
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
NEVE NO VALE DO SOL
UMA TARDE EM TREMBLANT
CALOR NO FRIO
domingo, 24 de fevereiro de 2008
BONJOUR, MONT TREMBLANT!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
GUILI NA ESQUINA DO MUNDO
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
GUILI, O VELHO LOBO DO MAR

Barraca de Guili em Santa Cruz de Cabrália, Bahia.
Julho de 1993.


Na barraca de praia que arrendou por algum tempo em Santa Cruz de Cabrália, sul da Bahia, Guili gostava de subir até a varanda na parte de cima, quando não havia movimento, e fazer de conta que aquela era a proa de seu navio, e ele era um velho Lobo do Mar. Uma ou mais doses de Licor de Jurubeba e algumas baforadas da boa maconha nordestina embalavam o seu devaneio.
A viagem deste marujo começou em Buenos Aires, onde nasceu, e terminou em 16 de setembro de 1998, quando faleceu na praia do Campeche, em Florianópolis, aos 50 anos.
Oscar Alberto Duarte, o Guili, não suportava o frio portenho. A cada inverno, entre taças de vinho Borgoña e bifes de chorizo, dividia com seus amigos o sonho de partir para sempre em busca do sol, das praias de águas tépidas, das morenas do Brasil.
Em 1986, depois de uma temporada em Búzios, encontrou o seu paraíso tropical em Arraial da Ajuda, na época um lugarejo frequentado por hippies brasileiros e estrangeiros que buscavam um refúgio tranquilo junto à natureza, onde, como diziam, "todos os dias são domingos e todas as noites, sábados."
Extrovertido, irreverente, raciocínio ágil e com enorme facilidade para se aproximar das pessoas, Guili rapidamente se tornou uma figura popular. Para os nativos era o gringo, companheiro sempre disposto a uma cerveja gelada e um bate-papo.
O "consulado" de Guili, na Alameda dos Flamboyants, era também o atelier de Isabel, sua companheira
Julho de 1993.


Na barraca de praia que arrendou por algum tempo em Santa Cruz de Cabrália, sul da Bahia, Guili gostava de subir até a varanda na parte de cima, quando não havia movimento, e fazer de conta que aquela era a proa de seu navio, e ele era um velho Lobo do Mar. Uma ou mais doses de Licor de Jurubeba e algumas baforadas da boa maconha nordestina embalavam o seu devaneio.
A viagem deste marujo começou em Buenos Aires, onde nasceu, e terminou em 16 de setembro de 1998, quando faleceu na praia do Campeche, em Florianópolis, aos 50 anos.
Oscar Alberto Duarte, o Guili, não suportava o frio portenho. A cada inverno, entre taças de vinho Borgoña e bifes de chorizo, dividia com seus amigos o sonho de partir para sempre em busca do sol, das praias de águas tépidas, das morenas do Brasil.
Em 1986, depois de uma temporada em Búzios, encontrou o seu paraíso tropical em Arraial da Ajuda, na época um lugarejo frequentado por hippies brasileiros e estrangeiros que buscavam um refúgio tranquilo junto à natureza, onde, como diziam, "todos os dias são domingos e todas as noites, sábados."
Extrovertido, irreverente, raciocínio ágil e com enorme facilidade para se aproximar das pessoas, Guili rapidamente se tornou uma figura popular. Para os nativos era o gringo, companheiro sempre disposto a uma cerveja gelada e um bate-papo.
O "consulado" de Guili, na Alameda dos Flamboyants, era também o atelier de Isabel, sua companheira
. Nesta foto de 1990, da direita para a esquerda: Isabel, Guili, Nelson, Vaci e Lais
Na colônia argentina do Arraial da Ajuda era conhecido como "el consul". Sua casa era um vaivém de conterrâneos em busca de alguma informação, conselho, companhia. Lá também tinha boa comida - Guili era um excelente cozinheiro - pinga da terra e muito som. Insaciavelmente curioso, sabia das últimas novidades musicais e estava sempre bem informado sobre os rumos da política nacional, argentina e mundial, apesar de viver numa época e num lugar onde jornais eram raros e a TV ficava limitada à Globo.
Depois de trabalhar por 10 anos como garçom, barman, cozinheiro e barraqueiro no Arraial da Ajuda e em Santa Cruz de Cabrália, Guili se mudou para a praia do Campeche, em Florianópolis, onde morava Isabel Orsini Lobato, sua ex-companheira, e o filho pequeno Rodrigo, que adorava.
Durante os dois últimos verões trabalhou como garçom num restaurante à beira da praia. Estava feliz, no seu habitat. Na baixa temporada fazia trabalhos temporários.
Com a saúde comprometida por tantos anos de excessos, morreu dormindo, de parada cardíaca. Foi velado pelos parentes, amigos, pescadores, pedreiros e os parceiros de prosas dos fins de tarde no Bar do Pescador.

