terça-feira, 30 de setembro de 2025
MUITO ANTES DOS DRONES
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
quarta-feira, 13 de agosto de 2025
20 ANOS DE VIDA MANSA
Em agosto de 2005 ouvi a voz da razão e decidi que estava na hora de mudar de vida. Foram 35 anos de trabalho intenso, em tempo integral ou em duplas jornadas, nas redações das rádios da Ufrgs, Continental 1120, Difusora/Band, Guaíba e Gaúcha. Jornais Correio do Povo, Folha da Tarde, sucursal de O Globo e Zero Hora. Central do Interior da Caldas Júnior, assessorias de imprensa e, nos últimos anos, Agência RBS.
Pedi demissão e nunca me arrependi. Um dia desses encontrei o ex-patrão Jayme Sirotsky num supermercado, e ele, cordial como sempre, perguntou o que eu estava fazendo. "Tudo aquilo que não tinha tempo de fazer antes de me aposentar", respondi.
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
DA LETÔNIA A IJUÍ - A SAGA DOS STERN
Caros amigos, familiares, associados da ACIBM e todos que acompanham com carinho a trajetória do engenheiro e ambientalista Athos Stern,
é com grande alegria que convidamos você a conhecer um novo capítulo da vida e da história de Athos, agora revelado em forma de crônica: “Da Letônia a Ijuí – A Travessia de Meus Antepassados”.
Mais do que engenheiro e professor aposentado da Escola de Engenharia da UFRGS, Athos Stern é uma alma inquieta e comprometida com o bem coletivo. Dedicou sua vida à criação de soluções técnicas, mas também à defesa do meio ambiente e da qualidade de vida em nossa região litorânea, como ativo presidente e associado da Associação Comunitária de Imbé-Braço Morto.
Aos 92 anos, Athos segue ativo: escreve artigos, participa de debates públicos, acompanha as ações da ACIBM e ainda encontra tempo para estar com a esposa, a talentosa escultora Cláudia Hanke Stern, com os filhos, netos e os muitos amigos que cultivou em Porto Alegre, Imbé e Gramado.
Mas poucos conhecem tão bem a origem da família Stern — e é isso que ele nos revela nesta crônica inédita. Uma travessia que começa na distante Riga, capital da Letônia, passa pelos conflitos históricos do Império Russo, e termina com a chegada dos imigrantes germânicos ao noroeste gaúcho, mais precisamente na cidade de Ijuí, onde as tradições e os valores dos chamados “alemães bálticos” encontraram um novo solo para florescer.
A crônica é ricamente ilustrada com fotos tiradas por Athos e sua esposa Cláudia durante uma viagem à Letônia em 2015, onde reviveram, juntos, as raízes ancestrais da família. É uma leitura que une história, emoção, cultura e pertencimento — uma ponte entre continentes e gerações.
Crônica da Família Stern: Da Letônia a Ijuí – A Travessia de Meus Antepassados
Athos Stern
Diz a memória dos meus que tudo começou por volta do ano 1100, quando os primeiros colonizadores alemães chegaram à região de Riga, na atual Letônia. Vieram como parte das grandes movimentações que moldaram o Báltico medieval, trazendo fé, trabalho e saber para uma terra onde germinariam, ao longo dos séculos, comunidades sólidas, influentes e orgulhosas de sua origem germânica.
Entre eles estavam meus antepassados — homens e mulheres que ajudaram a fundar lares, igrejas, escolas e tradições naquela cidade que, com o tempo, se tornaria uma das mais importantes do norte europeu. Falavam o alemão com o sotaque do mar báltico, cultivavam valores de ordem e disciplina, e atravessaram gerações vivendo sob domínios diversos, mas mantendo viva sua identidade.
Porém, a história não se escreve apenas com conquistas. Já no final do século XIX, a Riga que meus ancestrais conheciam começou a mudar. Com o avanço do Império Russo, a cidade passou a receber grande número de imigrantes russos — por volta de 1875, eles já representavam cerca de 75% da população local. Veio a imposição do russo como língua oficial, acompanhada de pressões políticas, administrativas e culturais. O que antes era convivência tornou-se conflito. E, como tantas vezes na história, o deslocamento tornou-se escolha e necessidade.
