Foz do Iguaçu seria apenas mais uma pequena cidade fronteiriça se não tivesse duas obras colossais para exibir: uma natural, as Cataratas do rio Iguaçu, e outra feita pelo homem, a hidrelétrica de Itaipu, rio Paraná. Ambas se completam, e tornam Foz um dos principais destinos turísticos do mundo. Além disso, há as irresistíveis tentações de compras de produtos importados na vizinha Ciudad del Este, no Paraguai, e no free shop de Puerto Iguazu, na Argentina.
Moradores, empresários e administradores assimilaram com naturalidade e eficiência esta responsabilidade. Os serviços de vans e táxis para o transporte de turistas são eficientes, com preços tabelados.
Tanto o parque das Cataratas como a Hidrelétrica de Itaipu tem um excelente esquema de atendimento ao turista, com ônibus panorâmicos e guias.
Há opções de hospedagem para todos os gostos e possibilidades - dos resorts luxuosos situados perto das cataratas a hotéis confortáveis na área central da cidade.
Os posts que se seguem são flashes de uma estada de seis dias na tríplice fronteira.
ITAIPU, MARAVILHA HUMANA
É preciso algum tempo para assimilar a dimensão dos paredões de concreto com 190 metros de altura da barragem da hidrelétrica de Itaipu. Sua construção começou em 1975 e acabou em 1984, a um custo calculado em 20 bilhões de dólares. Foram usados 12,5milhões de metros cúbicos de concreto - 210 estádios do porte do Maracanã. A obra deu emprego direto a 40 mil pessoas.
Estas 20 turbinas movidas pelas águas do rio Paraná geram a maior parte da energia elétrica consumida no Brasil e quase toda do Paraguai, que tem direito à metade dos 14 mil megawatts produzidos. O Brasil compra o excedente paraguaio.
Itaipu vista do alto dos sangradouros, secos em épocas de pouca chuva. Ao longe, Foz do Iguaçu.
SETE QUEDAS, MARAVILHA SUBMERSA
Se num regime democráticos é difícil, quase impossível, impedir o alagamento de grandes áreas para a construção de hidrelétricas, imaginem em plena ditadura militar. Foram inúteis os apelos para que as Sete Quedas de Guaíra, no rio Paraná, fossem poupadas para a formação do lago de Itaipu.
Era o maior conjunto de cachoeiras do mundo em volume de água, e rivalizava com as Cataratas do Iguaçu em beleza e importância turística.
Desde o anúncio do alagamento, em 1979, milhares de brasileiros chegaram em romaria à cidade de Guaíra para ver as Sete Quedas pela primeira ou última vez. Algumas semanas antes do fechamento do parque junto ao rio, uma das pontes usadas pelos visitantes para apreciar as cachoeiras se rompeu e 32 pessoas caíram e foram tragadas pelas águas.
As comportas da barragem de Itaipu foram fechadas, em 13 de outubro de 1982, e o lago começou avançar rio Paraná acima até encobrir as Sete Quedas, a 160 quilômetros dali, duas semanas depois. Estava consumado mais um crime contra a natureza, em nome do progresso.
"Sete Quedas por nós passaram,
E não soubemos, ah, não soubemos amá-las...
E todas sete foram mortas,
E todas sete somem no ar...
Sete fantasmas, sete crimes,
Dos vivos golpeando a vida,
Que nunca mais renascerá..."
(Carlos Drummond de Andrade)
No Portal Guaíra há um vídeo de 26 minutos gravado por Luís Freimüller sobre as Sete Quedas Vale a pena vê-lo, neste link:
http://www.portalguaira.com/PG/guaira-e-santa-helena-video-antigo-resgata-imagens-das-7-quedas-e-salto-do-rio-sao-francisco/
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