Em seu túmulo junto ao mar, no cemitério da igrejinha de
São Sebastião, em Campeche, a inscrição:
Oscar Alberto Duarte
gringo Guili
*28.2.1948 + 16.9.1998
Viejo Lobo del Mar
Com carinho da familia

Praia do Campeche, em Florianópolis, com a ilha do Campeche ao fundo. Neste belo cenário Guili trabalhou como garçom no verão de 1998.
Na colônia argentina do Arraial da Ajuda era conhecido como "el consul". Sua casa era um vaivém de conterrâneos em busca de alguma informação, conselho, companhia. Lá também tinha boa comida - Guili era um excelente cozinheiro - pinga da terra e muito som. Insaciavelmente curioso, sabia das últimas novidades musicais e estava sempre bem informado sobre os rumos da política nacional, argentina e mundial, apesar de viver numa época e num lugar onde jornais eram raros e a TV ficava limitada à Globo.
Depois de trabalhar por 10 anos como garçom, barman, cozinheiro e barraqueiro no Arraial da Ajuda e em Santa Cruz de Cabrália, Guili se mudou para a praia do Campeche, em Florianópolis, onde morava Isabel Orsini Lobato, sua ex-companheira, e o filho pequeno Rodrigo, que adorava.
Durante os dois últimos verões trabalhou como garçom num restaurante à beira da praia. Estava feliz, no seu habitat. Na baixa temporada fazia trabalhos temporários.
Com a saúde comprometida por tantos anos de excessos, morreu dormindo, de parada cardíaca. Foi velado pelos parentes, amigos, pescadores, pedreiros e os parceiros de prosas dos fins de tarde no Bar do Pescador.

Em seu túmulo junto ao mar, no cemitério da igrejinha de
São Sebastião, em Campeche, a inscrição:
Oscar Alberto Duarte
gringo Guili
*28.2.1948 + 16.9.1998
Viejo Lobo del Mar
Com carinho da familia

Praia do Campeche, em Florianópolis, com a ilha do Campeche ao fundo. Neste belo cenário Guili trabalhou como garçom no verão de 1998.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS - 1994
Estive nos Emirados Árabes Unidos em abril de 1994, muito antes daquela confederação de pequenos e riquíssimos Estados se tornar um dos mais charmosos programas turísticos do mundo, com vôos diretos da Air Emirates de São Paulo a Dubai. Naquela época ainda não se falava em construir uma ilha artificial para lá erigir um mega-hotel de sete estrelas, único no mundo, nem uma pista de esqui com temperatura ambiente de 10 graus abaixo de zero, quando lá fora chega aos 40 positivos. Mas os sheiks que administram os Emirados já planejavam tornar o país uma meca do turismo de luxo e um poderoso entreposto comercial , usando os recursos da exportação de petróleo. A aposta tem se revelado correta: Abu Dabi, Dubai e os outros cinco emirados estão se tornando cada vez menos dependentes da sua única riqueza natural, já em vias de se extinguir.
Minha viagem foi a convite da Lufthansa, que anteviu nos emirados uma excelente oportunidade de multiplicar seu volume de transporte de passageiros e de cargas entre a Europa, o Oriente Médio, o norte da África e a Ásia. Isenta do pagamento de impostos e taxas (como qualquer empreendimento que se instale no território) e livre de qualquer controle aduaneiro, a companhia aérea alemã estabeleceu no emirado de Sharjah uma base para o transbordo de mercadorias destinadas aos países da região. Além dos benefícios fiscais, ganhou uma base operacional a poucas horas de vôo de importantes países da Ásia como o Paquistão e a Índia, do Sudeste asiático, do nordeste da África e do Oriente Médio..