Diante disso, meus antepassados tomaram uma decisão corajosa: deixar para trás a terra natal e embarcar rumo ao desconhecido — o sul do Brasil. A jornada os trouxe até o Rio Grande do Sul, mais precisamente à região então conhecida como Ijuí Grande, onde encontraram outros imigrantes e um novo pedaço de chão para recomeçar a vida.
Ali, entre campos e matas, reconstruíram o que haviam deixado: trouxeram os costumes, os cantos, as festas, os sabores do Báltico. A herança letã-germânica floresceu junto com o solo vermelho da região. Em Ijuí, não era raro ver desfiles de letões, celebrações comunitárias com trajes típicos e bandeiras que pareciam sussurrar histórias antigas ao vento da pradaria sulista. Até os filhos do meu sobrinho — que foi juiz na cidade — chegaram a desfilar, mantendo viva a tradição que atravessava gerações.
A presença dos letões no sul do Brasil
Embora discretos em número, os letões deixaram marcas profundas no solo gaúcho. Com eles, chegaram práticas agrícolas modernas, forte senso comunitário e um profundo respeito pela educação e pela fé. Eram, em grande parte, luteranos — e foi ao redor das igrejas que se organizaram os primeiros núcleos de convivência.
Criaram escolas, cantavam em corais, construíram casas de madeira com alpendres abertos e valorizavam o trabalho coletivo, como se cada lavoura fosse uma extensão do lar. A cidade de Ijuí, desde o início, foi um verdadeiro mosaico étnico, reunindo italianos, poloneses, suecos, alemães e, claro, letões — que souberam, com firmeza e delicadeza, ocupar seu lugar nesse concerto de culturas.
Hoje, ao recordar essas histórias que ouvi de pai para filho, percebo que muito mais do que migração, trata-se de transmissão de identidade. Não vieram apenas corpos em navios — vieram sonhos, saberes, esperanças. Vieram memórias, algumas que ainda vivem em nomes de rua, em sobrenomes, em sotaques, em receitas passadas com carinho, em tradições que sobrevivem nos detalhes do cotidiano.
Essa é a história da minha família. Mas também é a história de tantas outras — famílias que cruzaram o mar e fizeram do sul do Brasil um novo Báltico de afetos, desafios e raízes
Quem são os "alemães bálticos"?
Os alemães bálticos são um grupo étnico germânico que se estabeleceu, a partir do século XII, nas regiões costeiras do Mar Báltico, principalmente na atual Estônia e Letônia, então territórios controlados por ordens militares como a Ordem Teutônica. Eles formaram por séculos a elite política, cultural e econômica dessas áreas.
Esses alemães eram chamados de:
- Deutschbalten (alemães bálticos, em alemão);
- Viviam sob domínio da Rússia czarista, mas com autonomia cultural;
- Falavam alemão e mantinham forte identidade germânica.
O que aconteceu com eles?
1. Décadas de 1930 e 1940 – expulsões e reassentamentos:
- Com o Pacto Molotov-Ribbentrop (1939) entre Hitler e Stalin, que dividiu a Europa Oriental em zonas de influência, muitos alemães bálticos foram repatriados forçadamente para o Terceiro Reich;
- Eles foram reassentados em regiões ocupadas pela Alemanha, como partes da Polônia (ex: Warthegau);
- Após a guerra, com a derrota da Alemanha nazista, muitos fugiram ou foram expulsos novamente, desta vez dos territórios orientais da Europa, como a Silésia, Prússia Oriental, etc.
Resultado: os alemães bálticos quase desapareceram da região do Báltico após 1945.
E agora? Eles estão voltando?
Nos últimos anos, alguns descendentes de alemães bálticos — especialmente da Alemanha, Áustria e Canadá — têm retornado ao Báltico por motivos variados:
Razões para esse retorno:
1. Turismo de raízes: muitos visitam cidades como Riga (Letônia) ou Tallinn (Estônia) para conhecer as terras dos antepassados;
2. Investimentos imobiliários e empresariais: há atração por oportunidades econômicas nos países bálticos, que fazem parte da União Europeia;
3. Busca por identidade ou reconexão cultural: especialmente entre os mais jovens, há desejo de reviver ou conhecer a cultura germânica local;
4. Facilidade de migração: os países bálticos pertencem ao espaço Schengen e à UE, e a Alemanha também abriga minorias de origem letã e estoniana, facilitando esses fluxos.
