Antenas parabólicas na paisagem de um lugarejo próximo a Caraíva, na Bahia
Até 1986, quando as antenas parabólicas começaram a ser vendidas, os moradores das pequenas cidades ou dos vilarejos do interior do Brasil não tinham televisão. A única forma de se manterem informados era o rádio de ondas médias ou curtas. Os bares, hotéis e pousadas foram os primeiros a instalá-las, e se tornou um hábito ver as notícias, as novelas e os jogos de futebol bebendo uma cervejinha no bar mais próximo. Em alguns vilarejos, como a Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, as prefeituras colocavam aparelhos de tevê na praça, onde os moradores viam novelas da Globo e o Jornal Nacional. Depois o aparelho era desligado e a caixa de madeira onde ficava protegido fechada.
Aos poucos as antenas que permitiam ver a programação das redes de televisão se tornaram parte da paisagem dos mais remotos rincões do pais. Foi um avanço importantíssimo: com um custo relativamente baixo, passou a ser possível se conectar com o que estava acontecendo no mundo e ver os programas, as novelas e os jogos sem sair de casa.
Neste ano, acaba a era das parabólicas. Em dezembro o sinal analógico será desligado. A tecnologia 5 G precisa do espaço, assim como o das emissoras de rádio AM, que migraram para a FM. As velhas antenas terão que ser substituídas pelas digitais e se tornarão sucata.