Quando eu entrei no táxi, Aristide baixou o volume do carro, fechou os vidros e ligou o ar refrigerado. Estava tocando uma legítima lambada caribenha, e eu pedi a ele para aumentar o volume, desligar o ar e abrir as janelas. O motorista custou a me entender - além do pedido estranho, o inglês dele era sofrível. Acabamos nos entendendo numa mistura de inglês e francês. Ao som da lambada, vento quente entrando nas janelas do carro, fiquei sabendo que Aristide era haitiano e ainda estava se adaptando à profissão e ao país. Paguei, dei gorgeta e pedi para fotografar este homem-símbolo da cidade.
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, trabalhei em quase todas as redações de rádio, tevê e jornais de Porto Alegre até me aposentar, em 2005.
Nos blogs CORRECAMINOS e UMA BANDA PELOS ANDES compartilho com os leitores as minhas viagens, geográficas e interiores, e tudo que acho interessante. Escrevo sobre personagens, livros que li e fatos pitorescos, sempre que possível com fotos minhas. .
O título CORRECAMINOS é tirado de um poema exibido por um tocador de realejo da Calle Florida, em Buenos Aires, na década de 1970. Era assim:
"Somos bohemios,
correcaminos,
donde la gente nos mira pasar
brotan sonrisas,
si hubo tristezas,
brotan recuerdos
de tiempos de paz."
A foto dele ilustra o post REALEJOS, uma homenagem a estes cada vez mais raros artistas de rua ainda em atividade no mundo.
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