Pequenos carnívoros de 15 a 35 centímetros de comprimento, as doninhas, furões e visons, da familia dos ustelídeos, são comuns no hemisfério norte. Excelentes caçadores, se alimentam de ratos e outros bichinhos, e se defendem bem dos predadores, às vezes maiores que eles. Mas com os homens, se dão mal.
Sempre foram caçados por seus pelos macios para a confecção de agasalhos, mas com a moda dos caríssimos casacos de vison, passaram a ser criados em fazendas.
Em vez de correr atrás de suas presas, vivem confinados em pequenas jaulas até o momento do abate. De nada adiantaram os protestos de defensores dos direitos dos animais, que na década de 1970 começaram a invadir desfiles de moda e vaiar os casacos de pele.
Não são os únicos animais a serem criados em cubículos e depois abatidos, mas os únicos cujo sacrifício serve apenas para satisfazer a vaidade humana.
A revanche deles chegou com a pandemia. Em abril deste ano, o coronavírus transmitido por doninhas infectou dois funcionários de fazendas da Holanda. Para evitar a propagação do vírus, 500 mil animais já foram mortos nos Países Baixos. Outros casos ocorreram na Dinamarca, maior exportador de peles do mundo. Lá, todos os 17 milhões de animais em cativeiro serão sacrificados. Surtos já foram detectados nos Estados Unidos, na Itália e na Espanha.
Em vários países, como a Alemanha, a criação de doninhas em "fazendas" já foi proibida. A própria Holanda havia aprovado uma lei para acabar com a prática até 2024.
O coronavírus pode apressar o fim desta crueldade.
Será - que ironia - a vingança das doninhas.