clique sobre o mapa para ampliá-lo
SETE POR UM
Abu Dabi, Dubai, Sharjah, Ras al Khaimah, Fujairah, Umm al Qaiwain e Ajman eram protetorados britânicos até 1971. Independentes, formaram uma federação em que cada emirado tem uma relativa autonomia, mas todas as decisões na área da economia e das relações exteriores são tomadas por um conselho formado pelos emires. Abu Dabi, com 87% do território e a maior parte das reservas de petróleo, tem direito à presidência do conselho e a ser a capital do país. Dubai, obcecada pelo futuro, cérebro da federação, é hoje a maior e a mais moderna cidade de toda a região. Os outros cinco emirados são pouco mais do que cidades-estados cercadas de deserto.
A maioria dos quase quatro milhões de habitantes do país são estrangeiros - indianos, afegãos, paquistaneses, palestinos, filipinos, iranianos e iraquianos formam um mosaico de feições, trajes e línguas. Todos são trabalhadores em busca de oportunidades e boa remuneração. O tempo de permanência depende do contrato de trabalho, que vale como um visto. Terminado o contrato, eles voltam para seus países, com Dirhams, a moeda local, suficientes para iniciar uma nova vida.
Regidos pelo islã, os emirados usam o Alcorão como código civil e penal. Bebidas alcoólicas são proibidas, ladrões têm as mãos amputadas, as mulheres devem cobrir o corpo com burkas. Contudo, cada membro da federação adota as leis de Maomé com maior ou menor rigidez. Dubai é o mais flexível, Sharjah o mais rígido. Hotéis internacionais podem servir bebidas alcoólicas, e seus bares são pontos de encontro dos estrangeiros ávidos por uma cervejinha gelada.
Este post é o relato de uma semana num país em que os restaurantes só oferecem bebidas sem álcool, as mulheres ocultam seus corpos e a criminalidade é insignificante. Um país que, graças ao petróleo, não tem imposto de renda. Um país em que tudo é novo, moderno e amplo, pois há espaço de sobra - é só avançar sobre as areias do deserto.
VIAGEM ÀS MONTANHAS

REFÚGIOS DE VERÃO
Milionários dos emirados passam parte do verão, quando o calor nas cidades se torna insuportável , nas suas mansões das montanhas, onde devido à altitude a temperatura se mantém amena
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
WHADI

