domingo, 21 de junho de 2020

HARE, KRISHNA



Krishna, simplesmente Krishna. Foi assim que ele se apresentou ao chegar ao Arraial da Ajuda, lá na década de 1990. Argentino de Córdoba, quarentão, ele contava que havia herdado imóveis com a morte dos pais, vendera quase todos - "deixei uma casa lá, para voltar um dia" - e saiu a viajar pelo mundo.  
Na Índia, adotou a apelido com que passou a ser chamado. Quando parava mais tempo em algum lugar, exercia a sua profissão de cozinheiro.
A chegada do compatriota excêntrico, cheio de histórias para contar,  causou  nos argentinos do lugar uma vontade irresistível de comer empanadas. Típicas, legítimas empanadas argentinas, preparadas por um chef.
Por casualidade, estávamos passando uma temporada lá, num chalé equipado com fogão, geladeira e panelas, e Krishna se dispôs a prepará-las, desde que eu comprasse os ingredientes. Me deu a lista e fui ao supermercado. Azeite de oliva, farinha, carne moída de primeira, cebola, alho, tudo. Ah, e muita cerveja. 
Com a ajuda da cunhada e amiga  Isabel Lobato, à época casada com o argentino Guili, ele mandou ver.  Foi um sucesso. 
Tempos depois, assim como chegou, Krishna sumiu. 
Deve estar em Córdoba, ou ... por aí.

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