A volta é simbólica ou real?
- Em grande parte, simbólica. Não se trata de uma “recolonização”, mas de um retorno cultural, afetivo e, às vezes, econômico.
- Algumas famílias até se estabeleceram de novo na Estônia ou Letônia, mas isso é muito limitado numericamente.
Curiosidade: influência alemã ainda visível
- Em cidades como Riga e Tallinn, a arquitetura medieval e hanseática (ligada à Liga Hanseática) ainda carrega forte influência germânica.
- Muitas palavras no idioma letão ou estoniano têm origem alemã.
- Até nomes de ruas e igrejas ainda têm raízes do período germânico
quinta-feira, 24 de julho de 2025
RELÓGIO DA MASSON, SÍMBOLO DA DECADÊNCIA DE PORTO ALEGRE
O relógio da Masson está abandonado, assim como a rua da Praia e todo o centro de Porto Alegre.
sexta-feira, 11 de julho de 2025
DE VOLTA AO ANTIGO (E CHARMOSO) AEROPORTO SALGADO FILHO
Alagado na enchente de maio de 2024, o antigo terminal de passageiros do aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre estava abandonado. Neste ano, graças à Casa Cor, o prédio foi recuperado, e o público que compareceu à mostra de decoração pode rever o famoso painel "A Conquista do Espaço", de Aldo Locatelli, de 20 metros de largura. no salão onde era a área de embarque.
E, dos janelões que dão para a pista, uma vista privilegiada do novo terminal.
Tomara que, depois de encerrada a Casa Cor 2025, a antiga estação seja revitalizada para voltar a cumprir a sua função de proporcionar embarques e desembarques com conforto e fácil acesso.
domingo, 6 de julho de 2025
A VEZ DE OSÓRIO
sábado, 28 de junho de 2025
O TEMPERO DA VIDA
Aos 38, ainda não criei juízo: posando num lago congelado do Canadá, desafiando a lei da gravidade e do bom senso
quarta-feira, 18 de junho de 2025
sexta-feira, 13 de junho de 2025
GRATIDÃO, PALAVRA VÃ
Há alguns anos, o Lord, nosso cachorrinho, comeu algo que lhe fez mal, muito mal. A veterinária de Imbé disse que nada poderia fazer por ele, e insistiu para o levarmos para uma clínica de Porto Alegre, com maiores recursos. Foi o que fizemos.
Ele foi medicado e se recuperou. Liguei para a dra. Marília para manifestar a minha gratidão por ter salvo a vida do cusquinho.
Surpresa, ela disse: "Tu acredita que é a primeira vez, em tantos anos de clínica, que me acontece isto ?"
Este é apenas um em tantos casos que vejo por aí. A falta de cordialidade, respeito, de consideração, se tornou um comportamento normal. Infelizmente.
Agradecer, pedir desculpas e até mesmo cumprimentar alguém são gestos cada vez mais raros.
"Gratidão", palavra tão usada nas redes sociais, tem pouco significado nas relações humanas. Especialmente entre os jovens.
domingo, 8 de junho de 2025
sábado, 17 de maio de 2025
ELES NÃO OUVEM BEETHOVEN
O que será que faz um funcionário público graduado - policial, Procurador, juiz, desembargador - a aceitar propinas para favorecer bandidos, correndo o risco de jogar na lata de lixo a sua carreira, a sua honra, o respeito que tinha de sua família, de seus amigos? É difícil de entender.
Al Pacino, em sua autobiografia, dá uma pista. Contratado para fazer o papel de Serpico, filme dirigido por Sidney Lumet sobre a história do policial Frank Serpico, que denunciou um esquema de corrupção na polícia de Nova York, Al entrevistou o seu personagem e perguntou:
- Frank, por que você não aceitou aqueles subornos?
- Ah, se eu fizesse isso... quem eu seria quando ouço Beethoven?
segunda-feira, 5 de maio de 2025
UM JANTAR INESQUECÍVEL*
Chegamos a Pasto, uma pequena cidade sombria e gelada (2.500 metros de altitude) do sul da Colômbia no meio da tarde. Não ganhei nada cantando na praça, mas um grupo de suecos que morava lá nos convidou para ir até a casa deles. Queriam ouvir mais música brasileira e conversar sobre o Brasil. Acabamos dormindo lá.
