Chegamos a Pasto, uma pequena cidade sombria e gelada (2.500 metros de altitude) do sul da Colômbia no meio da tarde. Não ganhei nada cantando na praça, mas um grupo de suecos que morava lá nos convidou para ir até a casa deles. Queriam ouvir mais música brasileira e conversar sobre o Brasil. Acabamos dormindo lá.
No dia seguinte passei o dia cantando, e nada. Os colombianos até paravam para ouvir, mas não deixavam nem uma moedinha na caixa do violão, apesar dos apelos do Pedro para que nos ajudassem a chegar a Bogotá.
Voltamos para a casa dos suecos (quatro rapazes e duas moças, que faziam lá um trabalho social) cansados e famintos. Ficamos batendo papo e lá pelas tantas ouvi movimento na cozinha. Era a Birgitta pícando cebola e alho poró, enquanto o macarrão fervia. Não demorou a chegar o jantar: macarrão misturado com atum e cebola crua. A primeira refeição em dois dias. Uma delícia!
Tempos depois, já de volta a Otavalo, no Equador, onde morávamos, apareceu a Birgitta. Havia se encantado pelo Pedro, e namoraram alguns dias até ela seguir viagem de volta para a Suécia.
* Em memória de Pedro Port, grande amigo, parceiro desta e tantas outras aventuras, falecido em Florianópolis no dia 10 de março deste ano, aos 85 anos