sexta-feira, 10 de março de 2023

IBIRAQUERA

 


Barra da lagoa de Ibiraquera, em Imbituba, SC.

Ao fundo, a ilha do Batuta

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

TERMAS DO GRAVATAL

 




Neste belo parque, no hotel Termas, brota a água termo-mineral, a 36 graus, que abastece alguns hotéis das Termas do Gravatal.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

IMBÉ, CIDADE JARDIM

 


Abraçada pelas águas das lagoas, do rio Tramandaí e do mar, a praia do Imbé tem uma paisagem diferente daquelas surgidas ao longo do costão de areia entre Torres e Rio Grande. O aspecto urbanístico do balneário também é peculiar: em 1939, dois empresários compraram a área de dunas e banhados onde viviam algumas dezenas de pescadores e contrataram o engenheiro e urbanista Ubatuba de Farias para projetar o novo loteamento.
Professor na Faculdade de Arquitetura da Ufrgs e aluno do Instituto de Urbanismo de Montevidéu, Ubatuba concebeu Imbé como uma Cidade-Jardim, aplicando conceitos do urbanista inglês Ebenezer Howard, para quem era preciso conter a superpopulação, a poluição e a especulação imobiliária, que já no início do século XX assustavam os profissionais da área. A idéia básica era construir cidades que unissem o que havia de melhor no campo (ar e água de qualidade, áreas verdes, produção própria dos alimentos) com o melhor da cidade (oportunidades profissionais, infra-estrutura, opções culturais).

 O novo balneário, essencialmente residencial e destinado ao veraneio, ganhou ruas curvilíneas, tendo como eixo central a avenida Porto Alegre. As disposição das casas, circundadas por áreas verdes, levou em consideração o sistema de ventos, o conforto térmico, a iluminação e a ventilação.
Um loteamento feito com conceitos tão inovadores passou a atrair, a partir da década de 1940, famílias de classe média em busca de uma praia sofisticada e próxima a Porto Alegre. A velha ponte de madeira sobre o rio Tramandaí foi substituída por uma de concreto, e o núcleo inicial do Imbé se expandiu cada vez mais. No início da década de 70, molhes de pedra regularizaram a barra do rio, acabando com o braço morto - uma faixa de areia entre o mar e o leito original do rio, que corria para o norte - e no final da década de 80 o primeiro prefeito do município recém emancipado não resistiu à tentação de construir um calçadão à beira-mar, com a retirada das dunas.
Desde então, os moradores e veranistas do balneário têm lutado para preservar a natureza e os conceitos urbanísticos
 que o tornaram conhecido, cada vez mais ameaçados pela especulação imobiliária, com a conivência das sucessivas administrações municipais. A lagoa junto à avenida Santa Rosa, com as águas do antigo leito do rio, foi conservada e ajardinada, e depois uma dura luta judicial e pelos meios de comunicação as dunas ao norte da avenida Garibaldi acabaram salvas. Obras que deformam a bela margem do rio têm sido embargadas, e o novo Plano Diretor, que permite a construção de edifícios, está sendo contestado na Justiça.
É uma luta que vale a pena. O Imbé (o nome vem de uma espécie de cipó) tem atrativos que mesmo veranistas dos balneários da região não conhecem. Experimente curtir um pôr-do-sol à beira da lagoa, com seus condomínios de luxo voltados para as montanhas, ande pelo entorno da lagoa da Santa Rosa, dê uma caminhada pela beira do rio no início da manhã. É uma praia que concilia a tranquilidade, mesmo nos meses de verão, com a agitação e a infra-estrutura da vizinha Tramandaí.
O sonho de Ubatuba de Farias, de quase 60 anos atrás, se realizou: apesar de tudo, Imbé se tornou uma Cidade-Jardim.






sábado, 21 de janeiro de 2023

SUNRISE, SUNSET

 

Imbé/RS



segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

SAUDADES DA POUSADA MANGABA

 Naquela época não se fazia reserva: mochila na costas, ia chegando de pousada em pousada, até escolher uma que fosse confortável e o preço razoável.

E assim chegamos na Mangaba, Arraial da Ajuda, anos 80. Quartos com banheiro, mas ... e o chuveiro elétrico?
"O sol aquece a água, meu filho", disse a dona Teresinha, com aquele sotaque dos nativos do sul da Bahia. Também não tinha café da manhã, saboreado na padaria da esquina, ou no café Nossa Senhora Aparecida, na Bróduei, a algumas quadras dali.
Já fiquei em pousadas boas, ótimas, maravilhosas. Mas como sinto saudades da Mangaba.





Em vez de piscina, galinhas ciscando à sombra de cajueiros, mangueiras, mangabeiras

domingo, 15 de janeiro de 2023

LA NAVE VA

 


Praia do Laranjal, Lagoa dos Patos.

Pelotas/RS



domingo, 8 de janeiro de 2023

LIZETE ORSINI LOBATO (1956-2021)

 


Os primeiros sinais são fraqueza nas pernas, nos braços. Andar de bicicleta, correr e até caminhar vai ficando cada vez mais difícil. Aos poucos a pessoa fica dependente dos outros até para executar tarefas domésticas básicas.

A busca pelo diagnóstico é longa e frustrante. Neurologistas, reumatologistas e outros especialistas pedem exames de todo o tipo: de sangue, radiografias, eletroencéfalogramas, tomografias. Eles vão se acumulando, e as respostas são sempre as mesmas: não sei.
Quando, enfim, os médicos concluem que é uma doença neurológica degenerativa - pode ser Atrofia Muscular de Múltiplos Sistemas (AMMS) ou Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), resta ao doente se conformar em morrer um pouco por dia. Não há cura nem sem sabe quais as causas. Nos Estados Unidos e em vários outros países foram criadas associações de familiares das vítimas de doenças degenerativas, que recolhem e doam recursos para pesquisas destinadas a conseguir a sua cura, mas até agora não obtiveram sucesso.
A recomendação médica é a internação em clínica geriátrica, medicamentos para amenizar os sofrimentos físicos e mentais e exercícios com fisioterapeutas e fonoaudiólogos para retardar os efeitos. O tempo médio de sobrevivência é de seis anos.
Na penúltima etapa o doente já não consegue falar nem engolir os alimentos. Na última, só respira com oxigênio, até que o coração - também um músculo - para de bater.
O dia 7 de janeiro de 2021 foi o último da Lizete Orsini Lobato, uma irmã muito querida da Lais e minha cunhada e amiga, de quem temos muita saudade.
Era professora de História e Geografia em Florianópolis, e depois de se aposentar, em 2015, veio morar em Imbé/RS, e se dedicou a cuidar de sua mãe, nonagenária. Pouco depois começou a sentir os sintomas da AMMS.
Faleceu aos 64 anos, no hospital de Tramandaí. Deixou a filha Priscila.
Descanse em paz.



Praia do Cassino, verão de 2011

'Guarda-me, ó Deus,                                                                    por que em ti confio."Salmo 16