sábado, 22 de outubro de 2016

UM PAÍS CHAMADO SÃO PAULO



Visto da janela do avião, o Rio de Janeiro é deslumbrante - mar, montanhas, matas e praias enchem os olhos e emocionam até aqueles que moram lá ou visitam a cidade frequentemente. Mas o encantamento some ao desembarcar.
Em São Paulo é o contrário: ver de cima aquela imensidão de prédios, com raros espaços verdes, causa desconforto - de onde sai água para tanta gente? E o esgoto, a poluição do ar?
 Como é alguém pode viver nesta floresta de concreto?




A aproximação do aeroporto de Congonhas, com o avião raspando o alto dos edifícios, chega a assustar. Mas depois de chegar, vemos que o monstro não é tão feio assim. Apesar dos problemas causados pelo seu gigantismo, São Paulo é uma uma cidade organizada, onde tudo funciona razoavelmente. O paulistano é, em geral, bem educado e amável.
Começando pelos taxistas. Ao embarcar e informar o seu destino, ele provavelmente usará o GPS para tomar a melhor rota. E muitos anos antes do GPS e do Uber a cortesia e a eficiência dos motoristas de táxi de São Paulo já me chamavam a atenção. Assim como nas lojas, no mercadinho, na padaria, no hotel, no balcão do cafezinho. 




Alameda José Maria Lisboa, esquina com avenida Pamplona, no Jardim Paulista. 
Bares, restaurantes, lojas, hotéis, padaria, farmácia 24 horas, lotérica, salão de beleza e muito mais. 
Clima de cidade do interior. 





Perto daqui estão o MASP,  o parque do Ibirapuera, a Oscar Freire e os mais badalados shoopings.





As antenas das tevês sobressaem  na paisagem. Várias emissoras - Band, Globo (foto), Gazeta - têm suas antenas na avenida Paulista. 









 








A força da grana que ergue e destrói coisas belas (Caetano Veloso, na música Sampa) está presente em toda a cidade - helicópteros que cruzam o céu, edifícios imponentes, um sistema integrado de metrô/ônibus/trens, dezenas de teatros, museus e universidades. 
A gastronomia e os serviços estão à altura de qualquer metrópole norte-americana ou européia. 
Além da Região Metropolitana de 20 milhões de pessoas, há no interior de São Paulo cidades com população e riqueza maiores que algumas capitais brasileiras como  Campinas e Ribeirão Preto. As estradas são, na maioria, muito boas. 
Na capital e no interior se sente a energia, a criatividade e a vontade de progredir que caracterizam os países mais avançados. 
São Paulo, sim, poderia ser um país, com todas as contradições de uma nação do terceiro mundo, onde a opulência e a miséria convivem lado a lado. 




O POVO DE PORTINARI



Era para ser apenas um almoço no restaurante do MASP. Foi muitíssimo mais. 
Uma exposição com 50 telas de Cândido Portinari. O tema da mostra, Portinari Popular, são obras que retratam trabalhadores - especialmente das lavouras de São Paulo - e cenas pungentes de retirantes do Nordeste. A única exceção é um retrato de Mário de Andrade. 



OS RETIRANTES

Não há como não se comover diante de uma do cena destas - uma família de retirantes, com todos os pertences num saco sobre a cabeça da mãe.




2 comentários:

Lauro Dieckmann disse...

Sim, S. Paulo é um país. SP "é o Brasil e o resto é paisagem".
Em termos de marketing, SP é o primeiro mercsdo. O 2º é formaso pelo conjunto de municípios do interior de SP.
Mas o RJ tem seu valor. Pela historia e pela paisagem. Mesmo com taxistas de maus bofes (e ñ são todos).

Clovis Heberle disse...

Gosto muito do Rio, especialmente pelo seu jeito descontraído de ser. Só deixei de ir lá depois de ser assaltado pela terceira vez, e em inglês. "Stópi, stópi, mister". E os guris, doidões, não entenderam quando expliquei, em português, que era gaúcho, duro...
Abraço, obrigado pela visita!