
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
BRÓDUEI



À esquerda, o legendário Chez Lampião, onde havia boa comida, boa música, boa companhia.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
LAMBADA
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
QUEM QUER COMPRAR?

Até o início de novembro não havia aparecido comprador para a propridade de dona Teresinha...
DONA TERESINHA
Pousada Mangaba. Galinhas no quintal, chuveiro frio.
"O sol esquenta a água da caixa, meu filho", dizia a dona Teresinha aos hóspedes.
Café da manhã no N.S.Aparecida ou no Fé em Deus.
Pouco conforto, muita felicidade.
Arraial d'Ajuda dos anos 80.
Final da tarde de sexta-feira. Dona Teresinha anda com seus passinhos rápidos com uma sacola na mão. Vai passar o fim de semana - mais um - na casa de uma filha, num dos bairros novos, habitados pelos nativos desalojados pelos paulistas, cariocas, gaúchos, mineiros e estrangeiros que compraram a maioria dos imóveis da área central do Arraial da Ajuda.
Assim como quase todos os outros moradores antigos, ela pôs à venda a sua casa e a pousada simples e confortável, com um enorme pátio gramado, ensombreado por mangueiras e cajueiros, localizada no Caminho do Mar, passagem de quem se dirige às praias. Vai viver a quilômetros dali junto de seus filhos, netos, parentes e amigos. Não aguenta mais a barulheira do vizinho Beco das Cores, onde a moçada se diverte em bares e restaurantes com música ao vivo ou eletrônica até o amanhecer.
O Arraial ficou muito barulhento e sofisticado para ela.
Ano após ano, o paraíso descoberto nos anos 70 e 80 por jovens de cabeça feita, em busca de um lugar lindo e tranquilo para viver, se descaracteriza. A mata vai sendo substituída por construções, e as casas e pousadas avançam até limites inimagináveis para quem conheceu aquele lugar maravilhoso há duas ou três décadas. Empreendedores brasileiros e estrangeiros derrubam até os coqueirais que embelezam a faixa entre a falésia e o mar para construir condomínios fechados, residências de luxo e pousadas. Telhados substituem as copas das árvores. Os muros isolam a praia e tornam propriedade particular o que antes era de todos, sem qualquer controle.
Enquanto as fontes de água potável se exaurem, aumenta a ameaça da contaminação do lençol freático. Nada detém os especuladores com seus dólares, euros e reais. Nos cafés, nos bares, nas ruas, em vez dos papos de viagens, de descobertas, de encontros e desencontros, cochichos sobre os melhores investimentos, os bons negócios.
O som do berimbau é cada vez mais raro. Os outrora orgulhosos nativos que enfeitavam as noites com os malabarismos da capoeira, agora ficam olhando, de longe, os turistas que lotam os bares e restaurantes, e o movimento dos carros que congestionam as ruelas. Na Bróduei, onde antes se concentrava a vida noturna do lugarejo, só o bar Geraes resiste. A Lagoa Azul é apenas o nome da barraca à beira-mar, construída antes da drenagem do riacho que caía em forma de cascata. Na praia da Pitinga, uma baía de rara beleza, cada vez mais casas construídas no alto da falésia podem ser vistas da beira do mar.
Mas apesar dos malucos beleza fazerem parte do passado e o som do martelo seja mais ouvido que o da lambada, o Arraial da Ajuda é um dos mais fascinantes lugares do litoral brasileiro.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
LOST NO ARRAIAL

Eles chegam e, por uma razão ou outra, decidem ficar para sempre neste paraíso chamado Arraial d'Ajuda.
Alguns conseguem trabalho, outros vivem de bicos, são artesãos ou têm rendas (mas nunca pergunte de onde vem o dinheiro...). Com os anos, eles se tornam parte da paisagem. Não dão importância para jornais e as notícias da TV são de um país distante da sua realidade. Tudo o que querem é curtir a vida numa boa. Suas roupas geralmente são exóticas. Cabeludos e barbudos, lembram os velhos hippies. Quem chega da "civilização" tem a impressão de estar diante de personagens da série Lost.
Alguns conseguem trabalho, outros vivem de bicos, são artesãos ou têm rendas (mas nunca pergunte de onde vem o dinheiro...). Com os anos, eles se tornam parte da paisagem. Não dão importância para jornais e as notícias da TV são de um país distante da sua realidade. Tudo o que querem é curtir a vida numa boa. Suas roupas geralmente são exóticas. Cabeludos e barbudos, lembram os velhos hippies. Quem chega da "civilização" tem a impressão de estar diante de personagens da série Lost.
IGREJA DE N.S. D'AJUDA

As igrejas e as primeiras casas dos povoados da Costa do Descobrimento - Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Arraial d'Ajuda, Trancoso - foram construídas em elevações, para facilitar a sua defesa.
A igreja de N.S. d'Arraial da Ajuda, concluída em 1549, ganhou este nome em homenagem a uma das naus, a Ajuda, em que Tomé de Souza chegou à região. A santa passou a ganhar devotos em todo o Sul da Bahia. A festa em sua homenagem, em agosto, atrai milhares de romeiros.
A igreja de N.S. d'Arraial da Ajuda, concluída em 1549, ganhou este nome em homenagem a uma das naus, a Ajuda, em que Tomé de Souza chegou à região. A santa passou a ganhar devotos em todo o Sul da Bahia. A festa em sua homenagem, em agosto, atrai milhares de romeiros.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
AVE MARIA
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
AS FALÉSIAS E O MAR

A natureza exuberante, o clima ameno, as praias belíssimas e a hospitalidade dos descendentes de pataxós que habitam a região atraíram inicialmente os hippies e mais tarde outros brasileiros e estrangeiros em busca de um refúgio para passar alguns dias ou o resto de suas vidas. Na última década, o Arraial da Ajuda, vilarejo quatro quilômetros ao sul de Porto Seguro, na Bahia, separado da sede do município pelo rio Buranhém, se sofisticou. Passou a ser conhecido como "A Esquina do Mundo", pela presença de estrangeiros, especialmente argentinos e europeus. A gastronomia local oferece cardápios que vão da cozinha tradicional portuguesa às carnes argentinas, comida mineira, japonesa, italiana e, claro, baiana, com preços a partir de modestos seis reais. A qualquer hora do dia ou da noite há restaurantes, bares e cafés abertos, como em qualquer grande cidade. Há pousadas requintadas e modestas, para qualquer orçamento. Quem curte a noite tem discotecas e bares com música ao vivo e eletrônica, decorados com criatividade.
Conheci o Arraial da Ajuda em 1984, e desde então tenho voltado todos os anos, sempre na baixa temporada (de março a dezembro...), para passar duas ou três semanas desligado dos meus problemas e os do mundo. O lugar mudou bastante - as principais ruas estão calçadas e limpas, já não se ouve tanta música , os hippies são raros - mas a magia permanece, assim como as praias lindas, a natureza, a hospitalidade do povo. Se o paraíso existe, deve ser parecido com o Arraial.
Na foto acima , a praia da Pitinga. Não conheço nada mais lindo.
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