sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

COMEMORAÇÕES SELVAGENS NO REVEILLON



Os finais de ano nas cidades do litoral norte do Rio Garnde do Sul são traumatizantes para os animais domésticos e silvestres. Com seus ouvidos bem mais sensíveis que os dos humanos, cães, gatos e pássaros são vítimas dos estrondos dos fogos de artifício. Ficam apavorados, buscam inutilmente um lugar para se esconder. Os donos acabam afetados: são obrigados a dopar seus bichinhos ou procurar lugares mais tranquilos para passar a noite do reveillon em vez de ficarem nas suas casas.
Esta estranha forma de demonstrar alegria começa no Natal e vai se intensificando à medida que o dia 31 se aproxima. A cada ano as bombas são mais potentes. Parece que a manifestação de felicidade destas pessoas depende do número de decibéis dos foguetes, semelhante a tiros de canhão. Insensíveis ao sofrimento dos animais e aos incômodos que causam aos vizinhos, não se contentam em apreciar os shows pirotécnicos que as prefeituras oferecem na hora da virada à beira-mar. E apenas curtir com a família e os amigos as últimas horas do ano, num clima de alegria e confraternização, como era antigamente.
Veranistas e moradores gastam em fogos - literalmente queimando dinheiro - quando poderiam (por que não?) - fazer doações a entidades que procuram tornar menos tristes os finais de ano dos carentes. Podem comprá-los em qualquer mercadinho de esquina - por baixo do poncho, porque por lei apenas estabelecimentos autorizados e fiscalizados pelos bombeiros poderiam vendê-los.
Já que apelar ao bom senso e o respeito ao próximo é cada vez mais inútil, talvez as prefeituras pudessem agir com mais rigor para impedir a comercialização dos fogos em estabelecimentos não autorizados.
Só tornando mais difícil a compra será possível conter estes bárbaros do século 21.



Para quero-queros e corujas, as "comemorações" dos humanos são uma tortura

(clique sobre as fotos para ampliá-las)


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