quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

ALGUNS ECONOMISTAS ME IRRITAM




As lojas de eletrodomésticos oferecem fogões de 600 reais em 20 prestações de 38 reais. As revendas de carros têm carros básicos com financiamentos de 60 meses. As construtoras financiam os imóveis em 20 anos.
Para os economistas que dão entrevistas na tevê, quem encara estas propostas só pode ser maluco e irresponsável. Engravatados, banho tomado, em seus escritórios limpos e organizados, eles dão a fórmula certa: pagar tudo à vista. Usar o limite do cheque especial só em último caso. Investir em CDB, na bolsa ou em lingotes de ouro (a poupança não rende nada)  até juntar o dinheiro suficiente para comprar o eletrodoméstico, o carro, o apartamento à vista.
Em que mundo eles vivem? Sei lá, mas não é o meu, nem o do seu Antônio, nem o da dona Teresinha. Pessoais normais têm, quase sempre, duas opções: comprar a prazo ou não comprar. Lá nos anos 70 resolvi comprar meu primeiro carro. Optei pelo consórcio. Ir pagando aos poucos, sem juros, até resgatar o bem, como pregam os doutores da economia. Paguei  meio ano, 10 meses, um ano, e nada de ser sorteado. Viajava de carona ou de ônibus, andava de táxi. Até que cansei. Retirei o que já havia pago e dei de entrada para comprar um fusca azul-calcinha usado, financiado em 12 vezes.
A vida é assim. O importante é ver se o financiamento cabe no orçamento. Se a tevê está funcionando, fica com ela em vez de se endividar com aquela megatela. O carro novo também pode esperar. Mas se não houver outro jeito, encara, aperta o cinto. E não dá bola para estes senhores que vivem num mundo ideal.

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