1/2021, aos 64 anos, depois de seis anos de sofrimento, vítima de AMMS. 


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

O ÚLTIMO GRITO EM 1963

 











quinta-feira, 11 de novembro de 2021

AVAREZA, O PIOR DOS PECADOS CAPITAIS

 








Dos sete pecados capitais, há alguns até simpáticos, como o preguiça, o da gula e o da luxúria - afinal, os pecadores estão curtindo. Mas tem um insuportável: o da avareza.
O avarento é um egoísta que só pensa em si, só quer acumular. Um infeliz, que sempre acaba só, desprezado, agarrado ao vil metal.
Molière (1622-1673) estreou a comédia "O Avarento" em Paris, em 1668. É uma sátira sobre um sujeito tão, mas tão pão-duro que cobra juros extorsivos dos empréstimos que faz ao próprio filho, e negocia o casamento da filha com qualquer um que a aceite sem o pagamento de dote. Acabou vítima da própria avareza...
A peça de teatro fez um sucesso enorme na época. e é, até hoje, a mais encenada no mundo inteiro.
No Brasil foi popularizada pelo ator Procópio Ferreira, que a encenou centenas de vezes.
Vale a pena ler o roteiro, publicado pela LPM.
Para se divertir e refletir.



domingo, 24 de outubro de 2021

ZERO HORA - RS 2000

 Numa manhã de março de 1996 o diretor de redação de Zero Hora, Marcelo Rech, me deu uma missão: coordenar a produção de uma série de cadernos que mostrariam o que cada um - sem exceção -dos 563 municípios gaúchos planejavam para o seu futuro.

Saí de sua sala com a sensação de que seria o meu último trabalho na empresa, onde trabalhava há 16 anos. Me parecia quase impossível executar um projeto tão complexo. Mas passei a contratar equipes de repórteres e fotógrafos free lancers, organizar roteiros que cobrissem todo o território do Rio Grande do Sul e estabelecer metas e prazos de produção e edição. As despesas com as equipes e as locadoras de veículos seriam bancadas pelo departamento comercial, na expectativa da venda futura de anúncios.
E os problemas começaram a aparecer: como rodar tantas páginas - cinco cadernos - com antecedência, pois o papel jornal começa a amarelar em pouco tempo? Onde armazená-los e montar a logística de distribuição paralela à de cada edição?
Quem é do ramo sabe que sempre existiu uma divisão muito clara entre as redações e os departamentos comerciais dos jornais - os editores querendo páginas limpinhas para suas matérias e os vendedores loucos para estragá-las com seus anúncios de quarto de página, meia página ou, pior ainda, de página inteira.
Os responsáveis pela impressão e pela circulação também não eram bem vistos, com sua mania de querer fechar a edição no horário previsto, mesmo que estivesse ocorrendo uma rebelião de presos com mortos e feridos na madrugada.
As reuniões com Ricardo Gentilini, diretor comercial, Hermano Thaddeu, do comercial do interior, Régis Zanini, diretor industrial e Christiano Nygaard, diretor de operações da rede de jornais da RBS e coordenador do grupo, se sucediam para montar o quebra-cabeças. Foram estabelecidos prazos e estratégias, num clima de solidariedade e motivação, pois, assim como eu, meus colegas sabiam que o fracasso seria péssimo para todos.
Enquanto os repórteres percorriam as mais remotas bibocas do estado, entrevistando prefeitos, líderes empresariais e da comunidade, vendedores faziam o possível para conseguir anúncios. Foram seis meses de trabalho.
O RS 2000, uma série de cinco cadernos com uma média de 90 páginas cada um, num total de 496 páginas, acabou sendo um sucesso editorial e comercial. A maioria dos municípios nunca tinha recebido a visita de uma equipe de reportagem, e muitos dos prefeitos confessaram que não tinham projetos para o futuro de suas comunidades.
Como não me recordo dos nomes de todos os repórteres, fotógrafos, diagramadores e editores que participaram desta odisseia, não vou citar nenhum deles. Mas quero deixar registrado o meu agradecimento a eles e também aos colegas das outras áreas da empresa que me compreenderam e aturaram.
Foi o meu mais difícil desafio, em 35 anos de trabalho como jornalista profissional.