quinta-feira, 9 de julho de 2009

BOMBAS E BOMBINHAS, ADEUS

Uma calçada estreita separa a areia do muro de uma pousada.

Praia loteada: um cercadinho para apreciar a paisagem.

Demorei demais para conhecer Bombas e Bombinhas. Ouvi, por décadas, relatos de amigos que descreviam as duas praias como as mais belas do litoral de Santa Catarina, onde existem centenas de lugares rotulados como paradisíacos.
Tentei percorrer a região na década de 70, mas meu fusca teve um problema mecânico e tive que voltar, depois de pernoitar num camping em Porto Belo. Voltei lá agora, e saí com um sentimento de frustração, de decepção. Como é que puderam deformar a natureza de uma forma tão selvagem, ocupando todos os espaços até a beira da praia com caixotes de cimento? Como é que o Poder Público deixou que o acesso à praia ficasse limitado a alguns poucos corredores entre paredes de casas e pousadas cujos fundos dão para a praia?
Alguém poderá me dizer que o que aconteceu aqui é apenas a repetição do que houve e está havendo em todo o litoral brasileiro. Mesmo assim é duro.
Demorei demais para voltar lá. Não devia ter voltado.

2 comentários:

Clovis Heberle disse...

Meu amigo Fernando Lima Sanchotene, jornalista (diplomado) gaúcho radicado há três décadas em Vitória, Espírito Santo, me manda este comentário por e-mail:
"conhecí Bombas e Bombinhas em 1973, ainda em seu nascedouro. Para entrar naquelas praias eu me lembro de ter de subir com o carro de ré, pois era um corcel com tração nas rodas dianteiras e seu sistema derrapava para enfrentar as ladeiras existentes.

Depois disso, já na década de 90, voltamos lá e encontramos um capping com capacidade para 4500 barracas, uma verdadeira cidade, com salão de beleza, bancos, supermercados e demais equipamentos presentes nas grandes cidades. Uma loucura. Ora, nem é preciso dizer que entramos e na mesma hora saímos daquela área. O processo de urbanização havia feito a sua parte e a sensação foi exatamente a que sentiste ao abordar este artigo.
Obrigado por denunciares uma má impressão que tive e que ficara por isso mesmo. "

Clovis Heberle disse...

Fernando,
que bom que sentiste o mesmo que eu. Uma pena que o mesmo processo tenha ocorrido, e ainda ocorra, sem qualquer providência de quem de direito.
Um forte abraço
Clovis