sexta-feira, 8 de novembro de 2019

GUARDIÕES DO IMBÉ



Advogados, juristas, engenheiros, professores, funcionários públicos. Jovens, de meia idade ou aposentados, eles têm em comum a causa da defesa da praia do Imbé, no litoral norte do Rio Grande do Sul, da ação predadora dos administradores públicos e especuladores imobiliários.
Estão organizados desde 1985 na Associação Comunitária do Imbé - Braço Morto. Durante o verão se reúnem informalmente todas as semanas para tomar cafezinho e trocar idéias, e pelo menos uma vez na temporada são convocadas Assembleias Gerais, com a participação de associados e veranistas. No inverno se comunicam pela internet e em encontros em Porto Alegre ou no Imbé.
As vitórias que a associação já obteve são notáveis. Em 1986 conseguiu barrar a construção de molhes da barra do rio Tramandaí, depois de comprovado que a obra causaria a invasão da parte norte da praia pelas águas do mar. Outra luta judicial, seguida de vitória, foi o embargo da retirada das dunas para a construção de um calçadão na beira mar. O prefeito da época teve que mudar o projeto, respeitando as dunas.
A associação também recorreu à Justiça para demolir um estaleiro particular, construído irregularmente, com a complacência da prefeitura, na margem do rio Tramandaí. Agora, a luta é para impedir que a prefeitura e a Câmara de Vereadores prossigam nos seus propósitos de liberar a construção de edifícios,  deformando o projeto urbanístico que concebeu o Imbé como Cidade-Jardim,  de residências unifamiliares. Um desafio formidável. Mas ninguém espere que estes guardiões do interesse público desistam.





Noite de 8 de novembro de 2019:  a população do Imbé, convocada pela associação, lota o auditório da Escola de Música do município para discutir o Plano Diretor com secretários da prefeitura. 
Na primeira fila, o presidente, pastor Ronaldo Lindemann (quarto da esquerda para a direita)




23/2/2020: associados e dirigentes da associação participam de um protesto contra a construção de um edifício de 15 andares em frente ao rio Tramandaí. A associação pediu à 9ª Vara Ambiental da Justiça Federal a demolição do prédio por se encontrar em Área de Preservação e afrontar o Estatuto das Cidades. A decisão ainda não foi tomada. 

 

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