segunda-feira, 30 de maio de 2011

O TALENTO ANÔNIMO DO COPIDESQUE

-Se isto é um jornal! Aqui estão os artigos, as informações, as críticas: "Foi aprovada a tarifa especial n.1 não sei de quê... Foi despachado aluno pensionista do instituto, o sr. não sei quem... Parece que o sr. Fulano de Tal não quer ir para Mirandela, conservador... O sr. Cicrano vai fazer leilão de sua casa de penhores... etc. Isto é extraordinário. .. Tudo assim, do princípio ao fim... e duas colunas de "partiu", "chegou", "faleceu", "fez anos"...
Burros!  E há três dias não recebo o Times...
O desabafo de Timóteo, personagem de A Tragédia da Rua das Flores, de Eça de Queiroz, vale para a maioria dos jornais brasileiros de hoje. Medíocres, submissos aos governantes, cheios  de erros. O talento dos repórteres sufocado , just  bricks in the wall  da fábrica de notícias.
Já houve tempos em que se fazia e  lia jornais com prazer. Em que um bom repórter demorava um tempão - e jogava no lixo laudas e mais laudas - até chegar ao lead  mais adequado ao assunto.  E havia os copidesques, hoje raríssimos, vítimas do enxugamento das redações.  Eles não só “limpavam”os textos como davam a eles  forma e estilo. Se por um lado os copidesques garantiam um padrão de qualidade para o jornal ou revista, mascaravam as deficiências daqueles repórteres que sabiam – quando sabiam – apurar as informações mas tinham dificuldades para escrever. Muitas vezes o copy  tinha que entrevistar o repórter para saber exatamente o que é que ele queria dizer...
Ao assumir a direção da redação de Zero Hora, de Porto Alegre, no início da década de 90, Augusto Nunes avisou: não queria jornalistas que não soubessem escrever. A decisão incluía a extinção de mesa de copidesques, responsável pela revisão das matérias de todas as editorias do jornal.  Na prática, a tarefa passou para os editores e subeditores, e o processo de adaptação foi longo e penoso. Mesmo os melhores repórteres cometiam erros, e as reportagens tinham que ser adaptadas ao espaço disponível para elas na edição. Os editores ficaram sobrecarregados e o número de erros do jornal se multiplicou, provocando reclamações dos leitores.  
Nei Duclós, um dos grandes jornalistas e poetas brasileiros, era copy por vocação. Deixou as marcas de seu talento nos mais importantes jornais e revistas brasileiros.  Leia o que ele escreveu sobre o assunto em seu blog, Outubro:


http://outubro.blogspot.com/2011/05/copy-desk-o-anonimo-editor-de-texto.html    


   


sábado, 28 de maio de 2011

RESSACA

FREE WAY

A palha do arroz recém colhido nas lavouras das margens da estrada dá um  colorido diferente à paisagem da BR 290 (free way Porto Alegre-Osório)

terça-feira, 17 de maio de 2011

ARCO-ÍRIS

CASA BRANCA, ADEUS















Só eu e um antigo frequentador do Casa Branca, aparentando mais de 60 anos, fomos testemunhas da derrubada da fachada do prédio, no entardecer de 17 de maio de 2011. Emocionado, chorando, ele contou que ali conheceu os dois amores de sua vida.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

SUNSET



quarta-feira, 4 de maio de 2011

A PAZ DOS PEQUENOS CEMITÉRIOS



             Em geral, os cemitérios são tétricos, medonhos. Os das grandes cidades, enormes prédios brancos onde os corpos dos mortos são aglomerados em gavetas, só transmitem tristeza. Dá vontade de sair de lá correndo.
Bem diferentes são os pequenos cemitérios em que cada túmulo tem direito a um pedacinho de chão. Melhor ainda se estiverem à beira-mar, como o do Campeche, em Florianópolis, ou junto ao enorme paredão verde do Morro da Borússia, em Osório,  no meio do campo, em Imbé, ou numa praça em Malmö, Suécia. 
Lugares em que se pode, num ambiente de paz, lembrar das pessoas que nos deixaram, no bem que elas fizeram, e fazer uma oração pelas suas almas.



Malmö, Suécia
        Osório, RS


        
Campeche, na Ilha de Santa Catarina




      Imbé/RS