Brasil, agosto de 1888.
Dom Pedro II volta de uma longa viagem à Europa e anuncia a abdicação ao trono. Justifica, no comunicado à nação, que sua saúde debilitada já não permite o cumprimento, com a necessária energia e lucidez, dos compromissos de chefe de governo, apesar de ter apenas 63 anos de idade.
A atitude do Imperador já era esperada, depois que fracassaram as tentativas dos melhores médicos europeus de aliviarem seus tormentos físicos, entre os quais o diabetes, e a depressão. O que ninguém esperava era um projeto, enviado no mesmo dia ao Senado, indicando seu neto, o príncipe Pedro Augusto de Saxe e Coburgo como seu sucessor. Apenas os amigos mais chegados a Pedro II sabiam de sua insatisfação com a falta de habilidade política e a impopularidade de sua filha Isabel e do genro Gaston, o Conde D’Eu, que durante a longa viagem do sogro pela Europa tratou de reforçar o seu orçamento traficando influências e explorando cortiços na zona do mangue do Rio de Janeiro.
Pedro Augusto era bem diferente. Fora educado pelo avô para sucedê-lo. Filho de Leopoldina de Bragança e Luís Augusto de Saxe e Coburgo, Duque de Saxe, ganhou a condição de favorito ao trono por ter sido o primeiro neto a nascer, nove anos antes do primeiro filho de Isabel, apesar desta ser mais velha que a irmã. A morte da mãe quando Pedro Augusto tinha apenas quatro anos aproximou ainda mais o avô do neto, trazido da Áustria - pátria da família de seu pai - para ser educado no Brasil. Como os dois filhos homens de Dom Pedro II com a Imperatriz Teresa Cristina haviam morrido ainda crianças, os dois passaram a ter uma relação de pai e filho e, mais tarde, de amigos e confidentes. Jornais da época observavam que até fisicamente eles eram parecidos.
Este poderia ter sido o desfecho do reinado de Pedro II, se o Imperador tivesse freado o jogo de ambições dentro da família real, as divisões dos grupos políticos que ora o apoiavam ora se opunham, de acordo com seus interesses, e as articulações descaradas dos republicanos para derrubá-lo. Acabou sendo deposto por uma quartelada, sem reação, sem luta, em 15 de novembro de 1889.
A atitude do Imperador já era esperada, depois que fracassaram as tentativas dos melhores médicos europeus de aliviarem seus tormentos físicos, entre os quais o diabetes, e a depressão. O que ninguém esperava era um projeto, enviado no mesmo dia ao Senado, indicando seu neto, o príncipe Pedro Augusto de Saxe e Coburgo como seu sucessor. Apenas os amigos mais chegados a Pedro II sabiam de sua insatisfação com a falta de habilidade política e a impopularidade de sua filha Isabel e do genro Gaston, o Conde D’Eu, que durante a longa viagem do sogro pela Europa tratou de reforçar o seu orçamento traficando influências e explorando cortiços na zona do mangue do Rio de Janeiro.
Pedro Augusto era bem diferente. Fora educado pelo avô para sucedê-lo. Filho de Leopoldina de Bragança e Luís Augusto de Saxe e Coburgo, Duque de Saxe, ganhou a condição de favorito ao trono por ter sido o primeiro neto a nascer, nove anos antes do primeiro filho de Isabel, apesar desta ser mais velha que a irmã. A morte da mãe quando Pedro Augusto tinha apenas quatro anos aproximou ainda mais o avô do neto, trazido da Áustria - pátria da família de seu pai - para ser educado no Brasil. Como os dois filhos homens de Dom Pedro II com a Imperatriz Teresa Cristina haviam morrido ainda crianças, os dois passaram a ter uma relação de pai e filho e, mais tarde, de amigos e confidentes. Jornais da época observavam que até fisicamente eles eram parecidos.
Este poderia ter sido o desfecho do reinado de Pedro II, se o Imperador tivesse freado o jogo de ambições dentro da família real, as divisões dos grupos políticos que ora o apoiavam ora se opunham, de acordo com seus interesses, e as articulações descaradas dos republicanos para derrubá-lo. Acabou sendo deposto por uma quartelada, sem reação, sem luta, em 15 de novembro de 1889.
Quanto a Pedro Augusto, embarcou junto com a família imperial, enfim unida, para o desterro. Aos 23 anos, já dava sinais de problemas emocionais, agravados pela disputa do trono com a tia Isabel, por quem sempre fora hostilizado, e pela decepção de constatar que não teria mais chances de ser coroado como Dom Pedro III, Imperador do Brasil.
“O favorito”, como era chamado, faleceu aos 68 anos, em setembro de 1934, num manicômio de Viena, onde passou mais de quatro décadas, sem deixar descendentes.
Parece o enredo de um romance ou de uma telenovela, mas é um capítulo pouco conhecido, apesar de sua importância, da história do Brasil, narrado com detalhes por Mary del Priore no livro "O Príncipe Maldito", da editora Objetiva. Uma obra para ler e guardar.
Parece o enredo de um romance ou de uma telenovela, mas é um capítulo pouco conhecido, apesar de sua importância, da história do Brasil, narrado com detalhes por Mary del Priore no livro "O Príncipe Maldito", da editora Objetiva. Uma obra para ler e guardar.
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