No dia seguinte passei o dia cantando, e nada. Os colombianos até paravam para ouvir, mas não deixavam nem uma moedinha na caixa do violão, apesar dos apelos do Pedro para que nos ajudassem a chegar a Bogotá.
Voltamos para a casa dos suecos (quatro rapazes e duas moças, que faziam lá um trabalho social) cansados e famintos. Ficamos batendo papo e lá pelas tantas ouvi movimento na cozinha. Era a Birgitta pícando cebola e alho poró, enquanto o macarrão fervia. Não demorou a chegar o jantar: macarrão misturado com atum e cebola crua. A primeira refeição em dois dias. Uma delícia!
Tempos depois, já de volta a Otavalo, no Equador, onde morávamos, apareceu a Birgitta. Havia se encantado pelo Pedro, e namoraram alguns dias até ela seguir viagem de volta para a Suécia.
* Em memória de Pedro Port, grande amigo, parceiro desta e tantas outras aventuras, falecido em Florianópolis no dia 10 de março deste ano, aos 85 anos
domingo, 27 de abril de 2025
A OBESIDADE NÃO É NORMAL
Um casal de obesos passa suas compras na caixa do supermercado. Observo com o canto do olho, enquanto espero a minha vez. Garrafas de dois litros de refrigerante, pizza congelada, pães, bolos, chocolates, salgadinhos. Tudo que devia evitar.
Ver pessoas, mesmo jovens, caminhando com dificuldade pelo excesso de peso, se tornou parte do cotidiano. Nos programas de gastronomia os chefs ensinam a preparar pratos gordurosos, os ingredientes fritando em frigideiras cheias de óleo, e tortas e doces delicioooooooosos. E engordantes, claro.
No sábado vi numa tevê um festival do grostoli, a velha cueca virada, numa cidade da Serra, com nonnas ensinando a fazer a massa doce, fritar com muito azeite e depois cobrir com açúcar, Irresistível, exclamou a apresentadora diante de uma mesa coberta de bolinhos que engordam só de olhar.
A obesidade se tornou normal, mas deveria ser exceção. A lista de consequências do sobrepeso na saúde humana é enorme: risco de diabete, alteração na pressão, problemas digestivos, nas articulações. Praticar esportes ou os exercícios físicos mais simples como caminhar se torna difícil ou impossível.
Os especialistas apontam como principais causas do aumento de peso o desequilíbrio na dieta, com carboidratos, açúcares e gorduras ocupando o lugar das proteínas e vitaminas proporcionadas pelas carnes, frutas e verduras, os alimentos ultraprocessados, que induzem a pessoa a comer mais do que deveriam, e ansiedade destes tempos em que vivemos, cada vez mais difíceis. Comer é uma forma de compensar.
A obesidade se tornou um problema de saúde pública, mas não vejo nenhuma iniciativa dos governos federal, estadual e municipais para combatê-lo. A mídia está mais interessada no faturamento com propaganda dos fabricantes de refrigerantes, doces, hambúrgueres e outros "alimentos". Só de vez em quando aparece alguma reportagem sobre vida saudável. O que deveria ser regra é exceção.
E dê-lhe a comer comida de buteco, devorar aqueles gigantescos hambúrgueres com fritas e beber refri pra digerir a gororoba.
sexta-feira, 25 de abril de 2025
sábado, 29 de março de 2025
IMBÉ & IMBITUBA
A Festa do Butiá, na praça central de Imbituba, tinha licor e geleia da fruta, e bolsas, chapéus e outros artigos feitos com a palha seca da planta. Mas o que fez mais sucesso foi uma cerveja artesanal produzida na cidade, da marca IMBÉ. Havia fila no estande que vendia chope ou a bebida engarrafada. Imbé tem tudo a ver com Imbituba: etimologicamente o nome da cidade provém da palavra indígena embetuba, que significa uma grande quantidade de imbé, espécie de cipó muito abundante na região. Imbituba, portanto, é a cidade do imbé.
sexta-feira, 28 de março de 2025
IMBITUBA/SC
Praia da Vila
quarta-feira, 19 de março de 2025
AS CAPIVARAS DO RIO MAMPITUBA