sábado, 15 de agosto de 2020

FUMAR ERA UM HÁBITO

 


Até a década de 1980, chegar na casa de alguém, sentar e acender um cigarro era tão normal que havia cinzeiros junto às poltronas. Fumar era permitido nos ônibus interurbanos e nos aviões, que tinham cinzeiros acoplados junto aos bancos. Restaurantes e ambientes de trabalho ficavam cobertos por nuvens de fumaça. Campanhas anti-tabagistas tinham poucos resultados diante da publicidade das indústrias de cigarros, que associavam o ato de fumar a charme (havia uma marca chamada Charm), elegância, virilidade (nos homens) e personalidade e sucesso (nas mulheres, principalmente). Foi só depois de um acidente com um avião da Varig perto do aeroporto de Orly, na França, que incendiou por causa de uma bituca de cigarro, em julho de 1973, que as autoridades passaram a se preocupar com as consequências do tabagismo. Fumar nos banheiros dos aviões - onde começou o incêndio em que morreram 123 pessoas - foi proibido, e mais tarde criaram-se as alas de fumantes, como se a fumaça não fosse compartilhada por todos os passageiros e tripulantes.

Com o passar dos anos, aumentou a pressão contra o fumo em locais fechados. A publicidade de cigarros foi proibida, e as carteiras de cigarro passaram a exibir advertências sobre os malefícios do tabagismo. O que antes era um hábito virou um vício. Um vício caro para as pessoas e para o sistema de saúde dos países. 

O que era usual se tornou um desrespeito absurdo contra os não-fumantes. 

Os cinzeiros agora são objetos de decoração. 






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