O litoral gaúcho tem um clima e um solo difícil para as plantas. Muitas espécies não resistem ao vento, o frio e a falta de nutrientes. Nos anos 70 o governo do Estado estimulou a plantação de casuarinas, distribuindo milhares de mudas, já que esta espécie se adapta muito bem a solos arenosos e a ventos carregados de sal do mar. Tão bem que suas sementes foram germinando por todo lado.
Nas últimas décadas, moradores e veranistas começaram a plantar árvores de espécies nativas, que igualmente se dão bem na região, e até amendoeiras, mais chegadas no calor dos trópicos. E hoje balneários como o Imbé ostentam em suas ruas todo tipo de árvore e plantas ornamentais. Elas já são absoluta maioria.
Mas as casuarinas já fazem da paisagem da cidade e da rotina da população - aos sábados, há uma feira na avenida Porto Alegre, à sombra de suas árvores.
Na beira do rio Tramandaí, famílias chegavam para tomar chimarrão na sombra, e biguás e outras aves pousavam nos fins de tarde para passar a noite em seus galhos.
A prefeitura decidiu cortar quase todas as casuarinas, e ficou assim
.
Fez o mesmo na avenida da Osório, na entrada da cidade, e, por cima, substituiu o gramado do canteiro centram por cimento para estacionamento de carros.
Numa época em que só se fala em reflorestar, proteger as florestas, evitar a impermeabilização dos solos e tantas outras práticas que causam tragédias em todo mundo, por que cortar árvores?
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