As dunas de areia ficaram para trás. Tufos de vegetação sobrevivem num solo avermelhado
Para quem vive em cidades cercadas pelas areias do deserto da Arábia, onde toda a água é dessalinizada ou engarrafada, estas piscinas entre as rochas das montanhas Hajar, a 120 quilômetros de Dubai, são objeto de fascínio. Estão entre os lugares mais procurados pelos visitantes dos países da região e também pelos "locais".
PISCINAS NATURAIS NAS MONTANHAS
SAFÁRI NO DESERTO
Conhecer o deserto é um dos mais solicitados passeios de quem visita os Emirados Árabes. Em vez de camelos, embarcamos numa Toyota Hilux com tração nas quatro rodas e ar refrigerado. Mesmo assim, a excitação do nosso grupo de jornalistas e dos turistas franceses que seguiram em outro veículo era enorme.
O motorista parou num posto da estrada para tirar ar dos pneus. Explicou que isto era necessário para não atolar na areia. Poucosquilômetros depois saímos do asfalto e seguimos por uma trilha na areia. Um tropeiro de camelos nos chamou a atenção. Pedimos para parar e tiramos fotos - e esta foi a primeira de tantas outras paradas.
Saímos da trilha e , à beira do pânico, passamos a subir e descer dunas enormes. O motorista sorria e pisava fundo no acelerador. A emoção fazia parte do programa. Duas horas depois , já no fim datarde, chegamos a um lugar onde havia duas tendas. Um árabe de pele escura ajudou os motoristas das caminhonetes a descarregar as caixas de comida e bebidas - até latas da proibida cerveja. Ele colocou a carne, de carneiro e de frango, numa churrasqueira portátil e acendeu o carvão.
Os motoristas, também guias turísticos, perguntaram se alguém queria fazer um passeio de camelo, a dez dólares por pessoa. Todos topamos. Um beduíno, que só falava árabe, nos ajudou a subir nos camelos e os puxou pelas rédeas por 100 metros, o suficiente para sentir a sensação de andar lá em cima, equilibrados sobre a corcova.
Depois do jantar (carne assada, batata, tomate), noite escura, saí a caminhar pela areia. Em poucos minutos as vozes foram sumindo. Caminhei até o silêncio e a escuridão do deserto me envolverem completamente.
O motorista parou num posto da estrada para tirar ar dos pneus. Explicou que isto era necessário para não atolar na areia. Poucosquilômetros depois saímos do asfalto e seguimos por uma trilha na areia. Um tropeiro de camelos nos chamou a atenção. Pedimos para parar e tiramos fotos - e esta foi a primeira de tantas outras paradas.
Saímos da trilha e , à beira do pânico, passamos a subir e descer dunas enormes. O motorista sorria e pisava fundo no acelerador. A emoção fazia parte do programa. Duas horas depois , já no fim datarde, chegamos a um lugar onde havia duas tendas. Um árabe de pele escura ajudou os motoristas das caminhonetes a descarregar as caixas de comida e bebidas - até latas da proibida cerveja. Ele colocou a carne, de carneiro e de frango, numa churrasqueira portátil e acendeu o carvão.
Os motoristas, também guias turísticos, perguntaram se alguém queria fazer um passeio de camelo, a dez dólares por pessoa. Todos topamos. Um beduíno, que só falava árabe, nos ajudou a subir nos camelos e os puxou pelas rédeas por 100 metros, o suficiente para sentir a sensação de andar lá em cima, equilibrados sobre a corcova.
Depois do jantar (carne assada, batata, tomate), noite escura, saí a caminhar pela areia. Em poucos minutos as vozes foram sumindo. Caminhei até o silêncio e a escuridão do deserto me envolverem completamente.
SEM BURCA


Desde o nascer do sol, os alto-falantes dos minaretes das mesquitas lançam apelos aos muçulmanos para rezar. Há pelo menos um templo em cada bairro, e alguns deles - como este, de Dubai - parecem palácios.
bado, 19 de janeiro de 2008
CHEIROS, PERFUMES, CORES


Um passeio a pé pelo mercado de Dubai permite um contato com a vida real do emirado. Vale a pena ver o colorido e sentir o cheiro dos temperos, cereais, legumes e verduras trazidos de países do Oriente Médio e da Ásia.
SOL DE PRIMAVERA
As árvores são raras, os gramados um luxo regado a água reciclada do sistema de esgotos das cidades. E o sol em abril, plena primavera, eleva a temperatura a 33 graus, tornando as suas sombras especialmente convidativas.
Não faltam shoppings luxuosos, bonitos e enormes nos Emirados. O país não cobra taxas de importação, o que o torna um imenso free-shop.
AO MAR!
Neste estaleiro improvisado, embarcações fabricadas com técnicas transmitidas de geração em geração desde os antigos fenícios, mestres no comércio e na navegação.
ÀS COMPRAS!
Não faltam shoppings luxuosos, bonitos e enormes nos Emirados. O país não cobra taxas de importação, o que o torna um imenso free-shop.
Consumidoras russas, numerosas e facilmente identificáveis pelas roupas de gosto duvidoso, chegam a um shopping de Sharjah. A União Soviética havia se dissolvido dois anos e meio antes, em dezembro de 1991, e a população estava ávida por produtos ocidentais. As russas chegavam em aviões fretados da Aeroflot, faziam compras e voltavam no dia seguinte.


As leis do islã permitem ao homem ter tantas mulheres quantas possa sustentar. Todos os presentes dados a uma esposa devem ser dados também à(s) outra(s). As jóias são os presentes mais comuns, mesmo que só os familiares possam ver os braceletes, anéis, colares e brincos, ocultados sob as roupas. Além disso, o ouro, assim como camelos e cabras, é moeda de compra de uma esposa. Por isso, há muitas - e movimentadas - joalherias nos shoppings dos Emirados.
AO MAR!

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