sábado, 23 de agosto de 2025

O FUTURO DE IMBÉ E TRAMANDAÍ DIANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Athos Stern

Engenheiro, professor aposentado da Ufrgs, ex-presidente e consultor da Associação Comunitária de Imbé - Braço Morto


Em várias regiões litorâneas do Brasil e do mundo a subida das marés, consequência das mudanças climáticas, tem causado destruição. Todas as previsões de pesquisadores do clima indicam que a situação só irá piorar. 

O exemplo de São João da Barra, no Rio de Janeiro, usado neste estudo comparativo,  mostra o que vem por aí nas cidades de Imbé e Tramandaí caso os prefeitos e as comunidades não se conscientizem me se mobilizem desde já.  


Capítulo 1 – O mar está subindo: São João da Barra x Imbé e Tramandaí

  • São João da Barra (RJ): estudos do IPCC indicam que até 55% do 5º Distrito pode ficar submerso com a elevação do nível do mar. O Porto do Açu pode perder até 60% de sua área.
  • Imbé e Tramandaí (RS): localizadas em planície costeira, já apresentam sinais de erosão das praias e áreas baixas que sofrem com alagamentos. A elevação do mar ameaça salinizar os aquíferos e ampliar a erosão.
     Paralelo: O que já aconteceu em Atafona (distrito de São João da Barra), onde o mar destruiu casas e ruas, pode se repetir em nossas praias.

Capítulo 2 – Chuvas intensas e enchentes: o que já acontece

SÃO JOÃO DA BARRA

  • São João da Barra (RJ): em 2024, um temporal trouxe 260 mm de chuva em um único fim de semana, levando à decretação de emergência.
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    • Alagamentos em São João da Barra (RJ) como em Imbé e Tramandaí
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    • Avanço do mar em São João da Barra (RJ), como ocorrerá em Imbé e Tramandaí

    IMBÉ E TRAMANDAÍ

    • Imbé: os sistemas de drenagem foram mal substituídos, com tubulações estreitas abaixo do lençol freático, incapazes de escoar grandes volumes. Isso aumenta o risco de alagamentos urbanos crônicos.
       Paralelo: O despreparo para enfrentar chuvas fortes agrava os desastres tanto no Sudeste quanto no Sul.

    ALAGAMENTOS EM TRAMANDAÍ

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  • ALAGAMENTOS EM IMBÉ
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  • Av. São Miguel Norte                                    Intersecção com a Av. Garibaldi                                          Av. São Miguel Sul 

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  • Capítulo 3 – Ventos fortes, ressacas e destruição costeira

    • São João da Barra (RJ): ressacas com ondas de até 3 metros já destruíram parte da costa.
    • Imbé e Tramandaí (RS): a cada frente fria, ondas e ressacas avançam sobre a faixa de areia, derrubando estruturas e acelerando a perda de dunas.
      Paralelo: O mar avança quando destruímos nossas barreiras naturais. A restinga e as dunas são os “escudos” que já estamos perdendo.

    Capítulo 4 – Ecossistemas degradados = maior vulnerabilidade

    • São João da Barra (RJ): restinga e Mata Atlântica foram devastadas, reduzindo a resiliência natural.
    • Imbé e Tramandaí (RS): a duplicação da Avenida Nilza Costa Godoy em APP, a ocupação irregular das margens do Rio Tramandaí e a remoção de dunas retiram a proteção natural contra enchentes e ressacas.
      Paralelo: Quanto mais degradamos nossas áreas de preservação, mais expostos ficamos aos desastres climáticos.

    Capítulo 5 – O alerta: será que repetiremos os mesmos erros?

    • São João da Barra (RJ): viu o mar engolir ruas inteiras em Atafona, a economia local sofrer com enchentes e a população perder seu patrimônio.
    • Imbé e Tramandaí (RS): insistem em obras mal planejadas — pontes estaiadas na foz do rio, drenagem enterrada abaixo do lençol freático, duplicação de avenida em APP.
    • Assistam os link’s para ver o que já ocorre no Litoral Norte:

    https://www.facebook.com/share/r/16nUSha9V3/

    https://www.facebook.com/share/r/19FJV2fWfx/


    Paralelo: A pergunta que devemos fazer é clara:
    Será que Imbé e Tramandaí querem esperar o desastre para agir, ou aprenderão com os erros de São João da Barra?


    Chamado à comunidade

    A ACIBM defende que só com planejamento urbano responsável, respeito às áreas de preservação e participação comunitária será possível enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

    A infraestrutura pública costeira deve ser projetada para durar décadas ou séculos — não para se tornar obsoleta por omissão técnica diante de riscos amplamente conhecidos.

    Conclusão: A HISTÓRIA NÃO PERDOARÁ A NEGLIGÊNCIA DOS PREFEITOS DE IMBÉ E TRAMANDAÍ!

    Esta série é um convite à reflexão:

    O FUTURO DE IMBÉ E TRAMANDAÍ DEPENDE DAS ESCOLHAS QUE FAZEMOS HOJE.




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