30 de setembro de 2005. Era o meu último dia de trabalho - havia me aposentado - e tinha muita coisa que organizar antes de sair. O telefone tocou e ao atender ouvi a voz da Bela, com uma ordem curta e seca:
"Clovis, vem cá, já".
Larguei tudo e saí imediatamente da Agência RBS, onde trabalhava, para saber o que ela queria. Certamente algo muito urgente e grave. Quando entrei na redação da Zero Hora, surpresa: estavam todos reunidos, do diretor Marcelo Rech à Lara, funcionária do bar. A Bela havia organizado uma festa de despedida, com refrigerantes e salgadinhos. Até um fotógrafo, o Júlio Cordeiro, foi requisitado. Teve discursos, risos, abraços. E muita emoção.
Maria Isabel Hammes era assim. Herdou de seu pai, de origem alemã, a disciplina, a organização, o gosto pelo trabalho bem feito, e da mãe, pernambucana, o coração de manteiga, a sensibilidade, o olhar amoroso em tudo que fazia.
Bela era uma excelente repórter, e naturalmente chegou ao cargo de editora de economia do jornal. Casada com o fotógrafo Carlos Rodrigues, fazia milagres para estar sempre presente na criação dos dois filhos, apesar das exigências da profissão.
Sua morte prematura foi um baque muito duro para familiares, amigos e colegas.
Fica na memória a imagem de um ser humano raríssimo.
Uma mulher iluminada.
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