Casaco e colete de seda, bordados, confeccionados na França no século XVIII.
Em exposição no Museu Metropolitano de Arte
de Nova York
Há quatro mil anos a seda é a rainha dos tecidos. Naturalíssima, delicada, forte, discretamente brilhante, suave, belíssima, enfim. Trajou reis e rainhas, esteve presente em todas as festas chiques ao longo dos séculos. Viu surgirem, decaírem e desaparecerem gerações de nobres, de burgueses, comerciantes, industriais. Sempre foi um símbolo de poder, de riqueza, de bom gosto.
O segredo da produção do tecido foi mantido em segredo pelos chineses até o período final do Império Romano, quando monges enviados pelo imperador Justiniano até os centros produtores da China trouxeram bichos da seda para Roma. Mesmo assim, por muitos anos a única forma dos europeus conseguirem seda era trazê-la da China, uma aventura arriscada, cara e muito difícil.
Com a Revolução Industrial, no final do século 19, os tecidos de algodão e lã se popularizaram.
No século 20 todos os lares de famílias de classe média tinham máquinas de costura, e havia lojas de tecidos em todas as cidades brasileiras - pelo menos uma filial das Casas Pernambucanas....
A revista Burda, especializada em modelos de vestidos com as instruções de como costurar, era leitura obrigatória entre as costureiras e as donas de casa, muitas das quais faziam suas próprias roupas - os cursos de corte e costura faziam parte da educação das moças.
No século 20 todos os lares de famílias de classe média tinham máquinas de costura, e havia lojas de tecidos em todas as cidades brasileiras - pelo menos uma filial das Casas Pernambucanas....
A revista Burda, especializada em modelos de vestidos com as instruções de como costurar, era leitura obrigatória entre as costureiras e as donas de casa, muitas das quais faziam suas próprias roupas - os cursos de corte e costura faziam parte da educação das moças.
Esta realidade foi mudando com a facilidade de comprar roupas prontas. Mudou a forma de vestir da população. Alfaiates e costureiras tornaram-se cada vez mais raros e caros. Os tecidos sintéticos tornaram os preços ainda mais acessíveis, mas a seda natural mantinha o seu lugar como a preferida para vestidos de luxo.
Nos últimos anos, as lojas especializadas em tecidos finos, têm fechado suas portas, mesmo em algumas capitais de estados.
Em maio de 2014, a loja Phoenix, a única que restava em atividade em Porto Alegre, no bairro Moinhos de Vento, com atendimento personalizado e designer à disposição dos clientes, encerrou suas atividades.
Uma pena: esta fênix não renascerá das cinzas.
Uma pena: esta fênix não renascerá das cinzas.
Naquela época, pelo menos a metade dos vestidos de alta costura de Paris eram feitos de seda.
A ROTA DA SEDA
Caravanas de mercadores transportavam os fardos de seda em caminhos difíceis e perigosos do interior da China até os países da Europa (traços em vermelho). Apenas depois do século VII navegadores europeus descobriram rotas seguras para chegar pelo sul até onde hoje é o canal de Suez (traços em azul).
O mapa é da revista National Geographic.
Clique sobre ele para ampliá-lo.
*** Marco Polo (1254-1324) percorreu a rota da seda e, depois de viver 16 anos na corte do imperador mongol Cublai Cã (ou Khan), voltou para Veneza e narrou suas peripécias em
O Livro das Maravilhas.
E tudo começou com uma larva. Ela se desenvolve em amoreiras e escreta mais de um quilômetro de gosma que ao contato com o ar se torna um fio ultra-resistente, destinado a proteger a borboleta em seu casulo....
O fio, trabalhado por tecelões, se torna o mais nobre dos tecidos.
Algumas etapas da produção da seda já são feitas por máquinas, mas na essência a transformação dos fios em tecido não mudou muito desde que a imperatriz chinesa Si Ling Shi se deu conta de que podia tecer o filamento de um casulo de bicho-da-seda que havia caído de uma amoreira dentro da sua xícara de chá,
2.700 anos a.C.
2.700 anos a.C.
Metade da seda produzida no mundo ainda é exportada pela China. Uma das maiores distribuidoras de seda do mundo é a Liberty, de Londres, Inglaterra. O site: http://www.liberty.co.uk
A SEDA NO BRASIL
Na foto acima do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, uma tecelã paranaense prepara os fios para a fabricação do tecido.
O Brasil também produz seda. Quase toda vem de 29 municípios do noroeste do Paraná, onde mais de quatro mil agricultores plantam amoreiras e recolhem os casulos em pequenas propriedades rurais com área média de 2,5 hectares.
Uma tecelagem de Londrina recebe boa parte da produção.
O restante é mandado para fábricas de São Paulo ou exportado, com o apoio do Instituto Vale da Seda, criado em 2009 em Maringá.
O Brasil também produz seda. Quase toda vem de 29 municípios do noroeste do Paraná, onde mais de quatro mil agricultores plantam amoreiras e recolhem os casulos em pequenas propriedades rurais com área média de 2,5 hectares.
Uma tecelagem de Londrina recebe boa parte da produção.
O restante é mandado para fábricas de São Paulo ou exportado, com o apoio do Instituto Vale da Seda, criado em 2009 em Maringá.
e a Kotzias, de Florianópolis, são das poucas lojas especializadas em tecidos finos ainda em atividade no Brasil.
Uma festa para os olhos e a sensibilidade.
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