sexta-feira, 12 de junho de 2020

INCÊNDIO DAS LOJAS RENNER

A LIÇÃO DE UMA TRAGÉDIA


















Na tarde de 27 de abril de 1976 um incêndio consumiu o  prédio de sete andares das Lojas Renner, na esquina da rua Doutor Flores com a avenida Otávio Rocha, no centro de Porto Alegre. A loja de departamentos, onde se comprava roupas, tecidos, móveis, louças, e eletrodomésticos, tinha também uma concorrida lancheria no último andar. Estava lotada. 
Apesar dos esforços dos bombeiros, 41 pessoas morreram  e 60 foram levadas em estado grave para os hospitais.
As cenas de desespero e horror, com gente pulando pelas janelas, entraram noite adentro, e foram descritas minuto a minuto pelos repórteres da rádio Gaúcha, a bordo de carros equipados com radiotransmissores. A sua maior concorrente, a rádio Guaíba, líder de audiência e prestígio, apesar de estar localizada a menos de um quilômetro do local do incêndio, não tinha estes equipamentos - naquela época não havia celulares e os telefones eram poucos - , e levou um banho de cobertura humilhante. A audiência da Gaúcha foi quase total. 
A lição foi assimilada rapidamente. O departamento de jornalismo da Guaíba foi reestruturado, com a contratação de repórteres e a compra de equipamentos de transmissão.
É nestes momentos, de tragédias ou de crises como a que atravessa o mundo convulsionado pela pandemia, que fica mais evidente algo que deveria ser óbvio: não existe jornalismo sem reportagem. 

foto de J.B.Scalco/Veja

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