quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

SÉRGIO KREPSKY (1943-2016)



As amizades mais sólidas, em geral, são aquelas da juventude. Aquelas besteiras como o primeiro porre, o carro tomado "emprestado" do pai para uma escapada noturna, as paixões compartilhadas em papos segredados, as primeiras viagens. Memórias que permanecem e solidificam a relação, mesmo que se passem anos sem se encontrar.
Com o Sérgio foi diferente: já estávamos aposentados quando nos conhecemos.  Ele e a Malu, amiga e colega de muitos anos,  passavam, como eu e a Lais, a maior parte do tempo na casa da praia, no Imbé, e desde os primeiros encontros já éramos como velhos companheiros. 
Almoços, jantares e visitas se tornaram constantes e prazerosos, na casa deles, na nossa, em restaurantes da região. Discreto,  generoso, bem-humorado, de gosto requintado,  o arquiteto e professor universitário Sérgio Krepsky ganhou,  de nós, o título carinhoso de Conde
Foram poucos anos de convivência, mas nos marcaram profundamente. Uma grande pena que tenha nos deixado tão cedo.

Conde Krepsky,  um ser humano especial.
Um fidalgo, um gentleman, uma alma nobre.



O casal Sérgio Krepsky e Maria Luiza Kruel Borges (Malu) em um de tantos
 momentos de felicidade



3 comentários:

Unknown disse...

Saudades de um grande Amigo!... Que Deus o tenha...

Sergio Digital disse...

Já eu conheci o Sérgio K naquela primeira fase. Das sacanagens de guri. Mas ele já mostrava aquilo que falaste: Alma nobre. Muito eu aprendi com ele em poucos anos (1957-1961), mas esta influência sinto até hoje. Que esteja bem lá no alto. Abraços.

Clovis Heberle disse...

Comentário de Anatolio Laschuk, enviado por e-mail:

Obrigado por compartilhar o teu texto sobre o Sérgio. Muito denso, como um bom vinho que amadureceu no tempo certo, pleno de detalhes ocultos, inexpressáveis em palavras.

Tocou-me profundamente pois me fez lembrar do Sérgio e de seu entusiasmo contagiante quando navegávamos à deriva na longínqua e "louca" juventude onde as amizades se preenchem de uma cumplicidade eterna. Amigos para sempre!

Tocou-me profundamente pois me fez relembrar mais uma vez da efemeridade dos dias e de como é importante estar atento e receptivo a pequenos detalhes únicos, irrepetíveis, que na noite dos tempos se tornarão pedras preciosas brilhando magicamente em nossa caixa de tesouros íntimos. Uau!

Tocou-me profundamente pois me fez ver mais uma vez como é necessário agradecer a esse misterioso e inexplicável fluir que é a vida e à mesa da qual fomos convidados a sentar e participar. Ágape!

Agradeço a esse fluir por ter conhecido o Sérgio e por ele continuar presente em minha lembrança e em minha caixa de tesouros.



Tu o conheceste em anos recentes, mas eu percebo perfeitamente como a intensidade da amizade, dos pensamentos comuns e da camaradagem entre vocês foram, e permanecem sendo, tão intensos e vivos que se equivalem aos de uma vida inteira, quiçá além!



Por alguma razão misteriosa, a lembrança do Sérgio fez-me lembrar da Oração de São Francisco:

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive

para a Vida Eterna.



Anatólio